CAPÍTULO 4- DESTINO

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O sinal tocou por toda a escola, especialmente, na enfermaria que ficava próximo ao local que era disparado a sirene. O barulho incômodo, ressoou aos ouvidos de Jina que levantou da cama hospitalar em um pulo frenético, seus olhos estavam arregalados e a mente um tanto desorientada. Mas logo as lembranças do que ocorreu naquele dia fatídico se fez presente, flashbacks do episódio da carta e da tragédia que houve na sua nova casa começaram a se repetir na sua mente a deixando novamente perturbada.


— Que bom que acordou, pequena Jina — uma mulher mais velha disse calmamente, enquanto organizava alguns utensílios de primeiros socorros.


A princípio um arrepio percorreu o corpo da garota quando a voz da mulher encontrou seus ouvidos, mas ao constatar que se tratava de Kang Jisoo, a enfermeira e talvez funcionária mais antiga da escola, a garota suspirou aliviada.


— Obrigada por cuidar de mim, unnie — Jina proferiu as palavras docemente, dando um sorriso ao se referir a mulher mais velha como unnie sabendo que ela odiava ser chamada assim, porém aquilo servia de provocação para a garota que possuía uma forte relação com Jisoo. Forte o suficiente para considerar a enfermeira uma segunda mãe.


— Ora sua pirralha, você sabe que não gosto de ser chamada assim, se quer ser respeitosa me chame de senhora — Jisoo disse em um tom que mesclava ironia e seriedade, fazendo Jina assentir com um sorriso fraco.


Apesar de estar se distraindo com as besteiras que falava com Jisoo, a angústia que preenchia seu coração ainda estava lá, a sufocando aos poucos. A vontade de ceder as lágrimas se tornava cada vez maior, ela fungava baixinho tentando disfarçar, mas nada passava despercebido ao olhar atento da enfermeira.


— Querida, não pense muito sobre o que aconteceu, apenas pegue suas coisas e vá embora. Seu pai está de esperando na diretoria — essas foram as únicas palavras que Jisoo disse quando percebeu que seu bom humo já não era suficiente para distrair a garota, enquanto o seu pai estivesse dialogando com o diretor.


Afinal não era todo dia que ocorria um escândalo da proporção que a família de Jina foi acometida e por mais que não fosse culpa do pai e muito mesmo da filha, ainda sim a escola era afetada por ter como aluna uma pessoa que estava amplamente sendo falada no país como uma irresponsável por morar em um local de risco.


Jina mal pode processar as palavras de Jisoo, suas pernas se moveram automaticamente e por mais que quisesse agradecer os cuidados da mulher nenhuma palavra saiu da sua boca. Jisoo pareceu ter compreendido a situação da garota quando apenas assentiu e apontou para saída da enfermaria como se estivesse dizendo pode ir, querida.

O caminho até a diretoria foi árduo, tinha muitos alunos no corredor naquele horário por ser troca de professor - era o ultimo horário do dia- e nenhum deles aparentava ter empatia pela situação de Jina. Eles murmuravam diversas coisas, as quais a garota tentava ignorar, mas quando a voz odiosa de Sohee encontrou seus ouvidos, Jina parou no meio do corredor incredula com o que tinha acabado de escultar.


— Parece que o destino te odeia, primeiro foi rejeitada pelo Yejun e depois perde a casa que mal havia se mudado. Não sei o que é pior se uma maldita iludida ou um sem teto — o comentário de Sohee ecoou no corredor fazendo Jina morder os lábios quando as risadas começaram a preencher o ambiente.

Em nome do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora