O dia estava bonito, por incrível que pareça. A neve caia leve sobre o gramado e o sol fraco iluminava a tarde, que já estava a terminar. Franklin e Úrsula foram para a casa dos primos, e seus pais em breve iriam, para passar a véspera de natal com a família de Angie.
Minho e a mulher faziam os preparativos. Eles decidiram se perdoar, assim como um dos pilares do casamento cristão funcionava. O ar continuava estranho, mas fingir que nada acontecia era a única atuação que parecia ter concordância entre os dois e não acabaria por estragar o natal dos filhos.
Minho sentia-se ansioso a ponto de ter um infarto de tanta pressão que colocava em si. Ele ficava sempre sem jeito em jantares formais; sem saber que assunto abordar, o que responder quando a questão é apontada para si, e ele também odiava ser o centro das atenções.
Mas era de Jisung que se tratava. Era importante que ele sempre entregasse o melhor do melhor para ele, e manipular a esposa inconscientemente para tal.
Havia muita comida para somente três pessoas, então os dois decidiram guardar um pouco para sobra e levar alguns intactos para a festa de véspera daqui a algumas horas.
- Sinceramente, quem foi o velhote rico e bobo que decidiu fazer uma competição de saxofone bem no natal? - Resmungou. Ela esperava em seu âmago que sobrasse gás para acender a lareira, ou passaria o dia todo no frio até ele chegar. - Você nem vai conseguir vê-los abrindo os presentes.
Minho estava distraído a ponto de não ter compreendido nada. Arrumava o pano da mesa milimetricamente, como um perfeccionista vidrado. - Meu Deus, Minho. Deixe assim, o pano é torto mas é o mais bonito. Ele não tem o formato da mesa quadrada. Vem me ajudar aqui.
Ela andou até ele e pegou o braço dele, e andaram até o fogão. - Tire a torta do fogão para mim, por favor.
Angie sumiu para dentro da casa, com o Han prestes a chegar a qualquer momento. Retirou a comida fumegante do forno com as luvas com estampas de galinha e parou.
Eles já se conheceram antes, segundo o próprio Jisung. Disse que achou-a adorável e que ela era realmente baixinha, como uma tangerina. Minho riu sozinho. Mas não sentia que seria tão amistoso como poderia ser, afinal era Angie que o conhecerá.
No dia seguinte teria que se aprontar para acompanhar Jisung até o centro da cidade e ser capaz de ganhar sendo professor de um iniciante brilhante; em múltiplos aspectos. Como ser carinhoso, saber cozinhar com uma perfeição, possuir dez vezes a inteligência de Minho.
Será que o moreno estava sendo muito indiscreto?
Era só um amigo, um aluno, um cliente, apenas. Não era grande coisa como fez parecer. Se a ruiva estranhasse, ele poderia dizer que era o nervosismo de eles acabarem não se entendendo. Ele não sabia o que dizer, o que pensar.
Então começara a agir mais neutro.
- Olhe só! - A mulher voltou trajando um suéter preto com trenós e neve, se mostrando e rodando a saia do vestido longo chique que usava por baixo. - Esse eu fiz, mas não ficou bom, então o melhor que eu fiz fica para você.
- Eu quero usar quando as crianças abrirem os presentes, amanhã de manhã. - Ele não gostava de se trajar tanto no dia anterior.
- "O melhor é viver na temática no dia certo", eu sei. - Ela repetiu a frase dele toda vez que ela insistia que ele usasse alguma peça natalina feita por ela.
- Exat- A porta soou leves batidas do lado de fora, fazendo a sensação de ansiedade subir e descer por Minho como um choque de alta tensão. - Meu Deus, que susto. Quando só tem adultos tudo parece mais alto dentro dessa casa.
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𝑂𝑑𝑦𝑠𝑠𝑒𝑦 𝐵𝑙𝑢𝑒 𝐶𝒉𝑖𝑙𝑙𝑠. - Minsung.
Fanfic{𝑪𝒐𝒏𝒄𝒍𝒖𝒊𝒅𝒂.} Em seu âmago, Minho não sentia mais aquela vontade fugaz da curiosidade humana, o interesse na odisseia. Dentro de si, ele era apenas um barco a velejar sem destino. Mesmo assim, trabalha para trazer sustento para quem realment...