Quando o floral murchar e morrer
Todos os frutos vierem a apodrecer
Das pragas que rodeiam a destruir
No árduo caminho, você irá seguir?
Quando me faltar a poesia
Quando encerrar a boêmia
Nossa garganta arranhar
Você ainda irá me amar?
Quando acabar o teatro
Quando ruir nosso átrio
Quando tudo deixar de ser lento
Nossas rotinas parasitar nossos momentos
Você permanecerá em meu templo?
Quando as crianças não pararem de chorar
Os salários atrasar
O aluguel aumentar
Quando eu sentir incapaz
Ficarmos com falta de ar
Você viria me salvar?
Quando na porta bater
A morte recolher
Eu passar a esquecer
Você vai me acolher?
Quando a dopamina abaixar
Parar as ondas do mar
No oceano vir a me afogar
Você iria mergulhar?
Quando eu falhar
Deus vier me julgar
Você o irá confrontar?
Quando tiver multidões
Perdido em milhões
Eu ainda serei, um?
Quando eu voltar-me a questionar
Nem em mim, ir a acreditar
Você em mim, irá confiar?
De todas as questões,
Das dúvidas que vem com a monotonia
Mesmo com todos os demônios a assombrar
Seja o meu sol, a voltar a me iluminar.—Luiz de Souza
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OS FRAGMENTOS DO LIMBO
PoetryQuantas histórias não são contadas? Quantas paixões não são decladadas? Todas caminham para o limbo do esquecimento, lá, há amores perdidos, canções jamais ouvidas e textos jamais lidos. Neste livro, há poemas nos quais cairiam no esquecimento, no m...