O sol começava a filtrar-se pelas folhas, criando padrões dourados na clareira do acampamento. Damien despertou gradualmente, os olhos se ajustando à suave luz da manhã. Ele virou-se na direção de Sam, mas encontrou a cama ao seu lado vazia. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ele se espreguiçava, tentando afastar os resquícios do sonho que ainda o envolviam.
Seu olhar percorreu o espaço ao redor da clareira, absorvendo a serenidade da manhã. A brisa suave transportava consigo fragrâncias frescas da natureza, criando um ambiente pacífico e acolhedor.
Ele virou-se para Sam, que permanecia imóvel, aparentemente ainda adormecido. "Bom dia, dormiu bem?" - Damien quebrou o silêncio, sua voz suave tentando romper a quietude matinal.
Não houve resposta. Sam parecia estar imerso no sono profundo da manhã, ou assim Damien pensou. Uma onda de incerteza o envolveu, mas ele decidiu tentar mais uma vez.
"Sam?" - Damien chamou novamente, um pouco mais alto desta vez.
Os olhos de Sam permaneceram fechados, a respiração calma, como se estivesse profundamente adormecido. Damien sentiu uma pontada de estranheza. Sam sempre foi alguém tão receptivo, especialmente após momentos significativos como o ocorrido na noite anterior.
Ele ponderou por um momento, considerando a possibilidade de Sam realmente estar dormindo. No entanto, algo dentro dele sussurrava que talvez houvesse mais do que simplesmente descanso por trás da fachada de sono de Sam.
"Sam, sei que está acordado." - Damien tentou mais uma vez, sua voz agora tingida de preocupação.
Uma leve tensão pairou sobre a clareira. Sam não se moveu, mantendo-se imóvel como se estivesse determinado a manter essa barreira invisível entre eles. Damien sentiu-se desconcertado, suas palavras pareciam se dissolver no ar, sem encontrar eco.
Por um momento, ele considerou se levantar e prosseguir com a manhã, mas algo o segurava ali. Era a inquietude, a sensação de que algo havia mudado após o beijo, algo que precisava ser abordado, mesmo que fosse desconfortável.
Ele observou Sam por mais alguns instantes, os olhos semicerrados, tentando capturar algum sinal de movimento. Por fim, Damien suspirou resignado, decidindo deixar Sam em paz, pelo menos por enquanto.
Com passos silenciosos, ele se levantou e começou a arrumar suas coisas. Cada movimento era uma tentativa de dissipar a estranheza que pairava no ar. O silêncio parecia pesaroso, uma barreira invisível entre ele e Sam.
Ao sair para explorar o entorno do acampamento, Damien sentiu o vazio da ausência de Sam, como se uma parte significativa da experiência ali estivesse incompleta. A serenidade da manhã contrastava com a turbulência interna que ele tentava compreender.
Enquanto o dia se desenrolava, cada olhar furtivo na direção de Sam encontrava uma muralha de silêncio e distância. Damien tentou aproximar-se algumas vezes, mas foi recebido com respostas breves e esquivas.
A atmosfera tensa persistia, pesando sobre o acampamento como uma nuvem carregada de incertezas. O que quer que tivesse mudado após o beijo, parecia ter desencadeado uma reação que os mantinha distantes um do outro.
O silêncio se estendia entre eles enquanto desfaziam o acampamento, cada movimento era marcado por uma tensão latente. Damien recolhia as barracas com uma determinação mecânica, mas seus olhares se cruzavam furtivamente com os de Sam de tempos em tempos.
Cada troca de olhar era breve, um momento fugaz onde um turbilhão de emoções parecia se esconder por trás dos olhos deles. A incerteza pairava no ar, um eco do que não havia sido dito na noite anterior.
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Irresistivél (romance gay)
RomantikCom a vida indo de mal a pior, Sam já ia desistindo do amor quando encontra Damien, um jovem artista plástico que também sofria de suas questões. Quando seus caminhos se cruzam uma atração ardente e proibida os envolve em um turbilhão de sentimentos...