Silêncio: Eruri

Comunicação

Mikasa continuou percebendo a diferença em Levi dentro da casa. Ela notou a leveza que ele demonstrava, mesmo quando Erwin não estava por perto. Levi parecia mais à vontade em sua própria pele e sua presença na casa, algo que Mikasa nunca imaginou testemunhar. Era como se as sombras do passado estivessem lentamente se dissipando. Essa transformação era motivo de alegria e alívio para todos na residência. Naquele dia, por algum motivo, o doutor Erwin havia atrasado sua chegada. Levi estava sozinho, cuidando das plantas como de costume, quando Mikasa aproveitou a oportunidade para se juntar a ele. Ela sorriu e desejou a Levi um bom dia. "Tio, você sabe que nosso aniversário de casamento está chegando, certo? São 3 anos desde que Eren e eu nos casamos."

Levi assentiu com o olhar fixo nas plantas, mas parecia estar prestando atenção à sobrinha.

Ela continuou: "Eren quer fazer algo especial este ano. Ele mencionou uma viagem. Seria bom, não acha? Você pode nos dar sua opinião, tio."

Levi pegou o bloco de notas e escreveu sua resposta, sinalizando que achava uma ótima ideia e que apoiava a decisão deles. Mikasa sentiu-se grata por ver o tio participando de maneira mais ativa nas conversas familiares. A Ackerman  perguntou a Levi se estaria tudo bem se eles o deixassem sozinhos e o tio respondeu com um toque de humor no bloco: "Prometo não me perder na floresta, sobrinha."

A resposta de Levi arrancou um sorriso de Mikasa, e ela concordou em deixá-los a sós, confiando na crescente relação entre seu tio e o doutor. Erwin ocupou o lugar de Mikasa e iniciou a conversa com Levi, mencionando que tinha visto a sobrinha pouquíssimas vezes no jardim. Levi escreveu no bloco de notas que em uma semana eles estariam sozinhos na casa, explicando a situação. Era uma informação importante para que Erwin ficasse ciente dos planos da família e pudesse se preparar para as sessões de terapia durante esse período.

Erwin pediu uma conversa particular com Levi, que concordou. Os dois se dirigiram para um local mais reservado na casa, onde poderiam falar sem serem ouvidos por outros membros da família. A atmosfera era tensa, pois Erwin estava prestes a abordar um assunto sensível com Levi. Erwin continuou, explicando a Levi que tinha um amigo chamado Hange, que além de ser psicólogo, também trabalhava com o desenvolvimento de tecnologias neurológicas. Recentemente, durante uma troca de e-mails com Hange, mencionou vagamente o caso de Levi, e para sua surpresa, Hange revelou que tinha colaborado no desenvolvimento de um aparelho projetado para ajudar pessoas com deficiência de fala. Era uma informação interessante que poderia ser benéfica para Levi, e Erwin estava curioso para saber se ele estaria disposto a explorar essa possibilidade.

Erwin olhou para Levi com um olhar esperançoso e disse: "Levi, o que você acha da ideia de explorarmos esse dispositivo de comunicação? Pode ser uma ferramenta valiosa para ajudá-lo a expressar seus pensamentos e sentimentos. Claro, a escolha é sua, e só faremos isso se você se sentir confortável com a ideia."

Erwin explicou a Levi que o aparelho era um sistema totalmente não invasivo, sem a necessidade de cirurgias. Era uma ferramenta simples que funcionava com base na digitação. Levi escreveria o que queria expressar e o dispositivo transformaria essas palavras em frases audíveis. Não era uma solução permanente, mas poderia ser uma maneira temporária de ajudá-lo a recuperar a voz e a se comunicar mais facilmente. Erwin queria garantir que Levi entendesse que essa era apenas uma opção, e ele tinha a liberdade de decidir se queria experimentá-la ou não.

Levi escreveu uma piada no bloco de notas com. humor: "Quem diria que eu, Levi Ackerman, acabaria sendo o próximo Stephen Hawking?"

Erwin riu e respondeu: "Quem sabe, Levi? Talvez você se torne um especialista no uso desse dispositivo. Mas o mais importante é que ele pode abrir uma porta para você se comunicar de uma maneira que não era possível antes. O que acha? Quer tentar?"