VI

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Park Jihyo 🎸

Por mais que eu fosse inimiga do álcool, eu sempre soube identificar uma ressaca. Às vezes eu tinha que cuidar do meu pai, comprar remédios, levar água e tomar cuidado para não fazer muito barulho.

Quando Sana sentou na cama com a mão na testa, resmungando sem parar eu percebi na hora que ela estava de ressaca.

Me levantei da cama para pegar água e uma aspirina sem fazer muito barulho e quando voltei achei uma graça que ela estava toda encolhida abraçando meu travesseiro.

- Ei, Sana... Aqui - chamei entregando o copo e o remédio.

Ela se sentou na cama e suspirou, o cabelo estava uma bagunça e o rostinho inchado, não resisti e dei um beijo na ponta do nariz dela.

- Hmm - resmungou enquanto tomava o remédio, acabando com o conteúdo do copo.

- Quer mais água? - perguntei assim que ela me devolveu o copo.

- Não - Sana se deitou novamente e estendeu os braços pra mim, em um convite silencioso para que eu deitasse com ela.

Coloquei o copo na minha escrivaninha e fui me aconchegar nos braços dela. Sana já estava ressonando e eu não conseguia parar de pensar na declaração dela.

Amor, pra mim, sempre foi um sentimento muito forte. E eu tinha muita dificuldade em falar as três palavras mágicas para as pessoas, até mesmo para Yunjin.

A única exceção foi Somi. Alguma coisa nela e no nosso relacionamento me fez cair de cabeça com tudo, no nosso primeiro encontro eu já estava quase dependendo emocionalmente dela.

- Hyo você pode parar de balançar a perna um pouquinho? - a voz de Sana me acordou do meu devaneio e eu suspirei.

- Tudo bem.

- Desculpa é que tá tudo girando ainda.

É, Sana era muito fofa.

Permanecemos deitadas abraçadas por um bom tempo. Eu ainda não fazia ideia se ainda era de manhã ou se já estava de tarde... O blackout da janela estava fechado e não entrava uma fresta de luz sequer.

Sana acabou dormindo rápido, estava ressonando baixinho quando a porta do meu quarto abriu e Yunjin entrou sem se preocupar com a presença de Sana lá.

- Levanta, o pai tá aqui.

O desespero na voz dela me deixou em estado de alerta. Sana pareceu ter acordado e me soltou enquanto eu levantava da cama.

Marchei até a sala já com o sangue fervendo, senti Yunjin me acompanhar e quando cheguei na sala vi meu pai sentado no sofá.

Ele estava acabado. O cabelo grisalho estava completamente bagunçado, uma barba por fazer preenchia metade do seu rosto e as roupas dele pareciam ter sido mastigadas.

Ele estava péssimo.

- O que você tá fazendo aqui?

Perguntei entredentes. Minha vontade era de socar a cara dele.

- Hyo, oi, filha - ele se levantou e eu recuei para trás - Eu estava passando aqui perto e pensei... Em vir dar um abraço em vocês.

- Eu vou te dar trinta segundos para sumir da minha frente.

Eu já estava arrepiada, nervosa demais, não queria ter que lidar com ele. Ainda mais com Sana em casa, podendo escutar as atrocidades que eu falaria pra ele.

- Filha, me escuta eu-

- Não encosta em mim!

Minha voz saiu em um grito, quase rasgando minha garganta. Senti Yunjin pegar meu ombro e escutei os passos apressados de Sana.

Summer Romance (Anti-Gravity Love Story) - SaHyoOnde histórias criam vida. Descubra agora