Capítulo Quatro: Greenlight

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Este capítulo é inspirado em um episódio de Friends [Blackout 1x07]. uma forma de homenagear um ator e um personagem que sempre estará em meus pensamentos quando preciso  ter mais coragem ou alegria.  

Mathew Perry só me fez chorar uma vez mas Chandler Bong sempre fará cócegas em meu coração  

- Seu, Cozy. 


"Estou sem esperança, desajeitado e desesperado por amor!" - Chandler Bing.



❤❤❤



Alex movia um passo de cada vez, abatido pelo dia exausto, desejando profundamente descansar seus pés no sofá e ver TV até seus olhos fecharem. Num instante inusitado, sentiu a primeira grande gota cair do céu, e no outro, sua camisa preta estava completamente encharcada. Pousou seus braços na cintura se negando a acreditar, um dia de merda outra vez. Alex já estava farto e agora além do breu em que se encontrava, teria que se apressar para sair da chuva. Virou uma esquina, depois outra, e outra... Ouviu um latido que o fez parar imediatamente, virou seus olhos guiado pelo som de um pobre filhote, seus pêlos compridos e gastos e seu fofo rabo enrolado encarando o rapaz com seu focinho achatado.

Alex dobrou o joelho procurando por uma coleira mas não havia nada em seu pêlo além de nós, ele estava tão encharcado quanto Diaz e provavelmente igualmente cansado.

- Você não devia estar aqui, rapazinho. - falou acariciando a cabeça do filhote.

Como se fosse uma solução óbvia, ele o apanhou em seu colo e o carregou até em casa. Abriu a porta às pressas, se desfazendo do peso de sua mochila e encontrando Henry adormecido em seu sofá com as pernas apertadas debaixo de uma coberta e a janela ao lado aberta. O ar frio soprava seu cabelo e seu rosto devidamente sereno como uma imagem pintada. Alex segurou o cãozinho de um lado e no outro buscou uma vela que estava na superfície da mesa, como as muitas velas em volta. Claremont andou até o banheiro, aconchegando seu amiguinho dentro de uma banheira enquanto a enchia. Arrancou depressa as próprias vestes, se livrando de todo aquele tecido molhado, sentindo o ar tocar sua pele igualmente fria.

Henry atravessava o corredor escuro com sua mão tocando a parede até seu quarto sendo interrompido pelo fascinante corpo de Alex Claremont curvado para o armarinho amarelo do banheiro, segurando uma vela. O fogo oscilava como em uma valsa, ressaltando o tamanho da sua bunda exposta em uma cueca.

O loiro hesitou, dando um passo para trás, e Alex tomado por uma repentina suspeita virou-se deparando com seu colega de quarto esquivo no fundo de uma escuridão.

- Acordou Alteza, Olá. - Cumprimentou Alex.

- Olá, Olá! - Respondeu surpreso, franzindo seus olhos para as duas orelhas balançando enroladas numa toalha, aproximou mais um pouco para vê-lo, e se assustou com um latido repentino. Seus olhos rapidamente sorriram, mesmo não enxergando como gostaria, agachou-se no chão acariciando o animalzinho.

- Então... Temos um cão? - perguntou lentamente.

- Desculpa, eu devia te perguntar antes, mas aí eu vi ele e... bom, não pude deixá-lo.

- Não seja bobo, eu faria o mesmo. - murmurou Henry - E você? Pegou toda essa chuva, eu imagino.

Henry molhou os lábios observando sem pudor o belo par de coxas escuras ao seu lado, perto o suficiente para deixá-lo inteiramente arrepiado. Mordendo seu lábio inferior, desviou sua atenção para o bichinho deitado em seu colo, dividindo-o com Alex e aninhando o focinho em sua mão.

- Você tem cão? Em Londres?

Henry ergueu o queixo, uma mania valiosa de seu pai.

- Eu sempre quis, mas a minha avó tem alergia, isso ou ela odeia todos igualmente.

Henry de repente sentiu sua mandíbula enrijecer quando seu braço foi tocado inconscientemente pelos dedos de Alex, acariciando o animal que agora estava trancado em sono profundo, fazendo-o pensar que Alex agora podia sentir seu corpo inteiramente arrepiado, frio e tremendo excessivamente.

Henry se pegou envergonhado mesmo que estivesse escuro e Alex não pudesse vê-lo, seus olhos cravados na pequena visão de um rapaz seminu em um animalzinho, uma mistura indecente e amável do seu colega de quarto.

-Temos que dar um nome.

-É claro, não é original chama-lo de cão para sempre.

-Que tal... - Henry fez um beicinho - Afonso?

-Mas que porra é Afonso?

Alex inclinou a cabeça para mais perto de Henry, intensificando o ataque de pensamentos errantes em looping, que aumentaram ainda mais desde que conheceu Diaz. Ele havia enfrentado o moreno mil vezes desde que chegou aqui, mas esta foi a primeira vez que seus olhos estavam tão fixos nele que cada borboleta em seu estômago voou para sua boca. Se pudesse ele o beijaria perdidamente. Só poderia estar perdendo o controle, estava ficando louco em imaginar aquilo.


Mas pensar em perder o fôlego em sua boca é errado e bom, como um diabo em seu ouvido lhe dizendo que isso parece certo mesmo sabendo que não é. Alex não conseguia enxergar claramente naquela escuridão, a única luz que o acompanhava se esvaziava sem que pudessem notar, mas pôde ver seu sorriso, seus dentes perfeitos e seus lábios cheios. Alex tentou desviar, já se pegou encarando essa mesma boca antes, não tão perto como agora. Devido à escuridão, ele reuniu coragem para olhar novamente, viu apenas o contorno grosso da sua boca, pensando na cor escarlate que ela pertencia, desde o vinho e o Quiche.. Aquela imagem desde então tem vivido em sua mente e agora perto o suficiente que não o fizesse negar. Alex está perdendo o controle da sua mente e sente que vai perder o do seu corpo em breve se o loiro atrever chegar mais perto.

O sorriso de Henry era mais brilhante do que qualquer um que já havia visto antes, naquele momento ele se lembrou que estava sem roupa, porque imediatamente seu corpo tremia com a vaga ideia de beijá-lo. 


A luz voltou surpresa, iluminando os olhos deles, acordando os dois de seus sonhos, Henry se levantou e usou sua força para esconder seu constrangimento e pior, ele precisou ter um pouco mais de cuidado para esconder a protuberância em suas calças, saindo rapidamente para  sala.

 

-Que haja luz - mumurrou Alex saindo em seguida do banheiro com seu cão no braço 


Quando as luzes da cidade retornaram após um longo período de escuridão, ouvia-se movimento nas ruas onde a chuva havia parado, Henry ainda mantinha o feitiço em sua cabeça para esconder seu forte desejo de tratar Diaz como um humilde e comprido pedaço de carne, mas para seu grande pesar, isso nunca sairá de sua mente como a verdade 

Carousel = Alex & HenryOnde histórias criam vida. Descubra agora