Jina abria os olhos lentamente, sentindo a claridade os invadir de forma tornava-se difícil para a jovem distinguir o local que estava. Sua visão era turva, tomada por uma neblina que a impedia de ver com clareza os rostos de seus amigos preocupados com seu estado.
A primeira coisa que viu após alguns segundos tempestuosos, foi Hyun que detinha poucas lágrimas marcando sua bochecha que a observava fixamente como se aquilo fosse a única forma de a fazer despertar, enquanto Seojin e Hyerin estavam abraçadas aguardando silenciosamente que aquela situação logo passasse.
Ver a devoção de seus amigos, fez a jovem sorrir brevemente, à medida que se levantava lentamente de onde estava, mas logo sua cabeça voltou a ficar pesada como da última vez e fora impossível passar despercebida pelos olhos atentos de Hyun que de imediato a amparou.
— Como se sente? ? — questionou Hyun em um tom de preocupação, fazendo a jovem assentir levemente ao passo que suas amigas se aproximavam para lhe oferecer seus cumprimentos.
As coisas ainda pareciam confusas, mas observando com atenção aquele lugar gélido e nada confortável que lembrava o ambiente hospitalar, Jina percebeu que estava na enfermeira da escola. Agora tudo parecia se conectar, e de repente a memória do que havia acontecido em sua casa se fez presente, fazendo a garota sentir-se angustiada.
— O que aconteceu na minha casa foi verdade? — questionou Jina cautelosamente, clamando com seu olhar desesperado para que seus amigos afirmassem que tudo não passava de fruto de sua imaginação perturbada.
Hyun desviou o olhar da garota, enquanto as amigas se mantinham em um silêncio enternecedor. Não foram preciso palavras, para a jovem saber que o maior sonho da vida de seu pai agora estava destruído.
— Pelo menos, ainda tem o restaurante. Vocês moraram lá durante tanto tempo, creio que em alguns meses vão conseguir um novo local — afirmou Seojin em um tom otimista, mas a garota sabia que era uma tentativa claramente falha de animá-la.
— Vocês sabem que não podemos continuar morando lá, a vigilância sanitária vem nos monitorando a meses! Se continuarmos a usar o restaurante como moradia, meu pai irá perdê-lo! — gritou Jina frustrada, à medida que as lágrimas se acumulavam em seus olhos que exalavam uma imensa tristeza, fazendo seus amigos, em especial, Seojin se sentirem impotentes diante da situação da acastanhada.
Jina sentia-se culpada por ter deixado o pai sozinho, sabia que o mais velho não estava bem naquele dia. Pensamentos intrusivos insistiam em afirmar para a garota que ela poderia ter ajudado o pai, que sua presença poderia ter evitado o que houve.
— Jina?... — questionou Hyerin cautelosa, obviamente, temendo outra crise emocional da amiga, que mantinha-se inerte em seu próprio mundo o qual a perturbava com pensamentos desagradáveis.
Hyun, que estava extremamente próximo, repousou uma das mãos nas costas da garota fazendo um breve carinho na tentativa de transmitir algum conforto.
— Acho que só posso estar amaldiçoada — murmurou jina em um tom triste, fazendo seus amigos se olharem entre si.
Eles gostariam de confrontar Jina e convencê-la que nada era culpa dela, que as coisas que ocorreram foram por obra do destino e que tudo tinha um propósito por mais doloroso que fosse. Entretanto as palavras não chegaram, observar o sofrimento alheio era angustiante e mortificante.
— Acho melhor você ficar descansando na enfermaria, a professora te deu essa licença até o final das aula — disse Hyun com a voz estática, fazendo Jina o olhar sem muita profundidade, como se estivesse perdida nos próprios pensamentos.
Hyun não esperou resposta da garota e com o auxílio das suas mãos que repousavam nas costas de Jina, foi a deitando na cama. Jina se encolheu na cama, olhando para a parede se remoendo de culpa.
— Hyun, vamos deixar ela sozinha. Jina precisa desse tempo para processar tudo o que houve — disse Hyerin calmamente, sem sarcasmo ou ironia, e Hyun a olhou incerto, mas acabou silenciosamente concordando.
Apesar de amar Jina, Hyun tinha que respeitar seu espaço pessoal. Seria intrusivo se ficasse ali em um momento em que claramente Jina não queria conversar e nem ser consolada.
Antes de sair com as amigas, Hyun se abaixou alcançando a testa de Jina e depositou um beijo casto. A garota mal reagiu, e Hyun se sentiu tentado a ficar com ela, mas Seojin e Hyerin o puxaram pelo braço e logo os três amigos saíram da enfermaria.
No silêncio que preenchia o cômodo, Jina se permitiu mais uma vez chorar, e dessa vez as lágrimas salgadas que saiam dos seus olhos carregavam não somente as lembranças da humilhação que havia sofrido, mas também pela tristeza que com certeza sentiria ao se encontrar com o pai.
Em minutos de reflexão, que pareceram horas, Jina pegou no sono permitindo que uma visita inesperada entrasse na enfermaria.
— Garota boba, você nunca deveria ter se apaixonado por mim, mas não vou negar que sua coragem me deixou admirado — Disse Yejun com a voz leve para não acordar a garota, mas ainda sim, auditivo para seus próprios ouvidos.
Yejun observou Jina dormindo tranquilamente, enquanto um sorriso de canto surgia em seus lábios. O coração de Yejun batia mais rápido que o normal e logo ele percebeu que aquela garota representava perigo, um perigo que ele não está disposto a correr, mas que certamente ainda teria que enfrentar ao longo daquele ano letivo, pelo menos era o que apenas esperava se o destino não estivesse os unindo de forma ainda mais inusitada.
Notas das autora:
Espero que tenham gostado do capítulo. Se possível me deem um feedback do que estão achando. Um beijo e até próxima semana.
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Em nome do amor
Fiksi PenggemarHwang Jina era uma jovem moça sonhadora que se encontrava no auge de sua juventude com apenas dezessete anos, idade está no qual o sonho de qualquer menina era encontrar o amor, para a pequena Jina não era diferente, visto que sempre acreditou fielm...