Confessionário

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Sentei no banquinho e fechei a cortina.

Respira.

Endireitei minha coluna e tentei me acalmar.

Porra, eu estou me confessando!

Merda, acabei de xingar no pensamento!

Estou aqui há menos de seis meses e já fiz besteira.

- Boa noite, amada - estremeci quando escutei sua voz rouca.

- B-boa noite, padre - ah, como eu estava nervosa.

- O que veio confessar?

- Hm, eu - tossi - eu tive pensamentos... sujos.

Meu coração batia acelerado contra minha caixa torácica.

- Sujos? - A palavra saiu como uma melodia em seus lábios. - Quão sujos?

- Eu... - tentei buscar forças.

- Não vou te julgar.

- Bom, eu fui rezar há quatro noites trás e - mordi o lábio inferior - e eu fiquei excitada pela posição. Eu não queria, eu juro, mas não consegui me concentrar na missa. Minha mente me mandou pensamentos impuros e e-eu sem querer esfreguei minhas coxas e tudo piorou porque eu saí no meio da missa e e - eu estava pegando fogo, tamanha a vergonha.

- E o quê? - Me instigou.

- Eu me toquei no banheiro da igreja - falei que num sussurro, como se contasse um segredo.

- E como se sentiu depois?

- Hm, me senti aliviada.

- E o fez de novo?

- Fiz o quê?

- Se tocou?

- Não, não!

- E como foi a sensação?

- Arrebatadora - as palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse impedi-las.

- E o que faria se tivesse a oportunidade de sentir isso novamente? - Corei violentamente.

- E-e-eu - gaguejei.

- Vamos, sabe a resposta.

- Eu queria poder sentir todo santo dia, padre - sequei minhas mãos no manto.

- E neste momento, o que sente?

- Sinto vontade de repetir - minha voz saiu estranha. Provocativa.

Um silêncio se fez, e a cortina foi aberta com brutalidade, me levantei num salto.

Deus me perdoe, mas puta que pariu!

Desci meus olhos traidores pelo corpo do homem à minha frente.

A batina lhe caía perfeitamente, e as mangas marcavam perigosamente seus bíceps. Acho que esse padre é novo.

Percebi que o mesmo também me analisava, e senti minhas bochechas queimando.

- Então a freira está excitada? - Sua voz rouca mexeu com cada molécula do meu corpo.

Senti minha respiração falhar quando seu primeiro passo em minha direção foi dada. Seus olhos pousaram em meus seios, e eu segui seu olhar.

Merda, grande merda!

Meus mamilos estavam fodidamente rígidos. Escolhi o hábito mais simples, pois achei que me confessaria rápido e logo iria dormir.

Ah, como estava enganada!

Seus braços ficaram em cada lado do meu rosto, me prendendo. Arquejei e não consegui evitar quando ele tomou meus lábios e eu retribuí.

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