4장

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Jake recolhia os cacos de vidro com a pá e vassoura depois de ter arrumados os móveis caídos pelo chão, os jogando no lixo em seguida. Tirou o chá de Sunghoon do fogo e colocou na xícara, usando o pequeno ventilador para esfriar.

Foi até o quarto do Park com a xícara em mãos e o encontrou sentado na beirada da cama; vestia apenas uma bermuda branca e tinha uma toalha em seu ombro. O Sim se aproximou e ficou a sua frente, mostrando a xícara de chá.

— É de camomila.

Sunghoon olhou para o menor e depois para a xícara, pensando em como queria que ali tivesse um veneno ou que fosse alérgico e morresse tendo uma crise, mas infelizmente o único problema do chá era a falta de açúcar.

Jake voltou na cozinha e colocou mais três colheres de açúcar, provou para ter certeza de que estava bom e retornou ao quarto, entregou a xícara para o Park outra vez e o viu beber até a última gota antes de devolver.

— Não vai nem agradecer pelo que fiz? – arqueou a sobrancelha e o viu negar. — Ingrato.

— Não vou agradecer por ter feito o mínimo. – afastou-se um pouco quando o australiano sentou ao seu lado, o deixando confuso.

— Por que tá se afastando de mim? Até parece que me odeia.

— Só parece? – olhou para o menor por alguns segundos antes de retornar seu olhar para o chão.

— Você é tão chato, não sei como vamos conviver todos os dias juntos.

Sunghoon saiu de seu transe olhando para Jake com uma expressão nada boa no rosto.

— Como assim "conviver todos os dias juntos"?

— No testamento também dizia que ficaríamos com a casa.

— Tá de brincadeira? – Jake negou e Sunghoon sentiu vontade de matar a si mesmo. — Eu não entro naquela casa nem que me pague.

— Jungwon disse que não é para vendermos a casa e te quer lá também. – proferiu fitando o chão. — Expliquei a ele o que aconteceu, ele não chorou, mas ficou dengoso.

— E desde quando um pirralho daqueles tem que dar opinião em algo? Venda aquela casa, eu fico com as coisas de Sunoo e você com as do Niki, depois repartimos o dinheiro, pronto.

— Não é tão fácil assim, Park.

— Jake, eu não vou entrar na casa onde meu irmão e cunhado foram mortos! – levantou da cama irritado, encarou o Sim e sentiu vontade de socá-lo ao ver sua expressão neutra.

— Não tem opção de venda no testamento.

— Foda-se a porra do testamento!

— Você sabe que não tem escolhas, Sunghoon. – disse antes de se retirar do quarto.

E ele realmente não teve escolhas nenhuma, e odiou provar disso quando já se encontravam em frente a casa do casal depois de dois dias tentando assimilar tudo aquilo, sendo recebido por Jake e Jungwon na porta da residência.

O Sim o encarava com um olhar de "eu avisei" e Sunghoon queria matá-lo ali mesmo, mas sabia que não poderia fazer aquilo consigo mesmo, não saberia o que seria de si caso fosse preso. Então adiaria o assassinato de Jake.

— Seu quarto fica ao lado do deles, preferi não mexer nele. – avisou observando o homem subir as escadas com fumaça saindo por suas orelhas.

Aquela nova mudança não seria apenas com suas coisas, mas a rotina também mudaria.

Juntos Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora