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Minatozaki Sana  🔬


Todas as vezes que me chamavam brincar no parquinho, quando eu era pequena, eu levava uma lupa comigo. Era uma farra ficar observando o sol, com o auxílio da lente, queimar as plantinhas.

E nessa coisa de ficar alheia que conheci minha alma gêmea. Eu gostava de queimar as folhas e Momo gostava de juntar punhados de folhinhas pra mim.

Mal conversávamos, apenas ficávamos lá olhando a fumacinha subir, em silêncio.

E quando eu fui ver, nossos pais já se conheciam e todo final de semana dormíamos juntas uma na casa da outra, sempre revezando.

Passamos pelo mesmo colégio, da nossa infância até a nossa adolescência. Vi Momo beijar pela primeira vez e também fui com ela comprar o primeiro teste de gravidez quando o (ex)namorado escroto dela não quis usar camisinha.

Tínhamos anos de amizade e eu nunca consegui ficar muito tempo longe dela, e foi por isso que quando entramos na mesma faculdade, eu para cursar biologia e ela para cursar química, pegamos a mesma bolsa de intercâmbio.

Fomos para a Coreia do Sul no dia do meu aniversário de 24 anos. Conseguimos uma bolsa que nos garantia o último ano e uma especialização na Coreia mesmo.

Mas o que a gente não imaginava é que iriam jogar a gente em um muquifo para morar.

Cerca de quinze intercambistas dividiam um dormitório. Quinze quartos e três banheiros, era desumano...

Mas a universidade era perfeita e como eu passava mais tempo nela do que no dormitório eu não tinha muito do que reclamar.

Durante nosso primeiro mês fomos acolhidas por Mina, que era a representante do dormitório de estrangeiras.

Por ser japonesa também ela acabou se enturmando rapidamente conosco, e depois do nosso primeiro semestre no intercâmbio tomamos mais liberdade para sair a noite.

Inicialmente nossas saídas eram apenas para jantar, passear pelos comércios, shoppings e assistir filmes.

Momo entretanto queria um pouco de emoção.

Convites para festas era o que ela mais recebia, porém, grande parte das baladas não aceitavam estrangeiros, e era frustrante se arrumar, sair de casa, para ser barrada ao chegar no local.

E foi aí que conhecemos o Bunker Bar.

A primeira vez que fomos lá era uma sexta-feira, e estava bem movimentado. Tiveram uma ideia de decorar um galpão, encher ele de mesas e colocar um palco. E assim surgiu o Bunker.

Conhecemos algumas pessoas, e Mina conheceu bem até demais uma das sócias do local.

Depois disso foi inevitável estar por lá todos os finais de semana possíveis já que Mina estava quase se casando com Chaeyoung.

Son Chaeyoung era um espírito livre, passava o dia inteiro no bar decorando e arrumando o local, dia após dia, com os míseros 1,50 metros dela e umas tatuagens estranhas demais pro meu gosto.

Mas ela e Mina combinavam, enquanto Chaeyoung era pura resiliência, Mina era um pavio curtíssimo prestes a explodir a qualquer momento.

E a relação delas passou por altos e baixos, principalmente quando algumas bandas locais de rock começaram a apresentar no bar.

A banda de Chaeyoung entrou nessa onda e era quase sempre que após os shows várias meninas e caras iam dar em cima da Son.

Eu acabei parando de ir nesses dias de shows. Além de ter que aguentar Mina surtando tinha o público que ia nesses dias específicos que eram meio... bagunceiros.

Summer Romance (Anti-Gravity Love Story) - SaHyoOnde histórias criam vida. Descubra agora