CAPÍTULO 8- REGRAS DE CONVIVÊNCIA

3 1 1
                                    


Jina descia as escadas em passos lentos, enquanto puxava o ar cada vez que seus pés tocavam os degraus e seu corpo se aproximava do primeiro andar da casa. Sua mente ainda repassava com riqueza de detalhes as palavras de Yejun e aquilo fazia os pelos do seu braço se arrepiarem.

Respira Jina. Você está conseguindo lidar bem com ele. Jina deixou que a sua voz interior a acalmar, realmente não tinha porque está com os nervos tão aflorados quando de longe havia ganhado a discursão com Yejun. O silêncio e o olhar fulminante que ele a dirigiu, enquanto as palavras provocativas saíram da sua boca foram uma evidencia disso. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios, parecia que ele não estava acostumado a ficar sem argumentos e recordar da sua expressão perdida tornava tudo ainda mais cômico. Como se apaixonou por uma pessoa tão racional quando era a loucura em formato de gente? E melhor se questionando, como poderia fazer Yejun se apaixonar em por ela em quatro semanas sendo que mal conseguiam trocar meras palavras sem se provocar? .

Assim que seus pés alcançaram o ultimo degrau da escada, Jina olhou para o relógio que tinha no pulso, que pertencia a sua mãe e que havia ganhado do seu pai no seu aniversario. Os ponteiros marcavam exatamente sete e quinze da manhã e suas aulas começavam as oito, pelo pouco que recordava do caminho do colégio para a casa dos Kim's deveria dar cerca de vinte minutos de distância então significava que na verdade não estava tão atrasada como pensava somente a família Kim que era extremamente organizada em seus horários, ao contrario dela e do pai que sempre tiveram dificuldades em cumprir os compromissos na hora certa. 

— Jina, querida, já estava começando a me preocupar com você. Venha se sentar e tomar seu café, tenho certeza que Yejun pode esperar mais um pouco — Yejin deu uma piscadela para Jina que mal teve tempo para processar as palavras da mulher, já que fora arrastada por ela do ultimo degrau para a mesa, em que Yejun estava com os braços cruzados e um olhar assassino. 

Ótimo, ele deve está super irritado. Mais se bem que eu que deveria está irritada não ele. O pensamento passou pela mente de Jina que olhou de soslaio para Yejun ignorando o aviso que queimava em suas íris para que recusar o convite de Yejin. Não faria uma desfeita com a pessoa que havia a tratado tão bem, por mais que seu corpo reagisse de forma que odiasse admitir. 

— Preparei o lanche de vocês. Espero que esteja do seu gosto, Jina — Yejin aproveitou que tanto o filho como Jina pareciam distraídos em um discursão silenciosa com alguns olhares enigmáticos para colocar os pontes com os sanduiches nas bolsas. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, eles teriam uma bela surpresa quando abrissem as bolsas e a mulher já sentia o estomago revirar imaginando as novidades que Jina teria para a contar no final daquele dia. 

Jina balançou a cabeça em resposta a Yejin, na verdade é que não havia compreendido um só palavra que ela tinha pronunciado. Seus olhos se alternavam entre ficar comprimidos e analisar Yejun de cima a baixo, o fato do seu nariz ser fino também ajudava na sua tentativa de parecer mais altiva, embora a frieza que emanava de Yejun fosse poderosa ela não se sentia tão intimidada como certamente ficaria a alguns dias atrás. Talvez só precisasse conhecer um pouco sobre ele para perceber que ele não era o príncipe encantado inalcançável que idealizava, que na verdade era um idiota extremamente egocêntrico e arrogante. 

— Estou saindo — Yejun anunciou com a voz baixa, quase como um murmúrio, enquanto se levantava quebrando o contato visual com Jina  e seguia para a porta sem esperar resposta. Jina que comia uma torra acompanhou com o olhar e apenas quando ouviu o som da tranca sendo aberta que seus pensamentos confusos pareceram despertar, ela deu um pulo da cadeira derrubando o restante do leite que tinha em seu copo.

—Perdão, senhora Yejin. Prometo que quando chegar da escola ajudarei a limpar a casa —Jina proferiu as palavras com o rosto próximo das mãos que estavam na metade do seu rosto em um sinal tradicional de desculpa. Ela apenas ouviu um não tem problema em um tom anasalado vindo por parte de Yejin e ao mesmo tempo uma repreensão que a mulher dirigiu ao filho mais velho o mandando esperar.

Jina se deslocou da mesa até a porta pegando seus sapatos da sapateira e os calçando com rapidez, já havia acontecidos muitos desastres desde ontem não precisava de mais um para animar seu dia. Assim que estava pronta, ela correu saiu da casa encontrando Yejun encostado em uma árvore a alguns centímetros. 

— Vou te dar algumas regras e espero que cumpra a risca se quiser que nossa convivência seja pacifica durante esse tempo que morar na minha casa — Yejun proferiu em um tom desdenhoso, assim que Jina se aproximou dele. Ela franziu as sobrancelhas, mas logo compreendeu do que ele se referia, a forma como era louco por controle a impressionava cada vez mais.

— Sou toda ouvidos, Kim Yejun — Jina disparou em um tom mais ácido do que ela planejou, talvez por estar farta dos jogos e regras de Yejun. Ele era tão metódico que ela se perguntava como iria lembrar de tantas regras se sua principal característica era ser distraída e com certeza isso iria render muitos problemas com Yejun, mas Jina preferia não pensar naquilo por hora quando já tinha tanta coisa para lidar. 

Ela estava com os braços cruzados e olhava para ele com o nariz arrebitado. Se fosse para ouvir as grosseiras de Yejun tão cedo da manhã que fosse de cabeça erguida como seu pai havia a ensinado.

— Não me dirija a palavras dentro da escola, a menos que seja extremamente necessário. Não conte aos seus amigos estupido, aonde você mora e tente não falar comigo em casa também — Yejun foi incisivo em cada palavra, enquanto caminhava até Jina que se mantinha parada em uma postura desafiante. Ele ficou frente a frente com ela, aproveitando-se da diferença de altura entre eles para encarar seus olhos sem muita dificuldade. 

— Que seja, não é como eu fosse ficar espalhando pelos quatro ventos da escola que estou morando na casa do menino que me rejeitou. Não, corrigindo-me, que por enquanto me rejeitou, porque Yejun você me desafiou a te conquistar e não sou de fugir de um desafio — as palavras sairiam da boca de Jina como uma lamina afiada e sem que ela percebesse ao certo o que falava fazendo Yejun respirar profundamente atingido mais uma vez pela audácia da garota em rebate-lo com maestria, de jogar na sua cara a proposta maluca que deixou escapar dos seus lábios noite passada e que havia se tornado a fonte de provocação de Jina contra ele.

— Você encarou aquilo como um desafio? tão ingênua... — Yejun zombou de Jina dando um peteco com os dedos na sua testa, fazendo franzir as sobrancelhas com a dor fina que percorreu sua face — Estou ansioso pelos seus esforço, Hwang — Yejun sorriu de canto deixando as covinhas da sua bochecha amostra e Jina quase retribuiu o seu gesto sentindo o corpo quase explodir pelas emoções que a preencheu.

Foi a primeira vez que Yejun tinha sorrido para ela, mesmo que estivesse sendo sarcástico. Ainda sim, era o primeiro sorriso dele que via e esse seria uma das lembranças mais bonitas que guardaria na memoria. 

Para uma pessoa que está tão confiante que não será capaz de se apaixonar por mim, seu sorriso me pareceu muito sincero Kim Yejun. Bom acho que ele não conhece minha perseverança o suficiente. O pensamento correu pela cabeça de Jina que mordeu os lábios para não deixar uma gargalhada escapar da sua garganta.

— A sua soberba me comove, Kim Yejun. Cuidado para não pagar com a própria língua — Jina deu de ombro, seu tom carregado de deboche fez Yejun revirar os olhos e dar as costas novamente para ela. Ele se afastou alguns centímetros e com um olhar sobre os ombros apenas murmurou " Me siga em silêncio".

Jina balançou a cabeça e começou a seguir seus passos a distância imposta entre os dois de maneira silenciosa. Muita coisa se passava em sua mente, mas com certeza a principal delas era como iria conseguir enganar seus amigos, os quais deveriam está muito preocupados consigo e como faria para se aproximar de Yejun quando ele parecia extremamente relutante a qualquer contato que não fosse para repreende-la ou provoca-la. 

Ela agarrou a alça da mochila, deixando um suspiro sair da sua boca. Jina nem ao menos imaginava, que de todos os seus problemas a senhora Kim havia a ajudado com pelo menos o ultimo. Tanto Jina quanto Yejun não podiam esperar pela supressa que a matriarca da família havia preparado. 

Notas da autora:

Oi, meus amores. Mais um capítulo aqui para vocês, espero que gostem, apoiem essa autora deixando comentários, seu voto e feedback se quiser. Até provavelmente sábado ou segunda. 




Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 13 hours ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Em nome do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora