Uma Mera Coincidência

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Assim que abriu os olhos com a familiar sensação da luz cobrindo seu rosto, Wei Ying sentou-se na cama surpreso e confuso. O ambiente iluminado e espaçoso estava longe de ser conhecido por ele, causando um leve desespero e desamparo no seu olhar cansado. Era um lugar desconhecido e claramente foi óbvio que ele começou a analisar.

Para falar a verdade, aquele quarto em que ele estava parecia custar o preço de todo seu trabalho duro durante a vida. Apenas o lustre brilhante bem acima da sua cabeça conseguia xinga-lo de pobre em todas as línguas possíveis. Wei Ying tocou a testa desconfortável com a dor que viera acompanhada com a ressaca desagradável.

Seus olhos percorreram o espaço vazio novamente, avistando por um milésimo um copo de água e alguns remédios ao lado. Ele se estirou, pegando para si sem nem mesmo conferir se era seguro, mas tomando apressadamente para afugentar o desconforto que sentia naquele momento. O castanho respirou fundo, sem saber o que fazer ou como veio parar ali.

Sua mente era como um borrão, nada mais além dos copos de bebidas que havia tomado restava em suas memórias, como se magicamente elas tivessem sido apagadas. Era incomum, já que nunca havia tido problemas com álcool, mas não podia descartar que, de fato, tudo tinha sua primeira vez.

Um pulo foi a resposta para susto que Wei Ying tomou quando um barulho de porta foi escutado, ele imaginou que seu possível sequestrador passaria por ela e então faria com que ele apagasse novamente. Sua mente gritou alto para que ele fugisse, mas a dormência e paralisia o fizeram ficar onde ele estava, sem mover um músculo.

Aquela figura alta e bonita atravessou com o celular colado no ouvido, ele parecia surpreso quando encarou seu rosto amassado, Wei Ying só conseguia pensar o que porra ele estava fazendo naquele quarto e porquê seu provável futuro chefe estava agora mesmo entrando pela única porta de fulga existente. Lan Zhan se vestia de forma casual, o que quebrava todo o ar gélido e sério do mais velho. Seus cabelos, embora desajeitados, estavam perfeitamente colocados para trás com alguns fios que escapavam e caiam em sua testa franzida.

Quando o viu acordo, Lan Zhan abaixou o celular e depois o colocou no ouvido rapidamente de novo, ele sussurrou alguma coisa inaudível para o aparelho e o guardou no bolso da calça moletom logo em seguida. Wei Ying engoliu o seco quando o mais velho se aproximou da cama, ele se perguntou se tinha rolado alguma coisa entre ele e Lan Wangji mas expulsou esse pensamento para longe.

— Você se sente melhor? — o mais velho perguntou e Wei Ying só conseguiu prestar atenção na forma em que seus lábios se mexiam.

— Eu estou bem — respondeu —, mas o que faço aqui? O que nós fizemos?

Lan Zhan tossiu com a pergunta e suas orelhas imediatamente ganharam um tom rosado, ele olhou para o confuso Wei Ying sentando e desviou o olhar para trás dele. A parede sequer tinha alguma coisa, mas Lan Zhan temia que, se ficasse encarando demais, fizesse alguma coisa inadequada.

— Nós não fizemos nada, não se preocupe. — afirmou — Você só bebeu demais e eu tentei lhe ajudar.

Embora suas palavras fossem sinceras, Lan Zhan escondeu a parte em que Wei Ying se jogou em cima dele quando ele tentava desesperadamente colocá-lo na cama. Esse pequeno detalhe não era tão relevante, então ele só preferiu não citar e também evitar que o mais novo se sentisse culpado, já que sua expressão claramente estava esculpida com a culpa.

Não era muito tarde agora, então Lan Zhan imaginou que eles poderiam tomar um café e conversar um pouco, sem precisar envolver a noite anterior e os seus eventos catastróficos. O menor não tentou desviar os olhos dos seus quando Lan Zhan quis espiar a expressão que ele fazia. Mesmo já tendo o visto mais de uma vez, o mais ainda não conseguia acreditar no tanto que Wei Ying era tão belo.