1/5
BAR DO SONNY
Aiden
Josh entrou na Casa da Matilha por volta das cinco horas para falar comigo.
— Como está Michelle? — Eu perguntei, sabendo que ela voltaria para casa naquele dia.
Meu Beta tinha um olhar bobo em seu rosto que eu reconheci bem.
Minha própria Bruma estava fervendo em minhas veias, mas Sienna parecia tão retraída ultimamente que não estávamos aproveitando a
temporada tanto quanto costumávamos.
Mesmo assim, fiquei satisfeito por Josh. Ele e Michelle haviam passado por muita coisa ultimamente.
Para dizer o mínimo.
O alívio também me atingiu. Se Michelle estivesse saudável o suficiente para atividades mais... rigorosas, talvez ela realmente estivesse se recuperando por completo.
Uma morte a menos na minha consciência.
Passei a Josh uma cópia de um resumo das instruções da Delta Nelson e recostei-me enquanto ele folheava as páginas.
Josh virou uma página, lendo.
Recebi uma chamada na linha do meu escritório.
— Sayyid Hamdi na linha 1 para você, meu Alfa, — Felix anunciou.
Com outro olhar para Josh, coloquei o telefone no viva-voz.
— Sayyid, — eu disse.
— Nós temos uma dica sobre um caçador de vampyros que pode ter tido alguns negócios com Konstantin, — ele disse sem rodeios.
— Caçador de vampyros? — Eu ecoei. — Um Caçador Divino?
Meu coração disparou.
Os Caçadores Divinos odiavam lobisomens e eram amplamente considerados uma organização terrorista.
— Não, embora ele seja um humano, — disse Sayyid. — Bobby Turner, cara branco, cinquenta e sete anos. Sem antecedentes contra lobisomens, entretanto, apenas vampyros. Ele é suspeito de matar pelo menos dois.
— Hm, — eu disse. Vampyros eram raros. E geralmente muito fortes, embora a maioria não se comparasse a Konstantin. Como um humano — e alguém que está passando da idade de aposentadoria — este caçador deveria entender bastante do assunto.
Sayyid continuou: — Ele foi visto pela última vez em um bar demotoqueiros em Crescent Grove. — Um farfalhar de páginas. — Bar do Sonny.
Jocelyn
— É bom ver você de pé novamente, Jocelyn, — Sharon Lowell disse quando entrei na sala da curandeira.
Eu só recentemente consegui ficar de pé novamente. Ficar acamada por tanto tempo quanto estive era muito mais exaustivo do que eu poderia ter imaginado.
Quando fechei a porta, Sharon fez um gesto em direção à mesa de exame. — Por favor sente-se.
Eu mexi na pulseira em meu pulso.
— Essa bugiganga deve ser importante para você, — disse a curandeira.
Eu concordei. — Minha mãe me deu quando fui aceita como curandeira da Matilha. Ela disse que sempre me traria força.
A curandeira Lowell acenou com a cabeça, seu rosto ficando sério. — Você vai precisar de sua força agora, Jocelyn.
Meu sangue gelou. — O que você quer dizer?
— Foi um milagre termos conseguido reanimá-la depois de sua façanha na semana passada.
Meus olhos se voltaram para os dela. — Como está a Michelle?
— Recuperando-se bem, — disse Sharon, erguendo as sobrancelhas.
— Graças à sua loucura. Você teve muita, muita sorte, Jocelyn. Você sobreviveu, com sua mente intacta. Acho que nunca vi alguém passar por esse ritual tão bem quanto você.
—... Mas?
— O que você fez foi contra a natureza, Jocelyn, — disse Sharon. — Se Michelle não pudesse ser salva naquele momento por meios de cura aprovados, então era sua hora de morrer.
Eu balancei minha cabeça. Eu não podia aceitar isso.
— Não é direito do curandeiro prolongar a vida além do que temos o dom de curar. Jocelyn, o que você fez, apesar de sua resiliência, traz consequências graves.
Eu encontrei seus olhos. — O que você quer dizer?
— Sinto muito por ter que dizer isso, mas você se esgotou.
Uma onda de pavor me encheu.
— Eu não entendo, — eu disse.
Sharon apertou as palmas das mãos, quase como se estivesse rezando.
— Eu não posso detectar nenhuma centelha de poder de cura dentro de você, Jocelyn. Se foi.
Eu respirei fundo.
Eu conhecia os riscos. Vou aceitar as consequências.
No entanto, um soluço sufocado saiu da minha boca quando a curandeira falou novamente.
— E tenho muito medo de que a perda seja permanente.