Capítulo 6 - Última chance

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Pov Julie

- Caramba Daniel, que lugar lindo! - Exclamei assim que entramos na casa "abandonada" que Daniel me trouxe.

- Você ainda não viu nada. Vem! - Me chamou e fomos até os fundos da casa onde tinha um lindo jardim e uma piscina.

- Acho que essa acabou virou minha casa dos sonhos! - Sorri admirando cada cantinho. - Você tem certeza que ninguém vai entrar aqui?

- Relaxa Julie! A mulher que vivia aqui se mudou tem dois meses e ainda nem sequer decidiu colocar á venda. - Explicou colocando as mochilas que trouxe no chão e me deixando mais tranquila.

- Como conheceu essa casa? E como sabe tabto sobre quem mora nela? -Minha curiosidade falou mais alta.

- Essa era minha casa... quando eu era vivo. - Ele confessa me deixando surpresa.

- Espera aí! Eu pensei que vocês morassem na minha casa, você mesmo disse que moravam lá a trinta anos. - Ele sorri e começa a estender no chão uma toalha que acabou de pegar numa das mochilas.

- Senta aqui, vou te contar tudo que quiser saber. - Me sento ao seu lado esperando ansiosa por suas explicações. - A sua casa na verdade era do Félix, e a edícula sempre foi nosso lugar de ensaio desde que começamos a tocar juntos, por isso continuamos por lá depois que... você sabe.

- Nossa, eu não sabia disso. Na verdade eu não sei de muita coisa sobre vocês, sobre a vida de vocês antes de tudo...

- Ah, não tem muito o que falar. A mãe do Félix sempre apoiou a banda, era uma segunda mãe pra nós três. A familia do Martim nunca tinha muito a dizer sobre o assunto. E minha relação com meus pais já não era boa muito antes da banda começar. E quando meu pai ficou sabendo que não ia ser um banqueiro como ele, as coisas ficaram ainda melhores. - Sorriu sarcástico me fazendo ver o quanto aquele assunto o incomodava.

- Desculpa, não queria te chatear. - Sorri de lado tantando tranquiliza-lo. Ele segura minha mão mostrando que queria continuar... desabafando, talvez?

- Meu pai morreu a alguns anos, a mulher que se mudou daqui é a minha mãe. Ela foi pra uma casa de idosos, visito ela toda semana, e ... converso com ela. - Olho-o surpresa, ele balança o rosto em negação.  - Ela tem alzheimer, não se lembra de nada do que conversamos, e quando se lembra é como se tivesse sido um sonho.

- Eu sinto muito, Daniel! Deve ter sido muito difícil pra todos vocês terem visto o sofrimento das suas famílias quando tudo aconteceu, e ainda estarem aqui mas sem poder falar com eles. - Tento me por no lugar deles, mesmo sabebdo ser impossível e sem nem ao menos saber que palavras usar.

- Nós aparecemos pra mãe do Félix, logo que tudo aconteceu. Ela estava tão triste e tão abalada, a gente não conseguiu aguentar por muito tempo. Ela reagiu bem, e ficou conosco na sua casa por anos. Mas... - Daniel começa a transparecer raiva. - Mas a polícia espectral descobriu que ela sabia. A gente seguia a linha, fazia tudo certo, ninguém suspeitou de nada, até que chegou o Demetrius e pôs tudo a perder.

- O que ele fez?- Pergunto.

- Eu e os meninos fomos castigados e ficamos presos no disco por mais de vinte anos, até que você chegou e o tocou. - Já a mãe do Félix não aguentou tanto tempo sem ver o filho.

- Mas por quê ela nunca tocou o disco? - Indago confusa.

- Ela não sabia o que tinha acontecido com a gente. Não tivemos a chance de nos despedir. - Respondeu simplesmente.

- Essas coisas de fantasmas ainda me confundem um pouco. Mas... - Daniel me interrompe.

- Mas agora chega desse papo. A gente veio aqui pra aproveitar um tempo juntos e conversar sobre outras coisas. - Sorrimos juntos.

Julie e os fantasmas 2ªtemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora