ᅠᅠ𝐀 𝐀𝐋𝐕𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀 daquela segunda-feira atípica se deu início com os primeiros raios de sol se despejando sobre o subúrbio de classe média ao leste de Hawkins. O clarear se erguia sobre a grama recém-cortada, esgeuirava-se pelo orvalho das grandes árvores nos quintais e na beira da estrada, iluminava os desenhos feitos do calcário e gesso dos gizes coloridos na calçada de concreto seguindo pela rua Sterling.
Mesmo através de janelas tão pequenas, a luz da manhã tentava se enturmar com a escuridão aconchegante do porão da casa ao número 38721, onde se situava um pequeno microcosmo de convívio diário que era o quarto de Gregory Neibolt. Decorado e confuso, o paraíso de um colecionador facilmente confundido com o de um acumulador. Pôsteres preenchiam as paredes, almofadas e pelúcias diversas recheavam o chão acarpetado ao redor da cama, prateleiras eram cheias de coleções com vinís e fitas VHS compradas a preço de banana e muita convicção.
E então soou o despertador na mesa de cabeceira em sua típica rotina enervante e barulhenta, apesar de Gregory já ter aprendido a se acostumar com seu soar todas as manhãs. Seu braço se ergueu por baixo da coberta pesada de maneira preguiçosa, acabando com a sinfonia matinal com o bastar de um clique.
Gregory se sentou na cama com um bocejo e os palmos se esfregando aos olhos, indeciso perante como começar a manhã além de se espreguiçar naturalmente e considerar as tentações de voltar a dormir. Costumava acordar bem mais cedo que o horário de sua aula, já que detestava fazer as coisas as pressas e em cima do tempo.
Com tanto tempo de sobra antes de se preocupar, decidiu iniciar o dia com um passo de cada vez e pensou em seu café da manhã. Se levantou da cama com certo protesto, cabelos curtos e ainda assim despenteados moldados da maneira que estava com a cabeça deitada sobre o travesseiro. Usava uma camiseta larga cinza e calças de moletom com meias brancas, presando o máximo de conforto durante as noites sonolentas com programação da MTV e batatinhas com refrigerante.
