Havia cobertores espalhados por todo o apartamento, com gente dormindo sobre eles, a única pessoa que não conseguia pegar no sono sou eu.
É impossível dormir estando com pessoas que em alguém momento se tornaram uma ameaça.
Não acho que são ruins.
Mas eles ainda me acusaram e intimidaram de uma forma em que eu não tive voz nem tempo de reagir.
Mas eu não posso fazer mais que desconversar e puxar eles pro mundinho perfeito que eu montei, acreditei e vivi durante todo esse tempo.
— Insônia?— Teresa perguntou vindo do lado de fora e me encontrando encarando seus amigos que dormem.
Duas suspeitas, o porquê de ela vir de fora e o porquê de eu estar parada no escuro os encarando.
Não confiamos uma na outra nem um pouquinho para deixar a situação passar batida.
— Nunca tanta gente na minha casa, no máximo Newt ou Gally e você? Está escuro lá fora.
— Nem na clareira me senti tão sem ar.
— Bem vinda ao mundo dos apartamentos.
— Como achou esse lugar?
Levantei os ombros.
— Já estava analisando alguns prédios, esse parecia vazio, a maioria dos moradores saiu rumo ao centro de quarentena.
— Não tem como saber.
Pulei dois colchões até a terceira gaveta do armário de onde tirei um papel de carta.
— Bilhetes pra família — Levantei os indicando — Alguns não encontrei aqui, mas é sempre difícil dizer para alguém que você acredita que está vindo pra casa que não pode esperar.
— Parece disposta a responder.
— Não tenho nada a esconder e estou disposta a perguntar, o que estava fazendo fora?
— Achei ter ouvido um helicóptero.
— E então pensou em se juntar com o cruel novamente.
— Eu estava escondida e o cruel não existe mais, não é?
— Você é quem faz parte deveria ter a resposta e não eu.
Minho é o mais ligeiro dos garotos, tenho a impressão que nada passa por ele, mesmo que Thomas seja considerado o "líder", me impressiona Aris estar de frente a ele fingindo dormir enquanto o acerta levemente com o pé esquerdo para acordá-lo.
— Acho que vou tentar dormir de novo — Falei a Teresa — Não se esqueça de trancar e porta e prender a tábua com a corrente.
— Não vou — Garantiu — Boa noite.
— Boa noite — Nos encaramos por mais alguns segundos antes que eu voltasse ao meu quarto, usei a cadeira para prender a porta.
— Que barulheira — Gally reclamou.
Ele ainda não se conformou que não é meu irmão de verdade e insistiu em dormir na cama comigo enquanto seus amigos dividem cobertores e Teresa fica com o quarto que deveria ser de Newt.
Eles não me disseram o porquê de virem tão poucos, mas tenho uma pequena impressão de que me encontrar não é uma missão importante o suficiente para gastar sua melhor equipe: Sonya e Brenda.
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Strange blood - Newt
FanfictionSangue estranho "Em suas doces gotículas de sangue o que pode ser chamado de cura, em suas poucas palavras o que pode ser chamado de insegurança e em suas falhas tentativas de seguir em frente, medo. Até que o magro corpo jogado sobre o chão, com do...