Uma Mera Coincidência

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20/01/23

— Você verificou o que tinha dentro do envelope? Alguma informação de contato?

— Sim, senhor Lan. Como se trata de um currículo pessoal, havia o número de telefone e e-mail. Se o senhor quiser, posso pessoalmente ir devolvê-lo ao dono. — falou.

O homem de cabelos negros sentando atrás de uma mesa, em um escritório de aparência moderna e elegante, possuía uma aura forte ao seu redor. Com seu rosto sério e maduro, ele encarou a secretária parada na frente da porta. Ele gesticulou para que está se aproximasse e sentou-se com a coluna ereta na cadeira de couro preto.

Ele olhou nos olhos da sua funcionária, a deixando um pouco desconfortável e sem jeito. Pensou no que teria sido dito por ela anteriormente e decidiu tomar uma decisão um pouco mais ousada. Baseado na experiência agradável que ele teve essa manhã e o rosto bonito da pessoa responsável por melhorar seu humor, ele encarou a mulher com um leve sorriso no canto dos lábios.

— Chame-o para uma entrevista. — proferiu por fim. Com as mãos juntas em cima da mesa, ele olhou para o envelope nas mãos da secretaria e puxou gentilmente para si, vendo-a ceder facilmente o controle sobre o papel.

— Cert- c-como senhor? — a mulher, surpresa, esperou seu chefe analisar por si mesmo as informações presa naquele pedaço de papel ofício. Embora o choque tenha sido grande, ela se recompôs rapidamente e ficou em silêncio.

O Sr.Lan, como havia sido dito por ela, estava vidrado no conteúdo em suas mãos. Era possível ver a sua íris se movimentando lentamente conforme ele passava as linhas, aparentemente satisfeito com o que via ali. Com a seu aspecto bonito, traços forte e bem desenhados, quase o fazia parecer um anjo e isso sempre pegava qualquer funcionário em sã consciência e que sabia reconhecer o que era beleza.

A moça, tímida por estar encarando demais, desviou o o olhar para longe do seu chefe. Quando o viu limpar a garganta, ela percebeu que estava distraída e pediu desculpas. Ele devolveu o documento e ela agarrou apressada.

— Estamos precisando de um designer de interiores e eu quero que você chame está pessoa para uma entrevista, certo? — proferiu, voltando a olhar os outros documentos na sua mesa sem se importar com a presença da moça.

— Na verdade não estamos precisan- —  quando ela viu o olhar do seu chefe se tornar duro e crítico, ela entendeu que aquilo era uma ordem e se calou. — sim, senhor. — concluiu.

— pode ir, eu já terminei.

Quando Lan Wangji ouviu a porta abrir e fechar, ele soltou o suspiro que estava preso na sua garganta. A cabeça dele latejava e os olhos também. Tinha muito papel em cima da mesa, no entanto, mesmo que tentasse prestar atenção neles, Wangji só conseguia lembrar do rapaz bonito que esbarrou nele e ficou bravo. Seus olhos eram tão grandes que facilmente fez o mais velho se prender neles.

— E ainda me chamou de idiota. Muito impertinente! — sussurrou e, sem perceber, deixou um sorriso escapar de seus lábios. Balançando a cabeça, ele saiu do seu efêmero descuido e voltou para os papéis estressantes à sua frente.

[...]

Caminhar pelas ruas tranquilas da Itália já havia deixado Wei Ying feliz uma vez, mas agora não mais. O céu que acabará de se tornar tão azul pela manhã parecia muito sem graça para ele. O ar fúnebre também o deixava infeliz, ele já não sabia o que fazia ali mas também não tinha mais para onde voltar.

Wei Ying, inicialmente, veio para Roma para estudar sua história e se esconder da sua família. Embora ele realmente tenha feito o que pretendia no início, ele também começou a universidade de design de interiores ali, na Itália. O rapaz não pretendia voltar para casa por um bom tempo e por isso continuou fugindo da sua vida na china e em como ela era inútil.