O condutor desmembrado da passeata lunar

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Atenção! Esse capítulo possuí cenas de violência.

Narrador - Daphne

O show das gêmeas não demorou muito mais para terminar, logo elas haviam terminado de prever o futuro do último convidado e o devolvido para a plateia.

Esther sorriu fingindo que limpava a testa:

- Uau! Que show, vocês gostaram?
A plateia gritou parecendo feliz. Doe veio ao lado da irmã e segurou sua mão:

- Infelizmente nosso tempo terminou, mas se lembrem, se vocês gostaram podem sempre nos encomendar uma previsão, pelo preço ideal qualquer coisa é possível! E nós iremos garantir a sua satisfação.

- Ou podem apenas pedir para a direção do festival nos trazer para mais eventos, é sempre uma possibilidade - Esther complementou piscando.

As duas deram um passo à frente, o globo girou e o teatro se reorganizou para um teatro normal, as cadeiras pousando e se ajeitando no chão, o teto reaparecendo e as luzes normais acendendo.

Elas fizeram uma reverência, falando em uníssono:

- Obrigado pelo seu aplauso e preferência! As gêmeas Blanchet sempre estarão alegres ao dá-los um vislumbre do desconhecido!

- Se quiser entrar em contato sobre qualquer duvida ou pedido nós temos panfletos na entrada do teatro.

- E caso alguém quiser uma segunda previsão nos procure nos próximos dois dias e nós iremos ver o que podemos fazer.

- E... - Nesse momento a voz de Ava interrompeu:

- Oookay isso é suficiente de propaganda, meninas!

E o casal de anfitriões em suas roupas roxas brilhantes surgiram no palco, Harley sorria alegre:

- Um lindo show! E aquela quinta música, devo dizer, foi simplesmente arte! Aplausos minha plateia, aplausos para as nossas videntes favoritas!

E aplaudiram, enquanto batiam palmas Ava levou Esther e Doe para o fundo do palco, e as duas desapareceram no interior das cortinas.

- Mas a nossa noite ainda não está encerrada, temos uma última apresentação para vocês, e eu ousaria dizer ser a mais especial de todas -Harley falou.

- Saphilla querida, o teto por favor! - Ava pediu.

Um holofote lavanda acendeu no fundo do palco, iluminando uma cadeira pequena e solitária no topo do teatro, em uma arquibancada vazia. Nessa estava sentada a garotinha de roupas roxas e expressão entediada, com a cabeça apoiada em uma mão e as asas delicadas e iridescentes refletindo a luz. Ela suspirou:

- Claro, Ava...

E moveu uma mão. No topo do teatro a grande cúpula acendeu roxo claro e se abriu lentamente, permitindo a luz vermelha da lua iluminar as arquibancadas com seu brilho macabro.

- Senhoras e senhores, como podem ver o Eclipse está quase em seu ápice! E nós trouxemos alguém especial para conduzi-los nesse belo fenômeno... é com muito prazer que os apresento o nosso mensageiro lunar desse ano, a última apresentação da noite, Ultimus Stella Polaris!

As luzes do teatro desligaram, e uma luz azul pálido acendeu no palco, vazio.

Vi a expressão de Harley e Ava torcer perplexa, abismados.

Até uma voz ecoar da plateia silenciosa:

- Para ser exato o certo é "Polaris Stella Ultimus" mas quem se importa no final! Ninguém mais fala essa língua mesmo.

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