Welcome To The Mato- Camren G!P

Capítulo 12

Lauren Jauregui P.O.V

Já faz um mês que Camila está trabalhando na fazenda, ela se desempenha bem em todas as funções que lhe são designadas. Pra mim está sendo de muito proveito sua presença aqui, ela passou a se comunicar melhor com George e Alícia. Laura parou de pegar no meu pé, só Aurora que a uns dias atrás teve crises de ciúmes por causa de Camila, mas nada além disso. Eu estava realmente pensando em terminar meu namoro antes mesmo de completar os dois meses, eu acho que é melhor para nós duas continuar, apenas ficando, se assim ela quiser. Não nos demos bem sendo namoradas, eu não queria terminar com Aurora por ligação, então mais tarde faria um esforço de ir até a cidade resolver essa situação.

Eram sete da manhã e eu estava ordenhando a vaca, e não é porque não tivesse alguém para fazer isso e sim porque era uma coisa que eu gostava de fazer. Vale ressaltar, Camila estava tomando café na cozinha com minha família e Laura. Enchi uma lata de leite e levei para dentro de casa, para colocar uma parte na geladeira e outra para tomarmos. Laura tinha preparado torradas, tinha uns três bolos de sabores diferentes, e um queijo. Depois do café cada um foi para um lado, eu fui ao escritório de Verônica ver como estava a documentação da minha casa de praia, foi o que eu escolhi fazer com o dinheiro da venda dos lotes. Logo no cartaz imobiliário me apaixonei de cara por cada detalhe da casa, mas só finalizei a compra depois de uma visita, e pude constatar que era bem melhor que nas fotos. Eu gosto de lugares isolados, cabanas, casas de praia, fazendas..

Não vejo a hora de aproveitar a casa de praia, mas eu queria aproveitar com alguém especial, esse alguém não seria Aurora e eu bem sabia disso. Eu sei que errei em pedi-lá em namoro sem realmente gostar dela pra isso, mas eu continuaria errando se continuasse, ao invés de terminar. Ela pode encontrar alguém melhor que eu, que seja melhor do que eu estou sendo pra ela, e eu também mereço. Por isso não é justo permanecer nessa situação.

O relógio marcando três e meia da tarde eu fui ver se Camila precisava de ajuda, ela estava no curral cuidando de um bezerro que a mãe tinha pisado em cima. Acredite ou não, isso é mais normal do que parece. No caso desse bezerro a vaca  acabou quebrando a pata dele, com ajuda de mais ou menos três pessoas, Camila conseguiu engessar, salvando a mobilidade do animal. Parecia que ela tinha nascido destinada a cuidar dos bichinhos, eles ficavam calmos quando ela aparecia e falava com sua voz doce. Era muito bonito de ver.

- Tudo bem por aí? - perguntei entrando no curral e ela me olhou enquanto anotava algo em sua caderneta.

- Tudo certo, eu estava conferindo a hora correta de aplicar o medicamento no filhote. Essa é a última dose do dia. - ela pegou um frasco enquanto descascava uma seringa da embalagem.

- Precisa de ajuda? - a seringa estava pronta.

- É só uma picadinha, ele já está acostumado. - ela aplicou tão rápido, que não deu tempo nem do bicho pensar em reclamar.

- Você é boa nisso. - elogiei.

- Por isso sou sua veterinária. - piscou pra mim enquanto removia as luvas de suas mãos, Camila era fantástica.

- Então eu deva ter bom gosto. - brinquei.

- Nem sempre, você namora uma loira enjoada. - ela amava me dar indiretas sobre Aurora.

- Namorava, estamos terminando. - ela me encarou surpresa, parecia não saber o que dizer.

- Bem, que bom? Não sou boa em consolar, ok?

- Eu acho que é realmente, que bom. Estou indo na cidade, até mais tarde Camz. - me virei para sair do curral e peguei as chaves da minha caminhonete que estava no meu bolso de trás da minha calça.

Olhei as horas em meu celular, pretendia voltar antes das sete da noite, talvez o assunto com Aurora fosse mais fácil de resolver. Estava torcendo para ela não surtar, querer me bater, ou sei lá , algo do tipo. Encontrei com George no caminho até minha caminhonete, ele conversava com alguém no telefone, parecia estar muito nervoso. Mas ao notar que eu me aproximava ele encerrou a chamada. George tem andado muito estranho nos últimos meses, às vezes tento ignorar, e entender que talvez ele possa estar passando por um mal momento no casamento, ou um dia difícil.
Eu não gosto de tirar conclusões precipitadas sobre alguém, muito menos se esse alguém for meu irmão. Alícia não comentou nada sobre algo estar indo mal entre eles, ela tinha liberdade para falar comigo sobre isso, ou com Camila já que elas se tornaram amigas.
Mas eu estava torcendo para essa fase ruim dele passar logo, não sei mais por quanto tempo aguentaria o mal humor dele sem acabar brigando.

Entrei em minha caminhonete e a liguei logo em seguida saindo da fazenda, mandei mensagem a Aurora avisando que daqui mais ou menos meia hora estaria chegando na casa dela. A estrada para a cidade estava muito ingrime, a chuva havia deixado a situação ainda pior, os buracos estavam enormes, mas por sorte minha caminhonete era muito alta, o que fazia eu passar por esses obstáculos com facilidade. Entrei na rodovia que ligava a fazenda com a cidade, peguei um leve trânsito até chegar a casa de Aurora. Desci da caminhonete e travei as portas, caminhei até o portão e toquei o interfone. Aurora já sabia que era eu e liberou minha entrada.

Ela estava me esperando sentada no sofá, seus pais, como sempre, estavam viajando. Ela estava linda, mas seus olhos estavam vermelhos, como de quem estivesse chorando. Ela estaria chorando antes de eu chegar para terminar nosso namoro? Estranho, sentei no sofá e segurei suas mãos. Aurora somente me observava, esperando que eu falasse alguma coisa, eu não podia continuar enrolando. Eu teria que ser direta, querendo ou não, de qualquer forma, seria o melhor para nós duas.

- Aurora, você sabe que o nosso relacionamento não está sendo um dos melhores né?. - ela não respondeu, apenas concordou com a cabeça, fixando seu olhar em um ponto qualquer da parede. Parecia distante.

- Eu não quero que isso continue, eu acho melhor a gente terminar. - completei e ela apertou minhas mãos.

- Você não pode terminar comigo. Eu estou grávida.