Atenção! Esse capítulo apresenta cenas de violência.
Narrador - Daphne
Vi os olhos do condutor revirarem, os círculos de ritual sobre seus pés desapareceram como fumaça, e ele caiu.
As pessoas na plateia cobriram as bocas correndo para o guarda corpo, abismadas. E então um vulto claro subiu se atirando para cima com velocidade, nos poucos segundos que passou ao meu lado eu enxerguei seu rosto, era Elio.
Ele se jogou atrás de Polaris, e tudo virou um caos.A plateia gritava desesperada, correndo de um lado para o outro e se batendo entre si, Harley e Ava tentavam contê-los e acalmá-los, mas todos estavam se movimentando demais.
Logo Elio retornou a superfície, com a lua atrás dele e Polaris desacordado em seu colo, foi um pouco majestoso na verdade. Mas ele não demorou mais do que alguns segundos no ar até pousar com velocidade, sua expressão era desesperada, virou para eu e Calypso e disse:
- Tem algo vindo! Eu quase não consegui escapar, subam barreiras! Rápido!!
Eu e Calypso concordamos e corremos até o guarda corpo, passei por Ava em um momento e a chamei para se juntar a nós. Incrivelmente, a mulher nem questionou, e veio ao nosso lado para ajudar com o feitiço.
Desenhei no ar alguns símbolos, Calypso ao meu lado completando os encantamentos, perguntou:
- Você vai fazer uma barreira de luz? - Concordei:
- Não temos muitas outras matérias primas aqui, e se eu fizer uma de fogo vou precisar de combustível para as chamas.
- Ok.
- Ava! - Chamei, a anfitriã arrumou a postura:
- Sim!
- Você tem certeza que não tem nenhum outro bruxo nessa plateia para nos ajudar??
- Provavelmente tem, mas todos estão muito assustados, não irão colaborar! A única opção seria Polaris mas ele está desacordado, e Harley está ocupado.
- Vamos ter que nos virar então.
E então subiu de baixo do mirante uma onda de matéria escura e grossa, subiu até além dos limites da barreira ainda em processo de criação, e no topo o líquido se tornou milhares de monstros voadores cobertos por penas.
Eles atacaram a barreira de imediato, e como estava incompleta eu, Calypso e Ava tivemos que aguentar o impacto pessoalmente.
As criaturas continuavam atacando, uma delas atacou exatamente onde Calypso estava, e ele bateu a cabeça na parede da barreira. O bruxo se apoiou imediatamente, tinha um vermelho em sua testa da batida, ele torceu o rosto irritado, ajeitou a postura com um grunhido de raiva e deu um murro na barreira. No local onde bateu surgiu um pequeno círculo, que emitiu do outro lado um tiro de luz, acertando alguns monstros.
- Calypso você não pode gastar a energia da barreira para isso! Nós já temos área suficiente para cobrir!! - Falei.
O bruxo revirou os olhos incomodado, e voltou a concentração para a barreira. Recebemos outro impacto ainda mais forte, Ava quase se desequilibrou.
- O que são essas coisas?? - Ela perguntou perplexa.
- Não faço ideia - Falei - Quanto falta para a barreira ficar pronta?
- Bastante, é uma área muito grande e não tem muita luz aqui - Calypso respondeu.
- Ugh! - Grunhi - Se ao menos tivéssemos mais gente iria ser mais rápido...
- Eu ajudaria vocês mas não consigo fazer muito na minha situação - Elio falou.
A sua voz estava tensa, ele parecia realmente concentrado em tentar dar um jeito em Polaris, que estava em seu colo com um buraco na barriga e sangrando uma substância escura, era sangue, mas sangue de gente morta, eu reconhecia.
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Solstício de Adélio
General Fiction- Nessa terra de bruxas e monstros, você já ouviu falar de criaturas divinas? Calypso faz parte de um trio de bruxos comissionados por um colecionador de artefatos para encontrar o domínio mágico Jardim das Memórias. Ninguém do trio está muito in...