Sombras e Aconchego

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Damien sentou-se na beira da cama, segurando a carta de Alice em suas mãos. O envelope selado parecia conter respostas que ele não tinha certeza se estava pronto para enfrentar. Havia um silêncio pesado no quarto, interrompido apenas pelo suave farfalhar das árvores do lado de fora da janela. A luz suave do sol se filtrava pela cortina entreaberta,criando um jogo de sombras no chão, a noite havia passado e ele nem percebeu. Damien olhou fixamente para o envelope, debatendo-se internamente sobre se deveria ou não abrir aquela carta.

Com um suspiro profundo, Damien colocou a carta de volta no envelope. Ele sabia que deixar a carta sem abrir era uma escolha consciente, mas não conseguia ignorar a inquietude em seu peito. O envelope foi cuidadosamente guardado em uma gaveta, como se fosse um fragmento de um mundo que ele decidiu deixar para trás. Damien sentiu um peso sendo tirado de seus ombros, mas ao mesmo tempo, uma sensação de curiosidade persistente permaneceu.

Os dias se desenrolavam serenos para Damien e Sam, entre risadas compartilhadas, momentos de intimidade e descobertas mútuas. As noites eram preenchidas com conversas ao redor da lareira ou simplesmente deitados juntos, mergulhados em um silêncio confortável.

Às vezes, enquanto se aninhavam nos braços um do outro sob o cobertor, Damien sentia a presença silenciosa da carta de Alice em sua mente. Ele mantinha a decisão firme de não abri-la, mas a curiosidade persistia como um sussurro constante.

Enquanto Sam dormia tranquilamente ao seu lado, Damien passava horas de vigília, observando a suavidade das respirações ritmadas. Ele mergulhava em uma pintura mental de seus próprios sentimentos, uma paisagem intricada de emoções que se entrelaçavam.

À luz tênue que entrava pela janela, ele viajava por caminhos não traçados, explorando as cores vivas de sua curiosidade e a complexidade de suas emoções não resolvidas. Ele imaginava a carta como um fragmento de um quadro inacabado, uma parte de seu passado que permanecia obscurecida.

Seus pensamentos dançavam entre a determinação de manter o passado distante e o anseio por compreender o que Alice poderia ter dito. Ele tentava pintar mentalmente os detalhes dessa carta não lida, como se suas palavras fossem pinceladas de mistério que se misturavam em um cenário de incertezas.

Cada traço de cor em sua imaginação refletia as nuances de suas emoções. A curiosidade se misturava com um senso de proteção em relação a Sam, um desejo de preservar a estabilidade que haviam construído juntos.

A noite escura se desvanecia lentamente, cedendo lugar à suave luz da manhã. Damien olhava para Sam adormecido ao seu lado, sentindo um turbilhão de emoções. Ele se viu debatendo-se entre a necessidade de deixar o passado para trás e a busca por um fechamento que talvez apenas a carta de Alice poderia fornecer.

No entanto, ele reconheceu a delicadeza da situação. A incerteza pairava sobre ele, mas a presença reconfortante de Sam ao seu lado trazia uma sensação de equilíbrio, uma certeza no presente que ele não queria perturbar.

O tempo passava, e Damien encontrava conforto na rotina tranquila que compartilhava com Sam. Ele pintava sua vida atual como uma tela colorida, onde cada pincelada representava um momento de alegria e crescimento, mas sempre havia um canto da tela onde a sombra da carta pairava, uma lembrança constante de um mistério não resolvido.

A pintura de Damien retratava um cenário complexo, uma composição onde as cores se entrelaçavam em um emaranhado de emoções. No centro do quadro, um arco-íris de tons profundos emergia, cada matiz representando um aspecto de sua jornada emocional.

No primeiro plano, traços fortes de azul-escuro se entrelaçavam com pinceladas vibrantes de vermelho, simbolizando a dualidade de suas emoções. Essas cores se fundiam em uma dança fluida, representando a interseção de sua determinação em manter o passado distante e a curiosidade constante sobre a carta de Alice.

Irresistivél (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora