Juntos Por Acaso

1장

Sunghoon sempre foi uma pessoa muito reservada, não gostava de festas, beber, se relacionar ou qualquer coisa que envolvesse muito contato com outras pessoas. Já Sunoo, seu irmão mais novo, era o contrário de si; o garoto de bochechas gordinhas gostava de sair, bebia, se relacionava e gostava de conhecer pessoas novas.

Mesmo que fossem o oposto um do outro, os dois se davam muito bem e eram inseparáveis. Mas quando Sunoo ganhou uma bolsa de estudos no Japão, a proximidade dos irmãos foi sumindo quanto mais o outro participava de tudo da faculdade. E a dupla infalível se foi assim que Sunoo casou-se com seu colega de dormitório, Nishimura Riki.

Sunghoon nunca soube o que era se apaixonar de verdade – nunca tentou –, então não entendia porque o irmão estava tão distante desde que se casou e resolveu adotar um filho. Agora além de ter que dividir o mais novo com seu marido, tinha uma criança tentando roubar o seu lugar.

Por mais que não demonstrasse certo incomodo com a nova vida de Sunoo, o próprio percebia as mudanças faciais do mais velho quando se encontravam e seu marido e filho também estavam no mesmo lugar. Achava uma graça o ciúmes do irmão, e não pensou duas vezes antes de tomar aquela decisão.

[. . .]

— Tem certeza, amor? – Nishimura perguntou pela terceira vez naquele dia desde que saíram de casa.

— Já disse que nunca tive tanta certeza na minha vida, Niki! – sorriu para o marido enquanto tinha os papéis em mãos.

— Ainda temos tempo se você quiser desistir. – insistiu mantendo atenção na rua, Sunoo riu.

— Por que está tão nervoso assim?

— Eu sei que o Sunghoon não vai com a minha cara, muito menos com a do Jungwon, então não acho que fosse uma boa ideia. Não podemos esquecer de como irresponsável o Jake é, ele age por impulso e não tem especialidade com crianças, nenhum deles. Sua mãe não tem condições para ficar com o Wonie também.

— Você acha que eu não sei de nada disso? Eu conheço meu irmão, conheço seu melhor amigo, sei como minha mãe está, seus pais odeiam nós dois por sermos casados, sua irmã já tem a família dela e é muito ocupada, sem falar da outra que ainda é menor de idade. Não quero que meu filho volte para um orfanato. E tudo isso é só caso algo aconteça com a gente, mas não vai, ok?

— Eu sei que não vai, mas.. – Sunoo tocou o ombro do mais novo, acariciou o local e se inclinou para poder selar a bochecha rosada.

— Mas nada, tá? Eu e você estaremos aqui para ver o Wonie crescer.

O japonês concordou levemente e continuou dirigindo até a casa do melhor amigo, onde ele e seu cunhado estariam esperando a tal reunião "familiar" que o casal teriam ter.

Já na casa de Jake, Sunghoon estava sentado no sofá de pernas cruzadas, vendo uma programação qualquer que passava na televisão enquanto o Sim estava no banheiro. Park olhou cada parte do cômodo que estava e sentiu ânsia de vômito; ração e pelos de cachorros espalhados pelo chão, peças de roupa pelo sofá e outros móveis, e até mesmo uma embalagem de preservativo.

Desejou que seu irmão e cunhado chegassem logo para contarem seja lá o que queriam falar, e finalmente poder voltar para o seu apartamento.