Capítulo 28

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Lauren Jauregui P.O.V

Queria poder entender o que levou George a fazer aquilo, por mais que, em minha ingenuidade, eu lutasse para acreditar que não tenha sido ele

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Queria poder entender o que levou George a fazer aquilo, por mais que, em minha ingenuidade, eu lutasse para acreditar que não tenha sido ele. Resolvi mandar uma mensagem, pedindo para nos encontrarmos em um restaurante. Até então não quis comentar nada com Camila, talvez ela me impedisse de enfrentar ele, se soubesse das minhas dúvidas. As onze horas da manhã sai de casa, estacionei o carro de Camila em uma esquina um pouco afastada do meu ponto de encontro com George. Entrei no estabelecimento e me sentei, esperando até que ele chegasse.

- Oi Laur, aconteceu alguma coisa?. - George perguntou enquanto puxava uma cadeira à minha frente para se sentar. Puxei o canivete do bolso e coloquei sobre a mesa, ele manteve sua expressão calma.

- Isso te lembra alguma coisa?. - fui sugestiva.

- Eu perdi esse canivete a muito tempo, estava com você?. - quando ele foi tentar pegar eu o impedi.

- Achei no carro de Aurora. - agora parecia ter ficado tenso, capturei como se fosse uma câmera lenta, todas as suas reações. Ele engoliu em seco.

- Você pode me explicar porque seu canivete estava no carro dela? Sabe, eu não acreditei quando o laudo indicou que não havia falhas mecânicas. Tive que ir olhar pessoalmente, quando olhei vi que os fios que ligavam ao freio estavam cortados, George. E a merda do seu canivete estava no porta luvas do carro dela. - fui rude, roubando alguns olhares ao redor, ele não pareceu se importar. Muito menos tentou se explicar, me olhava como se eu fosse uma louca, estérica.

- Acho que você deveria procurar saber se aquela menina realmente é sua filha, não só ela, como as outras duas. - ironizou, soltando uma risada sem humor.

Ele poderia falar sobre tudo ao meu respeito, menos sobre as minhas meninas e a minha mulher. Elas são a minha família e eu jamais permitiria que  alguém falasse delas daquela forma. Não sei em que momento consegui jogar George no chão e encher seu rosto de socos, no começo ele não se defendia, apenas tentava se esquivar, mas em um momento que me cansei, ele conseguiu me acertar no olho. O que provavelmente daqui alguns minutos estaria completamente roxo, aquilo realmente havia doído, gemi em dor, me sentindo no chão enquanto ele se levantava. Podia notar pessoas em volta de nós, e dois homens segurando os braços de George.

- Você é uma vadia, Lauren. Você roubou de mim minha fazenda, minha família, meus sonhos, até meus pais preferem você, eu te odeio. Sim, eu cortei os freios daquela puta, ela estava indo contar a você sobre as ameaças que eu fiz a ela, eu não podia deixar. Mas que pena que sua filha inútil não foi junto com a mãe. - depois de terminar seu discurso de ódio, ele cuspiu sangue no chão.

Ainda com dor, saí daquele lugar, escutando as sirenes da polícia, me sentei na calçada em frente ao restaurante, eu ainda não acreditava em tudo que tinha acabado de ouvir. Nesses últimos dois anos ele estava próximo a minha família, e principalmente a minha filha, da qual ele falou de uma maneira horrenda, chorei, mas não foi pela dor física que eu estava sentindo, e sim pela dor de ser enganada, traída. Chorei pela inocência de Yasmin ser tão grande, a ponto dela sorrir e estender os bracinhos toda vez que via ele.

Uma policial me abordou, questionando o que havia acontecido, depois tive que ir até a delegacia depor, prestei queixa sobre a agressão de George, e sobre o que ele fez a Aurora. Ele acabou confessando o crime, e um inquérito será aberto para apurar o que realmente aconteceu, enquanto isso ele ficará preventivamente preso. Entraram em contato com a família de Aurora, mais uma vez jogando sal na ferida. Não quis ficar lá até eles chegarem, não teria coragem de olhar na cara deles.

Meu celular tinha inúmeras chamadas de Camila, eu não havia comentando nada, desde então, tomei um remédio para dor que estava no console do carro. Meu olho estava avermelhado, não queria ter que chegar em casa assim. Meus pais também mandaram mensagem, não quis falar com eles sobre o que tinha acontecido, mesmo sabendo que nessa altura eles já foram informados. Quando cheguei em casa Camila praticamente pulou em cima de mim, meu corpo estava todo dolorido, minha cabeça parecia pesar uma tonelada, me joguei no sofá. Aparentemente ninguém tinha contado a ela.

- Lauren! O que foi que aconteceu? Você foi assaltada?. - Camila me encarava preocupada.

- Foi o George que fez isso. - me levantei na tentativa de lavar meu rosto na pia da cozinha.

- Mas o que?! Vocês brigaram? Amor, deixa eu cuidar de você, isso vai doer. - pegou um pano limpo e começou a limpar as marcas de sangue ao redor do meu rosto.

- Ele matou a Aurora. - Camila simplesmente ficou estática, a cor sumiu do seu rosto.

- Cadê as meninas?. - perguntei enquanto ela me encarava, ainda sem parecer acreditar.

- Estão lá em cima, com a babá. - me abraçou. - Sinto muito, Lo. - eu sabia que ela se limitaria a falar muitas palavras, Camila não gostava desse assunto, eu sei que, assim como eu, ela não carrega boas memórias.

Após nossa conversa subi para o nosso quarto, para tomar banho, sentia dor em todos os cantos do meu corpo, mas não me arrependo de ter começado a briga. Mas me limitei a não lembrar o motivo, fui até ao quarto das meninas, Camila estava lá amamentando as gêmeas e Yasmin brincava com seus brinquedos. Fiquei na porta admirando aquela cena, eu daria a minha vida por elas, se assim fosse necessário.
Entrei no quarto e fui até minha filha mais velha, que estava entretida e a peguei no colo, ela sorriu pra mim e colocou seus bracinhos em volta do meu pescoço.

Me sentei ao lado de Camila que terminava de amamentar Sophie, enquanto Beatriz dormia no berço. Yasmin agora brincava com as meias que estavam no pé de sua irmã. Sai do quarto com Yasmin, a pedido de Camila que colocaria a outra gêmea para dormir. Descemos as escadas e eu a deixei na sala sentada no sofá, enquanto assistia algum desenho aleatório, e fui para cozinha fazer o achocolatado que ela tomava todas as noites. Coloquei na mamadeira e voltei para sala, ela assitia com atenção tudo que se passava na TV. Me sentei ao seu lado e lhe entreguei a mamadeira, eu ficava admirada ao ver o quanto ela era esperta e independente. Logo Camila desceu e se juntou a nós.

Naquele instante tudo que se passou naquele dia se tornou insignificante, quando eu estava com elas tudo ficava bem, elas eram o meu porto seguro.

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