As Cores do Silêncio

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Nos dias que se seguiram à hospitalização de Sam, Damien encontrou refúgio novamente na solidão. Cada obra, pendurada em sua parede, parecia sussurrar histórias de vida e superação. Damien absorvia a diversidade das expressões artísticas pela cidade, encontrando inspiração e consolo entre as pinceladas de outros artistas.

Em uma tarde aonde o sol brilhava muito forte, ele expunha suas obras de forma compacta. Uma galeria ao ar livre estava expondo obras de vários artistas.  As galerias tornaram-se testemunhas silenciosas da jornada emocional que ele estava trilhando. Conectar-se com outros amantes da arte, receber feedback e compartilhar sua visão tornou-se um processo catártico, uma maneira de transformar a dor em algo tangível e significativo.

Nos intervalos entre as exposições, encontrava consolo nas corridas pelo parque. O sol dourado tingia o céu de tons cálidos, criando uma atmosfera vibrante no evento de arte ao ar livre. Tendas brancas alinhavam o parque, cada uma abrigando as criações de artistas locais. Damien, com suas obras cuidadosamente dispostas, sentiu a expectativa elétrica no ar quando os visitantes começaram a explorar.

O evento era um verdadeiro mosaico de estilos e expressões artísticas. À direita de Damien, uma escultura imponente de metal dançava com o vento, enquanto à esquerda, um mural vivo contava histórias em pinceladas ousadas. A diversidade de formas de arte era uma celebração da criatividade humana. Ele não estava sozinho. Conversas flutuavam pelo ar como borboletas inquietas, criando uma trilha sonora única. Damien, inicialmente reservado, encontrou-se envolvido em diálogos animados com outros artistas. Uma pintora idosa compartilhava histórias de sua longa jornada, enquanto um escultor jovem transmitia a paixão por suas criações esculpidas em madeira.

A troca de ideias fluía como um rio constante. Com cada conversa, percebia as nuances infinitas da arte. A escala do evento era um lembrete de que, mesmo em meio à individualidade das expressões, todos estavam unidos pela paixão compartilhada pela criação. Enquanto o dia avançava, Damien encontrou uma conexão especial com um fotógrafo local. Suas lentes capturavam momentos íntimos da cidade, transformando o cotidiano em imagens poéticas. A conversa fluiu como uma sinfonia, harmonizando suas visões sobre a arte como um reflexo da alma humana.

No entardecer, com o sol lançando seus últimos raios dourados, Damien percebeu que esse evento ao ar livre não era apenas sobre exibir obras, mas sobre compartilhar histórias. Ele sentiu-se parte de uma tapeçaria única, entrelaçando sua jornada com as experiências de outros artistas. Seu celular vibrava levemente no bolso, e uma ideia o tomou subitamente. Era hora de compartilhar essa experiência com alguém que sempre esteve ao seu lado, mesmo à distância.

Ele discou o número familiar e esperou, enquanto o crepúsculo se desdobrava ao seu redor, refletindo a transição do dia para a noite.

Os diálogos pelo telefone com sua mãe eram âncoras emocionais em meio à tempestade. Ela, a voz que o acalmava, ouvia atentamente cada desabafo e vitória. Damien compartilhava  apenas as nuances de seu trabalho artístico, deixando seu emocional, que preocupava sua mãe de lado. As palavras reconfortantes de sua mãe eram como pinceladas de carinho, oferecendo apoio inabalável durante os dias turbulentos.

Chamada Telefônica 1:

Damien: Mãe, você não acredita no que aconteceu hoje. As pessoas realmente se conectaram com a última peça. Era como se cada pincelada contasse a história toda.

Mãe: Querido, estou tão orgulhosa de você. A arte tem um jeito especial de nos ajudar a expressar o inexprimível. Como você está lidando com tudo?

Damien: (suspira) Às vezes, parece que as telas são o único lugar onde consigo desabafar. Sam ainda está no hospital, e me preocupo com ele. 

Irresistivél (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora