Eu já podia sentir minhas mãos tremerem quando tirei a agulha de meu braço e em seguida do braço não tão fino do garoto,
por mais que sua estatura seja magra ele parecia forteEle parecia "dormir" de forma serena quando sai do quarto travando a porta do lado de fora com uma cadeira para garantir não ser pega de surpresa quando garoto desconhecido acordasse
- o que passou pela minha cabeça?- me perguntei alto como costumo fazer para acabar um pouco com o silêncio que tenho vivido a tanto tempo - trazer um homem para casa? Eu passei dos limites e agora?
Aproveitei para tomar um banho quente enquanto o outro não acorda
Quando sai vestindo apenas uma camisa de uma banda de rock muito famosa na época que o mundo ainda existia e as minhas confortáveis pantufas, meus cabelos agora úmidos caiam sobre os meus ombros indicando que eu deveria cortar assim que tivesse oportunidade
Pegue a chaleira sobre o fogão a lenha que nunca é apagado por conta do meu medo do frio e do escuro, ficar sozinha é péssimo, mas sozinha em um lugar frio e escuro é o meu maior pesadelo
Me assustei quando ouvi alguém tentando abrir a porta, por um momento de relaxamento me esqueci que já não estava mais sozinha
- Alguém aí?- ouvi uma voz que por mais delicada e calma que fosse não deixava muito escondido o desespero, ele continuou a forçar a porta
Tá bem, eu já o trouxe agora devo encarar, não?
Segurei o recipiente com a água quente que sobrou enquanto tirava a cadeira, a porta foi aberta e o garoto aparentemente ainda fraco me encarou desconfiado
- não faça nenhum movimento - falei autoritária por mais que me tremesse um pouco de medo, a anos não fico tão próxima de algum vivo
- está tudo bem - ergueu as mãos - eu só - fez uma pausa procurando o que dizer - eu só preciso saber como, como eu estou vivo
Coloquei a chaleira sobre a mesa e dei as costas para ele voltando a preparar o chá
- eu salvei você - contei
- não havia como, eu estava tomado pelo fulgor e havia a facada - me virei de frente a ele o vendo tocar o curativo que fiz
- é, eu não sei te dizer como também - dei de ombros e estendi a ele uma xícara a qual ele pegou após hesitar um pouco - eu nunca havia feito, só li em algum lugar e quis testar
- devo agradecer por ser a sua cobaia?- ele perguntou e eu assenti - você está com eles? Trabalha para o cruel?
Quase dei risada enquanto indicava com um gesto que ele deveria se sentar e quando ele fez isso puxei uma cadeira me sentando frente ao sofá
- não, eu não trabalho para o cruel - afirmei - você pelo visto era um deles, um dos garotos com sorte
- sorte?- perguntou como se eu estivesse fazendo a maior das acusações - sorte por ter ficado anos sem memória vivendo com medo sem saber o que aconteceria?
- olhe a sua volta, ninguém teve mais sorte do que quem não precisa de lembrar - eu disse me levantando - você pode ficar até se recuperar, fique com o quarto que estava e se quiser pode usar o chuveiro
- obrigada - foi o máximo que ele disse antes de eu me levantar - posso saber o seu nome?
- Madelyn - eu disse já de costas seguindo rumo ao meu quarto
- obrigada por salvar a minha vida Madelyn, sou o Newt - ele disse e eu não respondi, mas não pude evitar entrar em meu quarto com um leve sorriso nos lábios
Em muito tempo eu não estou sozinha
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Strange blood - Newt
FanfictionSangue estranho "Em suas doces gotículas de sangue o que pode ser chamado de cura, em suas poucas palavras o que pode ser chamado de insegurança e em suas falhas tentativas de seguir em frente, medo. Até que o magro corpo jogado sobre o chão, com do...