26. Estou Fodido e Não Tenho Como Escapar

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- Mais forte, Anthony! - Grita León, incentivando-me.

- Tô tentando! - respondo, praticamente sem fôlego e banhado de suor.

Gostaria muito de estar cavalgando no pirocão do meu padrasto, vendo ele revirar os olhos e sua expressão contorcida de tesão escaldante. Mas ao invés dessa visão fascinante, tenho que me contentar em socar o saco de areia bem na minha frente com as mãos cobertas por bandagens de algodão.

Já faz uma semana desde que comecei o meu treinamento na academia de casa. A melhor parte de ter León como meu instrutor é que venho aprendendo muitas coisas com ele. Técnicas de combate e defesa, tiro no alvo e exercícios físicos que já fizemos juntos uma vez. A pior parte é que ele pega pesado comigo e a melhor que eu tenho feito é não abrir a boca para reclamar. Afinal, todo e o resto desse progresso é por Edgar.

Venho trocando algumas mensagens com Gavin e Nathan. Ambos estão dedicados ao mesmo preparo rigoroso supervisionado pelo pai deles. Pensando no meu caso, é mais tranquilo que o deles, pois Edgar ainda anda furioso com eles. Por isso, o treino dos dois irmãos é mais intensivo e estressante. Em outras palavras, uma quase tortura.

Nada vem sendo fácil. Nenhum músculo ainda tem estufado em mim. De verdade, às vezes, dá até uma terrível desanimada.

- Você ainda é fraco - ele pontua, parando ao meu lado de braços cruzados. - Precisa desenvolver seus músculos. Ainda vamos manter o treino do jeito leve pra você ir se acostumando, mas daqui à alguns dias aumentamos a intensidade. É bom que vá se acostumando.

- Foda - como eu queria cair na piscina. Estou esgotadíssimo. Porra.

- Quer desistir?

Por um segundo, é como se ele ousasse duvidar da minha capacidade de evoluir com perseverança. Mas não engulo esse caralho nem calado.

- Nem fodendo... Edgar... Precisa de toda a ajuda que puder... De pouco à pouco... Eu posso me tornar capacitado.

- Esse é meu baby boy - ele sorri levemente e bate as mãos, esfregando uma na outra em seguida.

- Quem precisa de ajudar?

Não só León, mas eu também salto sob alerta, virando para trás e vendo minha mãe se aproximando amarrando um elástico no cabelo, arrumando um rabo de cavalo com as mechas ruivas.

- Mãe? O que tá fazendo aqui? - questiono com o cenho encrespado.

- Ora. Eu vim malhar - diz ela, fazendo jus ao tênis, a calça e o top colados no corpo com curvas femininas. - Não posso ficar parada e desvalorizar o que eu tenho. Aliás, estou casada com um homem extremamente cobiçado pelas mulheres.

- Por favor. Não esqueça de incluir os homens na disputa também - digo, o que imediatamente faz com que León me olhe surpreso.

- Por que eu incluiria? - ela arqueia uma sobrancelha, desconfiada.

- Possa ser que León goste de homens... - embora eu saiba muito bem que meu padrasto é gay, não seria nada legal encrenca-lo com minha mãe. Portanto, melhor disfarçar, falando em bissexualidade. - Também.

- É mesmo? - acho que por essa ela não esperava. O jeito como ela olha para ele é de uma mulher computando mil perguntas à serem feitas.

- Anthony, vamos continuar com o treino. O tempo tá passando e temos muito o que fazer. Se importa, querida? - indaga ele à minha mãe, um tanto incomodado.

- Não. Pelo contrário, posso participar?

Não era bem o que eu queria, mas acho que vamos mesmo ter que dividir o macho entre a gente, por enquanto.

- É claro - permiti León.

Ela se afasta um pouco e ele se vira para mim, cochichando com seriedade:

- O que deu em você?

- Eu só tava tentando te ajudar - respondo inocentemente.

Mais tarde, depois de mais meia hora de luta corporal com meu padrasto, enfio as roupas suadas e fedidas no cesto e pulo para dentro do banheiro do meu quarto, onde a água gelada e o sabão perfumado dão um trato na minha pele. Respiro e relaxo aliviado, coberto por uma sensação refrescante e única.

Faltam duas horas para o jantar, mas não levo isso contra meu instinto de saciar minha fome com um lanche. Enxugo-me e visto roupas limpas antes de descer para a cozinha. Com alguns ingredientes apetitosos, produzo um sanduíche de pernil. Encho um copo de suco de morango e puxo uma das cadeiras da bancada para sentar e me alimentar em paz.

Ouço o som de passadas vindo do corredor. São leves. Do tipo minha mãe. Ela surge entrando e sorrindo como de costume ao me ver.

- Como estão indo as aulas na escola? - pergunta ela, lavando as mãos na pia e enxugando-as no trapo.

- Boas - respondo, dando uma dentada na minha comida.

- Tem algo especial acontecendo recentemente?

- Não. Tudo normal.

Ela cata uma frigideira no armário de cima. Acrescenta um pouco de óleo na superfície aderente e deixa em cima de uma boca do fogão. Em seguida, ela lava um tomate e uma cebola para corta-los.

- E o trabalho? Como vai? Muitos pacientes? Ainda não perdeu a cabeça? - pergunto.

- Todos estão em sã consciência e à salvos nas mãos da psicóloga preferida deles - ela se refere à si mesma. - Ultimamente eu tenho notado que León e você estão bem próximos.

A mudança de assunto me faz ficar atento aos meus gestos. Devo manter a calma. Não transparecer algum incômodo.

- É. Praticamente.

- Parece que minha semana em Toronto fez isso com vocês.

Sim, mãe. Eu abri as pernas para ele. Transamos várias vezes. E estou desfrutando a primeira, se não, a melhor fase sexual da minha vida com León Pascal, seu marido e meu amante.

Por alguns segundos, pensando bem antes de olhar nos olhos dela, formulo uma pergunta que eu faria mais cedo ou mais tarde e quanto mais adiantado eu souber a resposta, talvez eu estarei mais conformado com as consequências dos meus atos.

- Posso te fazer uma pergunta, mãe?

- Diga.

- Se você descobrisse que León estivesse traindo você com alguém que você menos esperasse, alguém importante pra você, o que você faria?

- O que eu faria... - ela para e pensa por um momento em silêncio, até responder de um jeito sinistro. - Eu faria o que nenhuma mulher que eu conheço ainda não fez antes.

- Tipo, mataria ele?

- Talvez - ela dá de ombros. Será que ela se importa ou não?

- E a pessoa com quem ele te traiu?

- Já ouviu falar que sempre cabe mais um dentro da cova?

- Não se ela for rasa - nem acredito que fiz uma piada sobre isso. Era para eu estar desesperado? Minha própria mãe não me mataria. Mataria?

- Por que está me perguntando isso, filho? Viu alguma coisa? Suspeita que ele tenha feito algo desse tipo?

Não, mãe. Suspeitar é uma coisa que não existe perto das noites que León vem passar em meu quarto, fazendo amor comigo e depois dormindo de conchinha com o mastro ainda dentro de mim.

- Não, não. Não acredito que ele faria isso. Ele e eu estamos muito próximos. Nós se abrimos muito um pro outro. Dá pra confiar nele - dou um sorriso falso.

- Fico muito feliz em saber disso.

Encerramos o papo com ela voltando todo o foco para o preparo do jantar e eu tratando de terminar o meu lanche, rezando para que ela nunca chegue à ver León e eu sob as cobertas, saciando nossos desejos profundamente enlaçados até as nossas almas.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora