Domando a Ferinha (2ª Temporada)

°○Memórias ruins○°

Agoniado com o silêncio que paira por toda a casa, Jungkook não para quieto, roendo as unhas e arrancando alguns fios de cabelo. Seu marido, mais tranquilo, agenda alguns clientes.

— Amor, você vai enlouquecer assim! — Comenta, sem tirar os olhos do tablet.

— Eles estão sozinhos há bastante tempo, não acha? — Enfim, para de rodar pela cozinha que nem uma barata tonta.

— O que pode ocorrer? São apenas filhotes, meu amor. Eles não sentem desejos carnais, como nós adultos!

— Eu realmente preciso comentar o quão tarado você era quando filhote? — Recebe um mouse no meio da testa. — Ai, porra. Precisa agredir? — Massageia o local atingido.

— Nem vem. São coisas diferentes. Hae-Sung ainda, realmente, é um filhote, assim como Jae-Yang!

— Sei não. Os hormônios adolescentes são terríveis. Dei muito trabalho nessa fase!

— Tomara a Deus que nosso filho não siga seus passos! — O mouse voa por cima do balcão até acertar suas costas. — 'Tá doido, diabo? — Rosna alto.

— Você quem começou! — Cruza os braços, parecendo uma criança emburrada.

— Hum, esse silêncio está me deixando meio curioso. O que eles estão aprontando? — Larga o tablet no sofá, seguido o marido para o segundo andar.

— Vamos descobrir agora! — Lentamente, abre a porta do quarto de Hae e se surpreende com o que encontra. Jae-Yang acalenta um pequeno gatinho no colo, sorrindo, cantarolando alguma música, acarinhando a pelagem negra.

— Que coisa linda! — Bobinho, pressiona a palma no peito. Jungkook, por outro lado, está desconfiado.

— Por que a cama dele está uma bagunça? — Indaga ao esposo.

— Ahn... isso eu não sei dizer. Mas é provável que não tenha sido nada! — Ouve o marido bufar. — Para de ser assim, criatura. São só crianças! — Dá um tapa na mão do outro.

— Crianças... sei. Sabe que nosso filho já tem 15 anos, né?

— Ele é muito novo...

— Querido, você e eu sabemos que esse desejo vai surgir uma hora ou outra. E temos que estar preparados! — Jimin suspira, alisando os bracinhos.

— É bem provável que ele se sinta inseguro. Conversamos muito sobre esse assunto, mas... Hae parece se esquivar. — Volta a presenciar a doce cena, querendo desviar os pensamentos ruins.

— Não pense nisso por agora. Ele irá nos dizer quando isso acontecer! — Empurra a porta um pouco mais, chamando a atenção de Ryu.

— Ele dormiu! — Descansa o corpinho quadrúpede na superfície do colchão.

— Você é mesmo um anjo, Jae! — O Jeon menor lhe faz carícias nas costas.

— Preciso ir. Foi bom vê-los! — Contragosto, ergue-se da cama.

— Quer que eu lhe deixe em casa? — Jungkook é quem indaga.

— Não é necessário, Sr. Jeon. Posso ir sozinho. Além do mais, vou passar na padaria. Mas obrigado! — É acompanhado em direção a saída.

— Espero te ver mais vezes aqui, querido! — Abraça o mini Samoieda, este que abana o rabinho. — Tome cuidado, ok?

— Pode deixar, Sr. Jeon! — Desprende-se dos braços pequeninos, tomando o rumo de sua casa pelas ruas. Ao sumir na esquina, os rapazes retornam para dentro.

— Amor... — Jungkook o chama baixinho, cutucando-o.

— Diga, coelhinho! — Retoma seus trabalhos no tablet.