A Outra Face

Ladrãozinho de Galinhas. Capitulo 47.

Capitulo 47

O verdadeiro amor não é aquele que você sente na adolescência. É aquele que te amando não deixa existir um próximo.

Narração

A primogênita de Mills adentrou na Estação buscando o pai. Viu a jaqueta de couro preta estendida na cadeira do seu escritório, mas nem sinal dele. Emma bufou de frustração e saiu.

A loira saiu e decidiu ir andando até o restaurante. Aquela noite fria e pouco estrelada da cidade lhe causava irritação. Talvez caminhar um pouco aliviasse todo aquele turbilhão de sentimentos e emoções contraditórias.

Fazia alguns minutos que caminhava e se não fosse por um casal bem a frente, as ruas estariam desertas e talvez essa fosse a melhor opção.

Sentiu como se o seu mundo caísse aos seus pés. Não era para menos. Não é possível. -Pensou estática. Não queria ser vista, então tentou se esconder atrás de uma parede enquanto via o desenrolar da cena.

O homem de cabelos negros e olhos azuis havia tirado uma mecha do cabelo da mulher loira e colocado atrás da orelha. Aquilo fez o sangue de Swan ferver. Que tipo de envolvimento era aquele? Desde quando isso acontecia? A mulher sorriu e tocou no bíceps bem definido do acompanhante, enquanto falava algo que não dava para escutar de onde Emma havia se escondido. Esta última arregalou os olhos em choque quando viu de longe um beijo. Estreitou os olhos para ter certeza do que estava testemunhando. Sim, Killian estava com Thinker passeando pela cidade como se fossem um casal. Ela toda assanhada como sempre. Não era de hoje que a fadinha arrastava as asas pra o lado do pirata e pelo jeito ele estava bem acessível. A loira mais nova enxugou uma lágrima que resvalou por seu rosto de decepção ou raiva, bom, nem ela mesmo sabia ao certo. Talvez os dois. Não podia continuar ali vendo o desenrolar daquela ceninha do pai mulherengo da sua filha. Foi então que a filha da Evil Queen sentiu o golpe maior, estava sendo traída e abandonada DE NOVO. Mais uma vez aquilo se repetia em sua vida. Não que não pudesse viver sozinha, mas com certeza amar e educar uma criança sozinha não estava nos seus planos. Não era essa sua vontade e/ou sonho. O celular afastou os pensamentos negativos e atormentadores da Salvadora, a trazendo de volta para aquela realidade. No visor o nome de "REGINA", ainda era difícil chamá-la de mãe. Com David era mais fácil porque tinham temperamento igual, e, não o culpava tanto quanto sua mãe pela forma como chegou a este mundo. Mas esse é outro assunto.

O barulho do aparelho só aumentava e temendo ser flagrada espiando os dois, a loira rejeitou a ligação. Não devia ser nada importante. No mínimo, sua mãe queria saber onde havia se metido já que adora ter o controle de tudo e todos. Eis uma característica da sua genitora que não era muito fã. Detestava ter que viver dando explicações ou dizer tudo que fazia.

Quando checou novamente o casal havia sumido.

Droga! -Resmungou pra si mesma.

Continuou seu percurso com aquele assunto martelando sua cabeça e provocando sofrimento em seu coração. Havia entregado tudo a Killian. Sempre foi sincera e leal. Sabia que tinham suas diferenças e que as vezes ele cansava de "baixar seus muros", mas nada justificava uma traição. Se ele não a amava porque diabos ficou com ela? Pra se gabar que pegou "a Salvadora"... A filha da prefeita? Ou será que ele apenas se apaixonou e o sentimento acabou? Afinal, a paixão passa. Tudo passa.
Foi com essa luta dentro de si que chegou na Vovó.

GRANNY'S

-Boa noite, Emms. -Saudou sua amiga Ruby com aquele sorriso inigualável.

Emma apenas assentiu e varreu com os olhos aquele local. Lá estava ele. A causa de seus pais haverem brigado. Ah, mas ele ia ouvir. Se ia.

-Olá! -Forçou um sorriso. Havia colocado as mãos no bolso e encolheu os ombros. Mordeu o lábio inferior observando aquela figura. Patética.

-Oi, posso ajudá-la? -Falou desconfiado. Provavelmente sabia com quem estava falando.

-Espero que sim. -Falou com tom habitual. Calmo. Detalhista.

-Sou todo ouvidos! -Respondeu lançando um dardo no alvo.

-Quero que fique longe da prefeitura ou de qualquer lugar onde esta a prefeita, Robin. -Pontuou objetiva em um tom mais sério.

-Não sabia que a Regina precisava de autorização de alguém para fazer algo ou falar com alguém. -Disse com um sorriso debochado no rosto. Quanta prepotência.-Pensou a moça.

-Olha aqui seu ladrãozinho de galinhas, é melhor você ir procurar alguém da sua laia e deixar minha ma...a Regina em paz! -Retorquiu fulminado o homem com os olhos. Seu lado Evil agora falava mais alto. Entendia a raiva do seu pai por aquele sujeito. Era ousado e nada confiável.

-Pelo que conheço da sua majestade ela adora um "ladrãozinho" que a faz gemer. -Respondeu ao pé do ouvido de Swan, a fazendo pegá-lo pela gola da camisa e empurrar até deixá-lo encurralado contra seu corpo e a parede.

A loira estava literalmente vermelha de raiva. Queria quebrar a cara daquele sujeito e diante da força e num impulso momentâneo fechou o punho e fez menção de soca-lo. Os clientes ficaram estupefatos. A boa e corajosa Salvadora estava ameaçando e coagindo um homem recém chegado. Aquilo seria matéria de primeira página no jornal da cidade. Sydney estava lá vendo, ouvindo e registrando tudo. Torcia para que a loira perdesse as estribeiras de uma vez e desse início a baderna.

-Retire o que disse ou vai engolir suas palavras, vagabundo. -Ameaçou entredentes.

-Calma, Emma. Você não vai dar moral a esse vacilão. -Disse Ruby preocupada ao lado da amiga. Falava baixo para não espantar ou piorar a situação, mas a amiga estava perdida em sua ira.

O homem negou com a cabeça e a confrontou com olhar desafiador. Quem essa moleca pensa que é? Eu poderia imobiliza-la facilmente, mas vamos dar o show que todos querem. Faça a maior besteira da sua vida, Salvadora idiota. -Pensou

Emma?! -Chamou aquela voz já conhecida.

CONTINUA...
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