Prólogo

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Notas gerais:

Essa história possui mudanças de narrador, o nome do personagem que narra cada capítulo estará escrito no começo dos capítulos.

Capítulos com conteúdo delicado possuirão avisos no início, leia com atenção.

Boa leitura!

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Narrador - Calypso

- Ah, eu fico muito feliz que estejam aqui! - Disse o homem alto em roupas caras - Já estava pensando que teria que contratar outras bruxas!

- Nos perdoe pelo atraso, senhor, nós tivemos alguns problemas no caminho.

- Está tudo bem, vocês estão aqui agora não? Já é hora de fazerem o seu trabalho.

- Claro, meu senhor - Disse o jovem de cabelos preto azulado que se desculpou antes, Agamenon, "Agan" - Tudo que precisa é nos dar as ordens.

- Venham comigo - Disse o homem.

Ele então nos levou pelo castelo grandioso, por corredores e salões abertos com vista para os andares mais superiores. O lugar era um verdadeiro templo de glória, com suas paredes de mármore, piscinas e plantas escalando as colunas. Descemos grandes escadarias circulares até uma parte mais disfarçada do castelo, os arquivários inferiores.

O colecionador elegante se chamava Lycus, era alto e de corpo atlético, sua pele era clara e os cabelos castanho escuro ondulados, estavam metade presos em um coque e o resto solto. Ele vestia um terno com blusa branca e colete azul escuro, as calças combinando. Em seus ombros estava um blazer cinza, e no pescoço um broche com uma grande pedra dourado e preto, com a borda em uma moldura dourada entalhada de 6 pontas.

Em geral suas roupas pareciam caras, e a coleção de jóias nas mãos, orelhas e até um pequeno piercing na sobrancelha, também. Ele possuía uma barba bem cuidada, e não parecia ter mais do que 40 e alguma coisa anos.

Ao chegar a uma porta em específico, tirou das roupas um maço de muitas chaves, e encaixou uma entalhada de uma pedra branca, com o símbolo ∞ na cabeça.

Do outro lado estava um escritório cujas paredes eram quase impossíveis de ver, cobertas em todo o perímetro por estantes de livros, documentos, pergaminhos e outros objetos. No centro havia uma escrivaninha bagunçada, sobre essa estava uma caixinha de madeira vermelha, entalhada com uma coleção de símbolos que formavam círculos mágicos, eram selos antigos.

Lycus foi até a bancada e ajeitou as mangas do terno, mostrando melhor suas mãos enluvadas e cheias de anéis arcanos. Ele tocou a parte de cima da caixa de uma maneira cuidadosa e específica, um quinteto dos seus anéis acendendo junto com alguns dos círculos entalhados no objeto. E assim abriu a tampa com uma expressão tranquila.

Na caixa estava nada além de um enfeite de cabelo prata com flores vermelhas. Mas o objeto tinha uma aura muito estranha, ao contrário do que sua aparência delicada possa parecer indicar. Era pesada, e ominosa, como se estar na posse do pequeno grampo fosse capaz de atrair um enorme perigo. Será que era amaldiçoado?

Lycus sorriu:

- Vocês vêem... esse pequeno pente pertence a uma mulher muito especial, que guarda um lugar cujos elementos são de grande interesse meu. Quero que o usem para encontrá-la, e garantir um caminho seguro para o lugar onde está.

- Por que você fica falando em enigmas?

Perguntou uma garota baixinha de cabelos crespos presos em dois coques, Daphne. Ela olhava para Lycus com uma expressão sem muita paciência. O homem quebrou a expressão um pouco, não estava alegre por ser interrompido.

Agan a olhou com desaprovação e a deu um pequeno chute na canela, murmurou:

- Fique quieta Daphne! Esqueceu seus modos junto com a altura hoje de manhã?

A menina o olhou mal humorada e cruzou os braços, mas ficou em silêncio.

- Me desculpe pela minha subordinada, senhor. Ela é das Terras Além da Morte, não tem muita noção de sociedade...

Lycus fez um sorriso falso:

- Está tudo bem, eu irei resumir.

Guardou o pente na caixa a selando e entregou para Agan, logo explicando:

- O pente é de uma mulher chamada Tallulah, ela é uma cultivadora que guarda um domínio conhecido como "Jardim das memórias". Eu tenho interesse em algumas riquezas de lá, então quero que liberem um caminho seguro para que possa enviar pessoas para o domínio livremente.

- Nós devemos derrotar a cultivadora? - Perguntou Agan, Lycus o olhou de forma cruel:

- Se for necessário.

Desviou a atenção então para os documentos nas estantes, um sorriso sarcástico no rosto:

- Mas eu não os aconselharia garantir passagem a força, Tallulah guarda o seu jardim com muito zelo, seus discípulos e animais de estimação são extremamente ferozes. Devem tentar uma estratégia mais diplomática, ou que pelo menos evite combates da melhor maneira.

- Por que o senhor não vai então? - Perguntou Daphne em tom assertivo, Agan grunhiu:

- Daphne!

- Pois é, por que eu não vou... talvez porque Tallulah me jurou de morte, e me amaldiçoou para nunca conseguir pisar no seu jardim. Jamais negociaria comigo, entendem por que preciso da sua ajuda?

- Senhor Lycus, não querendo ser mal educado... mas se suas intenções eram firmar um acordo, por que nos contratou em específico? Nossa agência é de operações especiais e selamentos excepcionais.

- Ah, é simples... quem irá fazer o acordo não são vocês - Disse com seu sorriso perfeitamente calmo.

Ambos Agan e Daphne olharam um pouco confusos. Mas não tiveram muito tempo para pensar, por que logo ouvi uma voz:

- Você me chamou?

Me virei e na porta estava uma garota jovem de expressão neutra, os cabelos castanhos raspados dos lados e metade presos. Usava um vestido branco que batia abaixo dos seus joelhos, com a gola em V e mangas cheias.

- Timing perfeito querida, venha conhecer seus parceiros de missão.

A garota levantou uma sobrancelha e andou até o lado do homem, que a apresentou:

- Essa é a minha filha, Layla, uma ótima diplomata, mas não muito boa bruxa. Ela já possui todas as informações sobre Tallulah, e será quem vai realizar o acordo, o trabalho de vocês três é servirem como seus guarda costas e facilitadores. Ambas as partes são essenciais, e eu estarei confiando a segurança da minha Layla a vocês. Não me decepcionem.

Agan fez uma reverência, empurrando no processo a cabeça de Daphne para a obrigar a se curvar também, eu os imitei por educação.

- Claro, o senhor está nos pagando por um serviço feito, e a Casa Prateada não aceita falhas. Não tenha preocupações.

- Fico feliz em ouvir isso.

- Eu tenho uma pergunta - Falei depois do cumprimento.

Lycus me olhou por um momento curioso, depois sorrindo sarcástico:

- Por favor, fale.

- O pente pode nos dar uma trilha, mas sem a assinatura mágica não conseguiremos localizar o domínio por exato, a missão levaria dias. É essa a sua intenção?

- Oh não, eu tenho uma ferramenta muito interessante nesse meu grandioso castelo, que os revelará exatamente os caminhos para seguirem - Respondeu com um sorriso especialmente deleitado - Se isso for tudo, Layla, pode levá-los para o nosso pequeno pássaro da verdade.

- Sim, pai - A garota disse.

Deu então alguns passos até a porta do escritório, sinalizando que saíssemos na frente.

Agan fez uma última reverência, eu também, Daphne continuou de braços cruzados. E então demos a volta e saímos do arquivário.

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