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★ Pai ★ 

Chegamos na empresa e ele estaciona no estacionamento e quando desliga o carro, suspira.

Felix: Quando pegar as coisas, me espere aqui. Acho que vou demorar um pouco. — Ele diz e sai do carro, abrindo a porta pra mim. Desço e dou um sorriso para ele saber que estou agradecida pela carona.

Vou até a sala onde estava minhas coisas, acho minha mochila no canto da sala. Me sento no chão ao lado da mochila e penso.

Primeiro, ele não me odeia. Segundo, ele gosta dos meus vídeos. Terceiro, ele me acha talentosa. Mas... Por que ele me trata assim? O que aconteceu para ele me tratar daquela forma por um mês inteiro?

Deito no chão da sala de prática frustrada por meu cérebro limitado não conseguir processar tal informação. Eu nem sei mais o que pensar, o que fazer, o que falar. Tipo, ele é tão fofo com todos e justo comigo que ele... ARGH! Mas que coisa! Não faz sentido!

Meu celular começa a tocar uma música do nada. A música despausou do nada e tocou "Love me or Leave me" eu nunca prestei atenção na letra, mas dessa vez, eu prestei atenção.

"A frieza que eu venho sentindo
Pode ser apenas uma ilusão
Eu preciso saber para prosseguir
Você ao menos me ama?"

Só pode ser brincadeira. Droga.

Tiro a música e me deito. Pego meu celular novamente e penso em colocar Thunderous. A dança me faz esvaziar a cabeça e agora eu preciso aprender todas as coreografias do Stray Kids e também as rotações entre os integrantes.

Decido começar pelo refrão que já sei de côr. Mas antes me alongo, a cada estralo que sinto das minhas articulações, mais vou relaxando e esquecendo dos problemas. Muitos têm diferentes tipos de "terapias" e a minha é a dança. Cada movimento representando cada sentimento, sentir a leveza do corpo quando se tem controle total do peso do seu corpo, sua mente concentrada só nos passos e no que eles transmitem, sem vozes perturbadoras nos meus ouvidos, só a melodia da música ecoando na minha mente.

Então começo a lembrar do tempo da música. "Freezing cold, but I know we'll burn forever" Vou seguindo com os passos para relembrar lentamente, mas travo na parte do "Man, I'm not sorry, I'm dirty" me dá um branco, até que escuto alguém na porta me alertar.

Felix: Sinal de "I love you" em libras, puxa um pra trás. — Ele me instrui e eu olho assustada pra trás. — Você está indo muito bem, só precisa treinar mais a memória. — Ele se aproxima. — E também as suas pernas estão muito fixas no chão, como se você estivesse com medo de tropeçar em si mesma.

Ele mostra como eu estou e como é sem estar tão "presa" no chão. E então ele se senta no chão e pede para eu sentar também.

Felix: Você fez alongamentos com as pernas? — Ele pergunta e eu afirmo. — Hum... Está bem, vamos refazer esses alongamentos para você se soltar mais.

Ele começa a fazer alongamentos para pernas e pés e eu fui copiando, ele é um bom professor, tenho que admitir.

Felix: O que foi?

— Nada, nada. — Ele percebeu que eu estava olhando pra ele. De novo.

Felix: Você gosta muito de me encarar, né? Sou tão bonito assim? — Ele continua levantando a perna pelo alongamento e olha pra mim através do espelho da sala.

— Vai ser estranho responder essa pergunta. — Comento e nós dois rimos. Surpresa com isso estar acontecendo (quem não estaria, tipo, eu soube de uma hora pra outra tudo isso) eu simplismente perdi o equilíbrio e cai em cima da minha perna.

☆°• NÃO É QUE EU TE ODEIO •°☆Onde histórias criam vida. Descubra agora