Gabriel Barbosa — RJ
Estou encostado na lateral do carro enquanto espero Alice e sua filha descerem, onde elas moravam era um bairro sem muito movimento, apensar de ser no centro, a rua estava deserta, o que fazia eu ficar mais tranquilo. Observo duas figuras loiras atravessando a porta de vidro do pequeno predio.
Alice estava de cabelo solto, com uma blusa vermelha soltinha e usava uma calça que caia muito bem em seu corpo. Ela estava linda, e porra, se eu encarece mais um pouco era perigoso eu babar aqui mesmo.
Sai dos meus pensamentos quando percebo que a criança está correndo em minha direção, Mia usava uma blusa do flamengo, como a do jogo.
— TITIO BIGOL — pula em mim e em um movimento rápido pego ela no colo — VOCÊ VEIO MESMO — me abraça fortemente.
— Eu prometi para você que viria, não foi? — ela acena com a cabeça, então abro a porta de trás do carro com uma mão que está livre e a coloco lá dentro, e em seguida fecho a porta — Você tá linda — digo me virando para Alice. Para falar a verdade, saiu sem eu perceber, mas eu não estava mentindo. Vejo as bochechas de Alice ganharam um tom avermelhado.
— Obrigada Gabriel — deixa escapar um sorrisinho — Vamos?
Concordo com a cabeça e abro a porta do passageiro para que ela entre no carro. Ela se acomoda no banco e eu fecho a porto. Vou em direção ao lado do motorista e faço a mesma coisa.
— Nos vamos para onde? — Mia é a primeira a se pronunciar — Eu quero tomar muito sorvete, porque aí assim eu vou passar muitoooo tempo com o Gabigol.
— Podemos tomar quanto sorvete você quiser, Mia — eu digo — Você gosta de açaí?
— Eu amo açaí — ela faz um coraçãozinho com as mãos — A dinda Lu me contou que quando eu tava na barriga da mamãe, ela tomava muito açaí e é por isso que eu gosto tanto. Hoje a mamãe não gosta mais de tanto que ela comeu, aí ela gosta só de sorvete — Acho engraçado o jeito que explica toda essa situação.
Olho para Alice que aparece estar um pouco incomodada ou tensa? Não sei ao certo, mas ela não está com a mesma postura de antes. Será que só de falar de açaí ela já se sente assim?
— Bom, que tal falarmos de outra coisa? — Alice se pronunciou.
— Porque? O açaí te deixou enjoada? — eu quis saber.
– É, quem sabe um pouco.
Acho estranho tudo isso, mas finjo não me importar, apesar de estar me corroendo para perguntar.
Alice vai o cominho inteiro sem falar nenhuma palavra, enquanto Mia não para de perguntas coisas a todo momento e eu claro, respondia tudo o que ela queria saber.
— Pronto, chegamos — digo enquanto estaciono o carro um pouco mais afastado do local.
Sempre vinha aqui para comer sorvete ou açaí escondido, era tranquilo e o pessoal era gente boa, então não havia problemas. Ajudo Mia descer do carro e ela estica um braço em minha duração, juntando sua mão na minha mão e logo faz a mesma coisa com sua mãe.
Por segundos passa um filme na minha cabeça, fico imaginado como seria se fosse meu filho, é como se eu fosse realmente viver novamente essa cena.
Adentramos no estabelecimento e sentamos em uma das mesmas mais para o fundo, Mia senta ao meu lado e Alice fica de frente para mim.
— Já sabem o que vão pedir? — encaro as duas.
— Eu quero uma cestinha de açaí com morango e leite condensado — Mia aponta para o cardápio, onde tem uma imagem igual a que ela pediu.
— E você Alice? Não vai pedir nada?
— Hmm, não estou com fome, pode pedir só vocês dois — fala e fecha o cardápio, o colocando de volta na mesa.
— Tem certeza? Pode ficar a vontade para pedir o que quiser — insisto.
— Tá de boa.
Faço o pedido meu e da Mia e ficamos conversando até a hora dos pedidos chegarem. Alice as vezes falava alguma coisa, já Mia falava sobre tudo, era uma garota muito esperta para a sua ideia. Me senti diferente, não era algo que eu costumava a fazer, mas tinha algo nessas duas que me fez fazer tudo isso. Bom, e eu estava gostando.
— Titio, deixa eu provar um pouco do seu? — Mia me encara com os olhos de cachorrinho pidão. Pego um pouco do meu sorvete e levo até sua boca — Isso tá muitooo bom, prova mamãe — agora encara Alice.
— Não precisa meu amor, o sorvete é do Grabriel.
— Deixa disso loira, experimenta um pouco — faço a mesma coisa que fiz com a Mia, levo minha colher até sua boca e foco em todos movimentos da mulher. Encaro seus lábios que abrem lentamente e fecham assim que minha colher chega dentro deles, tiro devagar, fazendo com que ela lamba a colher de uma maneira lenta. Subo meu olhar para seus olhos e percebo que ela está me encarando, não me importo e desço o olhar para sua boca que agora está um pouco suja.
Automaticamente levo uma das minhas mãos até seu queixo e passo meu polegar pelo canto da sua boca. Ela não se mexia, apenas acompanhava com o olhar toda a situação, levo meu dedo até sua boca fazendo com que lamba o resto de sorvete que eu havia limpado.
E porra, isso era sexy pra caralho.
Volto a realidade quando a voz de Mia ecoa o ambiente.
— Eai mamãe, gostou?
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MELHOR VERSÃO - GABIGOL (pausa)
Roman d'amourAlice Alencar é mãe solteira e trabalha como barista em uma cafeteria no centro do Rio de Janeiro. Faz de tudo ao seu alcance para deixar sua filha feliz, só não contava que o desejo de sua filha iria fazê-la encontrar o amor da sua vida.