A Imperatriz Da Boten

CAPÍTULO XI

Encarava os belos prédios iluminados de Tokyo enquanto Hajime dirigia silenciosamente até nosso apartamento, ele parecia calmo e sereno, algo incomum da parte dele já que sempre está com a expressão carregada como se estivesse pronto a dar um fim em tudo.

— Hajime, a senhora Kin levou a afilhada para ajudar no apartamento.

— É bom ela não dar problemas. Não gosto de inconvenientes.

— Eu sei, mas preciso avisar algo sobre ela.

— E sobre o que seria? Não acho que vale a minha atenção.

— Talvez sim — falei voltando a encarar os prédios. — Ela tem uma aparência bem familiar. Até mesmo eu me surpreendi ao vê-la.

— Ela te lembra alguém?

— Sim. Akane.

Der repente o carro freou de uma vez fazendo o carro de trás quase nós atingir, o motorista buzinou com fúria antes de desviar e seguir o seu caminho. Kokonoi me encarava com os olhos arregalados.

— Não quero que você diga o nome dela. Já te avisei sobre isso.

— Precisei, a afilhada da senhora Kin é muito parecida com ela. A não ser pelos olhos, os cabelos são um pouco mais escuros, mas a primeira vista, é muito similar. Só quis te avisar antes que pudesse se encontrar com ela.

Ficamos nos encarando por alguns segundos até Koko voltar a dirigir. O caminho era sempre silencioso, mas agora estava com uma atmosfera muito mais carregada. Meu celular tocou com uma notificação e ao desbloquear-lo vi que se tratava de uma mensagem de Rindou.
      

📲

Fui atrás de você depois que Ran foi embora, mas Yari me disse que você havia voltado mais cedo.

Hajime veio me pegar.

Sobre o que queria falar comigo?

Não era importante.

Te vejo na boate amanhã.

📴
        
 
— Chegamos.

Desliguei o celular ao ouvir o Kokonoi. Desci do carro e seguimos até o elevador particular que nós levaria até nosso apartamento. As luzes estavam apagadas indicando que a senhora Kin e a sobrinha já estavam dormindo, Kokonoi foi direto para o quarto subindo as escadas de dois em dois.

O que Rindou queria falar comigo? Quando ele chegou na boate bem olhou na minha direção, talvez não tenha me visto ou estava furioso com alguma coisa. Na verdade, por que eu estou me importando com isso? Não é como se ele fosse falar sobre o que aconteceu, pedi para ele esquecer. Sou eu que não estou esquecendo e precisava esquecer.

Ao chegar no quarto ouvi o chuveiro ligado, Kokonoi ainda estava tomando banho. Fui até o closet guardar minha bolsa e tirar as jóias que estava usando, separei uma camisola para dormi e depois voltei para o quarto onde Koko estava secando seus cabelos. Entrei no banheiro e tomei um banho sem molhar os cabelos, deixei a água cair pelas minhas costas por um tempo até ter coragem para deixar o box, meu corpo estava quente, quase como se estivesse entrando em combustão. Pequenos fleches daqueles olhos lilases me encarando estavam atormentando minha cabeça.

Desistindo de tentar me acalmar com a água gelada, me cobri com a toalha para me secar e coloquei minha camisola voltando para o quarto. Fui em direção ao Kokonoi que estava saindo do closet e o surpreendi com um beijo, mas ele logo me afastou.