A Outra Face

Te Quero Mais do Que Posso. Capitulo 24.

Regina correu para ver o que estava acontecendo e encontrou Whale, este a chamou e ela o seguiu sem questionamentos.

—Senhorita Swan –Falou o médico ao vê-la jogada no chão,  com os olhos vermelhos e inchados.

—Emma?!–Chamou uma voz conhecida, e ela arqueou a cabeça para olhá-la. Seu interior gritava por um aconchego daquela que a colocou no mundo. —Precisa sair daqui, Emma.

—Não... Eu preciso ver o... Killian. –Sussurrou com dificuldade. Levantando com a ajuda de Regina e indo em direção ao corpo.

—Esse não é o Killian, é um rapaz que sofreu um acidente e faleceu na operação. –Declarou. A loira ficou pasma e retirou o lençol fino que cobria o corpo e confirmou as palavras do médico.

—Seu inútil, porque não falou isso antes? –Censurou Regina de forma áspera.

—Porque a senhorita Swan invadiu a sala e estava fora de controle?! –Contestou sarcástico, denotando seu enfado diante da repreensão da prefeita.

—Eu quero ver o Killian! –Disse Emma, que não sabia se ria ou se batia no médico. Ela agarrou-lhe pelo antebraço de forma suave, era mais um pedido do que uma exigência.

—Vamos! –Sibilou Whale. Regina abraçou Emma pelos ombros e ela não rejeitou o gesto de carinho e apoio maternal. As duas seguiram juntas pelo corredor.

--

Na cidade não se falava em outra coisa a além da morte de Graham.  Branca havia se aproveitado da situação para atiçar os habitantes contra a prefeita. Sem êxito. David estava afogado no álcool e em suas mágoas. August contou com a ajuda da Fada Azul para controlar os ânimos dos habitantes.

--

HOSPITAL

Whale e as duas mulheres andaram alguns metros até chegarem ao corredor onde em uma das habitações repousava Gancho. Quando a princesa viu o doutor entrar naquela larga porta que dava acesso a um dos quartos, seu coração parecia querer sair do peito, batia desenfreado contra as paredes torácicas que o protegem e o guarda. Sentia um alivio tão grande ao vê-lo dormir placidamente que não sabia expressar-se.

Separou-se da morena que a abraçava e correu num impulso, precisava sentir sua respiração e tocar sua pele cálida. Aproximou-se, rompendo toda e qualquer distância num abraço onde ela recostou sua cabeça, exatamente na altura do coração do Pirata e o escutou ecoar aquele “Turu turu tu”, que lhe encantava e fazia adormecer todas as noites depois que faziam amor. Sorriu. Uma lágrima de alegria resvalou pela sua face agora corada. Whale e Regina decidiram sair naquele mesmo instante.

—Não se preocupe, my Love, são só algumas costelas quebradas e um tiro de raspão, entretanto, minha beleza continua intacta. –Comentou pálido, em tom de burla e com sua modéstia de sempre.

—Killian?! –Sussurrou olhando-o nos olhos e trocaram sorrisos. Ela se compadeceu ao ver o olho roxo dele e o beijou. Intensificaram o beijo e começaram a jogar um com a língua do outro. Era como se estivessem famintos, como se o beijo, o encontro e roçar de suas bocas fosse o único alimento capaz de saciá-los.

Naquele instante Emma pode perceber que aquele Pirata havia lhe ensinado muitas coisas: que quando se esta em par é necessário valorizar a liberdade um do outro. Que o amor não sobrevive com muitas queixas, e, que a soma de um mais um às vezes é UM, assim se aprender a dividir o essencial e mais forte de todos os sentimentos, o amor verdadeiro.

Sentiu mariposas no seu estômago quando seus lábios tocaram novamente os dele, de repente toda angústia, todo medo ficaram para trás e a esperança de dias melhores renasceu.

De repente, aqueles olhos que lembravam o mar pareciam ser uma festa da qual a Salvadora não conseguia abrir mão.  Aquele pirata cretino por sua vez, sentia e entendia que a loira havia lhe ensinado muitas coisas: que levar uma mulher para a cama não era tudo, porque é bem melhor quando se ama e que dormir abraçados é também um ato de amor. Ela foi a responsável por fazê-lo aprender não só a filosofia do amor, mas também a prática e isso além de afrodisíaco é instigante. Cada carícia entre os dois era como uma obra de arte: delicadas, expressivas e apaixonantes.

—Acho que vou me machucar mais vezes. –Disse maroto ao separar seus lábios dos da jovem e admirá-la. Os dois sentiam o alento um do outro.

—Se nos der outro susto desses, eu mesma vou cuidar para que você fique sem a outra mão. –Retrucou Emma com falso enfado, no fundo ela achou divertido, mas não queria pensar na possibilidade de ficar sem o seu pirata galanteador.

—Não se preocupe, Swan, ainda preciso levar o nosso pequeno marinheiro para jogar alguns traidores para os tubarões. –Declarou acariciando o ventre feminino com carinho e a loura corou ao vê-lo tão enternecido e dedicado. Estava emocionada, não tivera essa experiência com Neal. Hook podia jurar que vira uma lágrima se formar no canto do olho da salvadora, mas com aquele jeito durão, a jovem a segurou e sorriu.

—Nosso filho só vai embarcar em um navio quando eu estiver usando dentadura e você colocando as barbas de molho. –Contestou divertida.

—Você vai ficar um charme com a boca murcha, Swan. –Brincou acariciando o rosto da sua amada. Nosso filho será uma lenda... O pirata mais sexy e corajoso de todos os mares... Depois do paizão aqui, é claro. –Falou orgulhoso.

—Isso veremos, Killian. Nem sabemos o sexo do bebê ainda. –Ponderou se sentando na cadeira ao lado da cama.

—Quando saberemos, my Love? –Indagou ansioso.

—Não sei, tenho que fazer a primeira consulta e então o médico vai dizer. –Informou animada.

—Mal posso esperar para ver essa criaturinha linda. –Declarou com um sorriso largo desenhado no rosto.

—Te amo! –Segredou Emma ao pé do ouvido de Gancho.

—Eu te amo mais do que te amei há três luas atrás, te amo mais além do que posso explicar. –Professou Hook antes de atracar aqueles lábios rosados e tentadores outra vez, e, perder-se neles. Regina presenciou aquela cena contente de que sua filha tivesse encontrado alguém que a amasse de verdade. Estava na porta assistindo tudo em silêncio.

A morena não quis interromper aquele momento terno, deu as costas para sair sem ser notada. Caminhou com a elegância e o charme natural até o fim do corredor. Quando parou, pode ouvir a zoada que uma pessoa fazia na recepção. Sentiu como que um calor lhe invadia o corpo, parecia um daqueles personagens de desenho animado, cuja cabeça ficava como um vulcão em erupção ao se estressar.