Minho correu pelas ruas esburacadas de calçada minúscula, ele não ficava nervoso para receber alguém havia anos.
Saíra para comprar cerveja haviam alguns minutos, se apressava para voltar para casa e recebê-lo. Com dor no coração, pagou da cerveja mais cara e mais saborosa, pois se Jisung pagava caro para lhe deixar satisfeito, ele devolveria na mesma moeda.
Voltou para a rua de sua casa, vendo um carro sendo estacionado, alguém alugou uma casa em sua rua, um novo vizinho. O carro era rebaixado e cheio de amassos. Pensou e receber a pessoa ou família nova com uma torta, porém seria por outra hora.
Não era uma boa para nenhum ser humano beber cedo. Era 8 da manhã, e Minho tinha total noção disso. Mas ele já tinha se tornado imune há muito tempo.
Bateu na porta de casa e aguardou. Angie abriu, completamente vestida para sair, o cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo gracioso. Iria à casa da irmã passar a tarde, levando os filhos que estavam de folga da escola.
- Tem comida para você Min, e para seu aluno também. Vou lhe dizer, é estranho receber alunos na própria casa.
- É mais comum do que parece, muitos professores não tem um lugar próprio para lecionar e tem de se virar. - Minho respondeu, dando de ombros.
- Não beba muito... Calma, cerveja? Não está muito cedo?
- É um rito. Eu preciso disso para focar. - A fala não pareceu convencer a mulher, mas ela não disse nada e apenas fez uma careta de reprovação.
- Se cuide. Quero ver se sobrevive sem sua dama. - Brincou, mandando um beijinho no ar. Ele riu e se sentiu desafiado.
- Eu consigo muito bem, damasco.
- Damasco é uma ova, seu paspalho! - Quase levantou o dedo do meio para o outro, mas parando no meio do caminho. Ela se virou e gritou "tchau, te amo!" e um "não coloque fogo na casa!", percorrendo a rua até sumir de vista.
O homem adentrou a casa e arrumou as garrafas dentro da geladeira. Tudo estava silencioso, o tilintar do vidro parecia alto, ainda que o choque fosse leve e baixo.
Minho, desde aquele dia que teve uma conversa profunda na sala da casa de Jisung teve sua culpa diminuída em seu coração. Ele sabe que parte da conversa que teve com o loiro era para limpar sua própria barra, afinal, Jisung não tinha esposa e nem filhos.
"Eu sei e Deus sabe o quanto você ama sua mulher. Por mais que eu tenha um forte apreço quase sufocante por você, eu aceito que eu nunca serei aquele que ocupa o primeiro lugar." Repassou a frase que escutou há quase duas semanas completamente gravada. A frase lhe deixou chateado, a situação é como se ele estivesse na beirada de um precipício, e atrás dele tem alguém prestes a atirar.
Ameaçado dos dois lados, sem ter para onde fugir. Era mais fácil viver quando era apenas um bebê. Sem preocupação, pensamentos ruins, ou responsabilidade nenhuma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑂𝑑𝑦𝑠𝑠𝑒𝑦 𝐵𝑙𝑢𝑒 𝐶𝒉𝑖𝑙𝑙𝑠. - Minsung.
Fanfiction{𝑪𝒐𝒏𝒄𝒍𝒖𝒊𝒅𝒂.} Em seu âmago, Minho não sentia mais aquela vontade fugaz da curiosidade humana, o interesse na odisseia. Dentro de si, ele era apenas um barco a velejar sem destino. Mesmo assim, trabalha para trazer sustento para quem realment...