O morro dos ventos uivantes...

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POV DRACO

Transfigurei o criado mudo dela em uma poltrona e fiquei sentado ali, a vendo dormir. E meu sono, ainda sem dar as caras.

Peguei o livro que a pouco ela abraçava.

Se isso a fez dormir, talvez...

Abri o livro:

"O morro dos ventos uivantes

O amor nunca morre..."


Só a Granger para ler uma coisas dessas...

As horas passa, e eu não tinha sono, mesmo lendo.

A cada página eu queria mais uma, e outra, e outra. Este livro era como a Hermione. Complicado, confuso e, mesmo assim, cativante.

A ouço suspirar e meus olhos se desviam das páginas, percorrendo cada milímetro de seu belo corpo. Seu rosto, seu busto, as leves curvas que a coberta escondia de mim, mas que ainda eram evidentes.

Se ela não se mexesse tanto durante o sono, até diria que parecia um anjo.

Despida de sua armadura. Eu jamais admitiria em voz alta, mas o que eu, um dia, já senti por essa irritante-sabe tudo, não tinha mudado nada, talvez só aumentado.

Mesmo eu escondendo meus sentimentos com palavras ásperas, e que eu sabia que a machucavam, tudo o que eu queria, era estar do lado dela. Mais ou menos como Heathcliff e Catherine. A única coisa deprimente nesta comparação era que eles não terminam juntos, apesar do forte amor. Parece que as complicações que os separam, são mais fortes.

Papai nunca aceitaria, essa foi a maneira que encontrei de estar perto dela.

Escutar dua voz. Sentir seu cheiro doce, de morangos, o jeito que ela fica corada quando gritava comigo... pequenos detalhes que a tornavam perfeita, para mim e só para mim.

— Ah, Ron... — ela sussurrou me tirando de meus devaneios.

— Herm... Granger?

Nenhuma resposta.

— Por que fez isso comigo, Ron? — senti sua respiração ofegante.

— Eu... eu escolhi você! — ela continuava a murmurar, ainda dormindo — Eu escolhi você, e você me traí... com ela? — um nó foi se formando na minha garganta, e e me senti ser tomado por uma enorme vontade de abraça-la.

Ela acordou com meu toque.

— Calma, foi só um sonhos. Está tudo bem. Eu estou aqui. — minha reação ao seu pesadelo foi realmente inesperada até mesmo para mim, mas, a dela, ao acordar, foi ainda mais.

Ela retribuiu meu abraço com o que imaginei que fosse toda a força dela. Depositei um beijo em meio de seus cabelos, e senti que estava chorando, no meus braços. Ela ardia de febre, mas não me atrevia a solta-la.

Não! Era o que queria a tantos anos, estar perto dela, sem que brigas fossem necessárias.

As lágrimas cessaram, e sua força foi se esvaindo, mas como ela não se mexia, presumi que tivesse dormido. Não me mexi. Ela dormiu em MEUS braços. Não no pobretão do Weasley.

Eu retornei a leitura, sem sono. Abraçado a ela. E era assim que eu pretendia ficar, a noite inteira. Essa provavelmente seria minha única oportunidade.

(...)


"Se o amor dela morresse, eu arrancaria seu coração do peito, e beberia seu sangue."

Essa era a frase final, impressa na contra-capa.

Eu terminei todo o livro, a tempo de ver o sol batendo na janela. Olho para a pequena, encolhida em meu braço. Ela não se mexeu um minuto, nem ao menos cogitou a possiblidade de me soltar, e mesmo se ela o fizesse, eu a abraçaria de volta.. Não queria que ela me soltasse de maneira alguma.

O que tá acontecendo comigo? Eu fiz uma promessa no sexto ano. Quando ganhei a marca. Jamais me lembraria de alguém que amei no passado. E esse alguém, obviamente, era Hermione.

Deixei o livro de lado e afaguei aqueles cabelos ondulados castanhos, que estavam sutilmente bagunçados.

— Hermione, você já está pronta, pra... — Weasley irrompeu pela porta. E logo vendo a cena virou o mais rápido que pode e cobriu as faces, mas ainda sim, pode a ver corar.

— Você não sabe bater? — esbravejei. — Não seja bobinha Weasley fêmea, estamos todos vestidos. Bom... mais ou menos... — disse olhando para o shorts curto dela. — mas, um de nós dois ainda é virgem, então...

— O que aconteceu aqui, ein, garanhão? — ela jogou uma almofada na minha cara, que desviei para não acertar a Mione. O rosto de Ginerva mostrava malícia ao olhar para nós dois na cama. Ela queria rir.

— Calada... — joguei a almofada de volta e ela riu.

Abaixei-me até próximo do ouvido de Hermione. Chamei seu nome baixinho, e inalei uma última vez seu perfume. Morangos.

Guardarei essa noite para sempre na memória.

— Bom dia, sabe-tudo, irritante. — lhe dei um sorriso radiante, enquanto ela piscava os olhos varias vezes, tentando se acostumar com a claridade.

Ela me empurrou e eu me levantei da cama, a contra gosto.

— Cala a boca, doninha quicante platinada! — pisquei pra ela, que mostrou a língua. Sorri com aquele gesto infantil.

Peguei meu uniforme e fui para o banheiro.

O QUE ACONTECEU AQUI?! — ouço a voz de Gina, entre risos. Mas não ouço a resposta de Hermione.

O fim é só o começo -- Repostagem RevisadaOnde histórias criam vida. Descubra agora