Seis - Segunda Temporada.

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- Vovó – saio correndo em sua direção, e a abraço.
- Minha menininha – ela beija minha testa – estava morrendo de saudades.
- Eu também – afirmo.
Todos cumprimentam a minha avó e depois a tia Mari. Ela nos acompanha para dentro de casa. E aos poucos vai separando os quartos.
- Minha menininha – ela me olha – você não se importa de dividir seu quarto? – pergunta.
- Eu vou dormir com a Mari – Amélie fala.
- Eu durmo na sala – Bernardo afirma.
Vovó me olha – A não seja bobo – ela abraça ele de lado – vocês são amigos desde pequenos – ela sorri – e não acho que tenha problema dormir juntos.
- Concordo com você – minha mãe disse aparecendo no quarto.
- É serio – afirma – eu durmo na sala – Bernardo resmunga.
Minha mãe me encara. Eu olho Bernardo – Vem – o chamo.
Ele me olha, e nega com a cabeça.
- Facilita – peço.
Ele suspira – Tudo bem.
Ele me acompanha até o meu quarto. Eu coloco minhas malas no chão, e abro as cortinas para o sol entrar. Bernardo se joga na cama.
- Desculpa – peço.
Ele me olha – Não precisa – afirma. – a culpa é minha.
Fecho meus olhos e encosto minha testa na janela – Você sabe que não é – afirmo – e eu quero te pedir desculpas.
Ele fica em silêncio, e eu fico angustiada.
- Tudo bem – afirma.
- Você não me perdoa? – pergunto.
- Não sei – responde – estou confuso.
Eu mereço isso. Meus olhos se enchem de lagrimas, eu repiro fundo. Eu fico em silêncio, porque sei que se eu falar alguma coisa eu vou chorar.
Ele respira fundo e sai do quarto.
Eu agora eu tinha um certeza. Eu perdi meu melhor amigo. Uma música começa a tocar, olho meu celular e não. E vejo o celular do Bernardo tocando. Mordo meu lábio e dou um sorriso travesso. E vejo que é que esta ligando, suspiro pesadamente quando vejo o nome. A porta se abre.

- O que você está fazendo? – Bernardo pergunta.
Eu o encaro – Estava tocando – afirmo.
Ele arqueia uma sobrancelha – E quem era?
- Lorrine – resmungo.
Ele olha para mim, desconfiado.
- Depois eu ligo para ela.
- Não te perguntei nada – aviso. – fora que eu não preciso mais saber da sua vida.
Ele revira os olhos, e sai do quarto. Pego um biquíni e uma roupa de praia, me troco. E ligo para Caio, meu amigo.
- Caio? – pergunto.
- Oi – fala – É o que eu estou pensando? – pergunta.
- É – respondo animada.
- Não acredito – ele da risada – eu to no clube, vem aqui – pede.
- É aquele de sempre? –pergunto.
- É sim – responde – eu vou te esperar na porta – avisa.
- Em cinco minutos – olho o relógio – eu estou ai.
- To te esperando.
Desligo meu celular. E vou para o quarto chamar Amélie, que topa na hora.
- Estamos saindo – aviso minha mãe.
- O primeiro toque no seu celular é para você voltar, entendeu? – ela arqueia uma sobrancelha.
- Sim, mamãe.
Saio puxando Amélie.
- é muito longe? – pergunta.
- Não – respondo – E ali – aponto – no fim da rua.
- Você nunca me contou desse Caio – afirma.
- Não – ela assente – enfim, você vai conhecer ele hoje.
Ela bufa.
Caminhamos até o fim da rua. Caio-nos espera na porta do clube.
- Pensei que tinha desistido – ele me abraça – estava com saudades.
Sorrio – Essa é Amélie – ela a abraça – minha melhor amiga.
Eu sorri – É um prazer.
Ela morde o lábio, ela esta incomodada.
- Vamos entrar – pego ela pela mão.
- E eu sou seu melhor amigo? – pergunta.
Eu o encaro – Amigo – respondo.
- Já me trocou? – pergunta.
- Não me venha com essa – peço. – Bernardo sempre foi meu melhor amigo.
Ele revira os olhos – Vou te apresentar minha galera.
Caminhamos com ele até um pequeno grupo de pessoas. Ele nos apresenta um por um. Ficamos conversando, por algumas horas até o meu celular tocar.
- Vamos – bato na perna da Amélie.
- Até que enfim – fala baixinho.
- To indo – falo – a gente se vê.
- Já? – eu faço que sim.
Nós chegamos a casa rápido.

Vovó fez com que todos se se sentassem à mesa. E ela serviu um por um, com ela sempre fez. Ela se sentou e começou a contar histórias do meu pai, e de quando ele pediu minha mãe em namora á primeira vez.
- Mãe – meu pai resmunga – já chega.
Minha mãe caiu na gargalhada.
- Certo – vovó olhou para mim – vou contar da minha netinha.
E então ela começou. Contou cada coisinha nos mínimos detalhes, me fazendo morrer de vergonha.
- E quando o Bernardo veio aqui – ela olhou para ele e sorriu – eles não se desgrudavam – as lembranças vieram na minha mente, dei um suspiro – se lembram de crianças?
- Não – respondo, mas minha voz sai cheia de raiva.
Ela me encarou e fechou o sorriso – Como não? – perguntou – você mesma disse que nunca esqueceu.
Eu a olhei, e algumas lágrimas caíram – Não mais – respondi e me levantei da mesa.
Bernardo me olhou e não disse nada. Corri para meu quarto, e me joguei na cama, e coloquei um travesseiro em minha cabeça. A porta se abriu.
Tirei o travesseiro da minha cara. E vi Bernardo me olhando fixamente. Eu cobri meu rosto de novo.
Ele se sentou na cama, e tirou o travesseiro do meu rosto.
- Você está com raiva de mim? – perguntou.
Mordi meu lábio – Não – respondi – mas estou com raiva de mim.
Ele passou as mãos em minhas pernas.
- Por quê? – eu fitei o teto.
- Pensei que você estava com raiva de mim – fechei meus olhos – e que você nunca mais falaria comigo.
Ele sorriu – Eu já te disse uma vez – resmungou – mas acho que você não ouviu – ele me puxou e me fez sentar em seu colo – você é a única pessoa que eu jamais trocaria na minha vida.
- Mentiroso – resmungo.
Ele nega com a cabeça.
- É só aparecer uma mulher – olho em seus olhos – e você me troca.
- Eu sei disso – avisou – e você também faz isso.
- Não tenho amigos – afirmo.
Ele me aperta, em seus braços – Não tem – ele da uma pausa – Porque eu dei um jeito de eles não se aproximarem.
Eu fico boquiaberta – Foi você – acuso – Seu idiota.
E o encho de tapas.
- Calma – pede.
- Não estou calma – afirmo – Estou brava.
Ele deita na cama, me levando junto com ele.
- Me solta – peço.
Ele nega – Até nos dois fazermos as pazes – afirma.
Eu o encaro – Tudo bem – resmungo – desculpa.
- Pelo o que? – provocou.
Respiro fundo – Por ter fugido da sua casa, ter te xingado e brigado por você – sorrio, e dou uma tapa nele. – e por esse tapa.
- Ta perdoada – afirma. – E me desculpa também.
Ele se vira na cama, me prendendo em baixo dele.
Faço um biquinho – Te perdoo.
Ele me enche de beijos.
- Bernardo para – dou risada – Bernardo.
Ele da risada – Agora nos vamos descer lá embaixo – avisou – e terminar de comer.
Faço uma careta, ele sai de cima de mim. Puxa-me, fazendo com que eu fique de pé, e me abraça de lado.
- Menininha ciumenta – sorrio.

O príncipe dos canalhasOnde histórias criam vida. Descubra agora