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Depois que vi Minho com aquela menina, eu fiquei com uma leve pontada de ciúmes, não irei negar. Mas ver ela me tratando com tanto descaso e ele não vir intervir, me deixou mais chateado ainda.

Cheguei em casa as pressas e com muitas lágrimas nos olhos. E automaticamente quando minha mãe me viu, ela já tinha entendido mais ou menos o que tinha acontecido.

Falei para ela que se ele viesse me procurar, falasse a ele que eu precisava de um espaço para pensar um pouco e que depois conversaria com ele, com mais calma.

Depois da minha mãe me consolar, subi as escadas e fui para o meu quarto, porque eu precisava colocar minha cabeça no lugar e pensar no que eu tinha visto. Assim que eu coloco minha cabeça no travesseiro, escuto a campainha tocar e ouço minha mãe conversando com alguém, até me dar conta de que o "alguém", era Minho.

Nem penso em descer, mas sei que ele está dentro da minha casa, pois conheço muito bem minha progenitora e sei que ela não deixaria tudo que eu contei à ela passar.

Passando uma hora, eu me arrisquei a descer, porque estava ficando com fome e desci cada degrau torcendo para que ele ainda não estivesse sentado ali conversando com a minha mãe.

Assim que chego no andar de baixo, vejo minha mãe com a mão na boca e encarando a televisão, como se estivesse chocada com alguma coisa. Vou chegando mais perto, até que ela olha para mim e diz:
- Filho, Minho sofreu um acidente depois que saiu aqui de casa...- ok, agora quem está em completo choque sou eu.

Minha primeira reação é chorar. Lágrimas rolavam as soltas pelo meu rosto que estava cada vez mais vermelho. Meus olhos já inchados pelo choro de algumas horas atrás. Eu realmente não queria acreditar que aquilo tinha acontecido.

No momento em que eu fiquei estatístico em frente a televisão, passaram vários "e se" na minha cabeça... E se eu não fosse tão egoísta e escutasse o lado dele? E se ele tivesse ficado mais um pouco aqui em casa? E se eu nunca fosse atrás dele? Isso não teria acontecido.

Quando saio do meu transe, subo as escadas correndo em direção ao meu quarto e quando chego lá, a primeira coisa que eu vou procurar é um cigarro, que com certeza tinha algum perdido na minha mesinha de canto.

Quando Minho foi embora, eu comecei a consumir o cigarro, pois Minho fumava e aquilo ali me lembrava muito ele. Eu tinha dado uma maneirada de uns meses para cá, mas depois de tantas informações em um dia só, eu precisava acender pelo menos um. Minha mãe odiava esse fato, mas ela meio que entendia.

Depois de fuxicar todas as minhas gavetas, eu acho um e ao lado tinha um isqueiro.
Um isqueiro com as letras M e J que foram escritas a caneta por Minho. Foi uma das poucas coisas que ele deixou comigo quando foi embora. Eu quase não usava ele e eu nunca tive coragem de jogar fora.

Acendo o cigarro e desço as escadas correndo. Chegando lá em baixo, vejo minha mãe no telefone, provavelmente comentando sobre isso com alguém.

Eu iria atrás de Minho e estava decidido disso. Eu iria recuperar o nosso tempo perdido e ele tinha que estar vivo para isso!

- Mãe, eu vou atrás de Minho. Procurar qual hospital ele está, porque eu não posso perder a oportunidade de falar com ele, nem que seja a última vez.

Não era a última vez, não podia ser a última vez. Por favor Minho, não faça ser a última vez, porque eu vou me arrepender TANTO.

Minha mãe odiava que eu fumasse dentro de casa, era a maior reprovação, mas ela acabou não ligando enquanto eu estava com ele acesso no meio da sala com todas as cinzas caindo no chão da mesma.

- Tá bom, meu filho. Preste atenção no caminho, e eu espero que esteja tudo bem.- ela diz me abraçando e me dando um beijo na testa.

Saio porta á fora pensando em todas as possibilidades que eu poderia encontrar Minho assim que chegasse no hospital e eu espero que ele esteja vivo.

No caminho até o hospital, eu acendo mais 2 cigarros e termino o segundo assim que chego no mesmo. Eu não tinha total certeza de que ele estaria ali, mas eu torcia para que estivesse, pois era o mais próximo de nossa casa.

Passo pela entrada, falo que vim atrás dele e me perguntam o que sou dele. Fico receoso no que dizer e acabo soltando que ele é meu namorado. Namorado...

- Ele se encontra em cirurgia nesse momento, peço que aguarde em uma dessas cadeiras de espera, que assim que ele sair da sala de cirurgia, irão te chamar.

- Tudo bem.- é a única coisa que eu consigo dizer. Me sento na primeira cadeira e fico aguardando alguma notícia.

Posso dizer que depois de 2 horas e meia chega uma enfermeira e diz:- Olá, Han Jisung, né?!- faço que sim com a cabeça.- Bom, Minho está no quarto 505 e está desacordado, mas a cirurgia foi um sucesso ele ficará muito bem. Você pode ir vê-lo agora.

- Obrigada, Doutora.- Digo isso e saio correndo em direção ao quinto andar, eu fico muito feliz que ele esteja vivo, pois se ele tivesse morrido, eu iria me culpar para sempre.

Chegando no andar, saio a procura do quarto em que ele está e assim que chego na frente da porta, fico encarando a mesma e sinto um receio. Fico perguntando se devo entrar ou não.

Assim que decido abrir, vejo ele deitado e com seus olhos fechado. parecendo sereno demais, como se nada tivesse acontecido.

Vejo uns arranhões em seu rosto, mas nada profundo demais, sua cirurgia tinha sido em seu braço esquerdo o qual agora estava enfaixado.

Me apoio na maca como se fosse sentar e seguro em suas mãos, aperto a minha na dele, que saudades que eu estava de segurar em suas mãos.

Começo a chorar de novo e assim que um som escapa da minha boca, sinto um dedo acariciando minhas mãos. Olho assustado para trás e lá estava ele, me encarando com seus lindos olhos castanhos...

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Troquei de capaaaa, gostaram???

Obrigada, hilnimh por fazer essa capa lindíssima para mim! 🤍

Se tiver algum erro de português, desculpinhasss




Lettres à Lee MinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora