"Sam? Aqui é a mãe de Damien." A voz da mulher soou trêmula do outro lado da linha.
"O que aconteceu?" Sam sentiu um arrepio percorrer sua espinha, a preocupação imediata tomou conta dele.
"Houve um acidente, querido. Damien está no hospital. É grave." A voz dela vacilou, carregada de angústia.
O telefone tocou no momento mais inoportuno possível. Sam, perdido em pensamentos enquanto arrumava suas malas para a viagem a Londres, hesitou por um instante antes de atender. Era um número desconhecido, mas algo dentro dele o impeliu a atender.
O mundo de Sam pareceu congelar por um instante. Seu coração batia descompassado, uma mistura de medo e urgência. "Estou a caminho", murmurou, desligando o telefone apressadamente enquanto as malas eram esquecidas, e ele corria em direção ao hospital
O cheiro de hospital impregnava o ar quando Sam adentrou apressado pela porta giratória. O vai e vem dos profissionais de jalecos brancos contrastava com o ambiente tranquilo e as paredes brilhantes.
"Oi, Sam." A voz de Elizabeth soou por trás de uma revista de entretenimento. Seu olhar preocupado ergueu-se quando viu o rosto de Sam.
"Oi, Sra. Miller." Sam tentou esboçar um sorriso, mas a ansiedade mal disfarçada o impedia. "Como o Damien está?"
"Eles o levaram para a cirurgia. Foi um acidente de moto terrível, mas estamos confiantes de que ele vai se recuperar." Ela tentou tranquilizar Sam, mas a preocupação ainda se mantinha estampada em seu semblante.
Sam se sentou, um peso no peito com as notícias. "E a Alice? Onde ela está?"
A expressão da Sra. Miller mudou ligeiramente. "Ela... foi embora. Estava muito abalada com tudo isso, acabou partindo há algumas horas. Estava se sentindo culpada."
Sam respirou fundo, uma mistura de frustração e preocupação enchendo seu peito. Ele se deixou cair em uma poltrona próxima, tentando processar tudo.
"Parece que ele ficou muito chateado com tudo isso e... bem.", disse se afundando na poltrona.
A Sra. Miller suspirou. "Às vezes, a necessidade de sair e arejar a cabeça nos faz tomar decisões... precipitadas, por assim dizer."
"Sim, aprendi essa da maneira difícil", disse Sam, um sorriso forçado em seu rosto.
Elizabeth explicou a Sam como havia sido o acidente de Damien, sobre ele ter pego a moto velha de seu pai e ter batido contra uma parede de um armazem abandonado. Damien havia feito isso por se sentir impotente diante da situação de Sam e do repentino sumiço de Alice. Era um turbilhão de emoções, com uma mistura de culpa e angústia, incapaz de agir enquanto seu amigo estava na sala de cirurgia.
Sam se aproximou da cama de Damien, observando-o atentamente. Damien estava deitado, um pouco pálido, mas com uma expressão serena no rosto. Seu semblante, apesar dos sinais do acidente, transmitia uma sensação de calma e alívio por estar consciente.
Ao se aproximar, Sam percebeu o familiar cheiro de loção pós-barba que Damien costumava usar. Era um aroma reconfortante, um detalhe que o fez sorrir levemente. Mesmo em meio ao ambiente hospitalar, aquele cheiro trouxe uma sensação de familiaridade e segurança para Sam.
Damien, ainda um pouco sob o efeito da sedação, sorriu de leve ao perceber a presença de Sam. Seus olhos estavam entreabertos, mostrando um brilho suave enquanto ele tentava focar no rosto de Sam. A expressão de Damien era uma mistura de sonolência e reconhecimento, um gesto terno e acolhedor em resposta à presença do amigo ao seu lado.
Sam sentiu um aperto no peito ao ver Damien naquela condição. Por um instante, as palavras se perderam em sua garganta, mas ele se aproximou, cuidadosamente segurando a mão de Damien.
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Irresistivél (romance gay)
RomansaCom a vida indo de mal a pior, Sam já ia desistindo do amor quando encontra Damien, um jovem artista plástico que também sofria de suas questões. Quando seus caminhos se cruzam uma atração ardente e proibida os envolve em um turbilhão de sentimentos...