Any Gabrielly
Deito na minha cama e choro abraçada ao travesseiro, segundo depois as três entram no quarto.
– Tá tudo bem, minha filha? - mamãe pergunta e minhas irmãs sentam ao meu lado.
– Mãe, eu tô te pedindo de coração - digo respirando fundo – Deixa ele voltar, eu não quero que ele finja querer ser meu pai pra voltar pra casa, eu não quero ter a conversa que eu tive hoje de novo.
– Você… você falou com seu pai? - ela pergunta espantada.
– O que foi que ele disse? - Shivani pergunta em tom bravo.
– Como que ele pode passar quatro anos demonstrando que me odeia, que se arrepende de mim e agora dizer que me ama e quer ser meu pai… É impressionante como ele não se importa um por cento para o que eu sinto….
– Eu vou falar com ele, minha filha, eu sinto muito por isso.
Mamãe saiu do quarto e eu me deito de novo.
– O que aconteceu, Any? - Nour pergunta acariciando meu cabelo.
– Ele me buscou depois do ensaio, disse que queria conversar, eu achei que ia brigar comigo porque eu fiz eles se separarem, mas ele veio com um papo de que quer ser um bom pra mim, que me ama, que… Aí gente, eu esperei tanto tempo pra ouvir isso, porque teve que ser justo agora? Justo quando eu sei que ele só está falando isso pra que eu fique do lado dele, pra ele voltar pra casa… Eu não consigo acreditar em como um cara que faz tão bem pra vocês é tão cruel comigo…
– Any… eu não sei nem o que te dizer… - Shivani me olha chorando.
– Ele é um burro, puta que pariu, teve tantas oportunidades… - Nour nega com a cabeça – Desculpa, Any.
– Tá tudo bem, você não tem culpa, mana…
– Eu cansei de pedir pra ele conversar com você… Eu… desculpa… - A mais nova também cai no choro.
– Por que você tá se desculpando, Nour? Você não é ele - Shivani diz impaciente.
– Porque eu não consigo entender porque ele é assim… Eu queria tanto que a gente pudesse apagar tudo de ruim que ele fez pra você, mas ele parece que só faz mais coisas e…
– E você sente falta dele e quer que ele volte pra casa - digo encarando minha irmã, ela de prontidão nega com a cabeça – Nour, eu falei um milhão de vezes que está tudo bem ele voltar.
– Eu não quero que ele volte pra continuar sendo um babaca, eu queria tanto que ele tivesse caído em si antes…
– Vocês falaram com ele esses dias? - pergunto enxugando as lagrimas
– Não, ele me ligou algumas vezes e mandou mensagens, mas não atendi e nem respondi - Nour responde.
– Eu também…
– Gente, isso é errado…
– Any, pode parar, você não pode defender ele depois de hoje, eu juro que se você vier com papo de “ele é o pai de vocês e ama vocês e isso e aquilo” eu nunca mais olho na sua cara - Shivani diz brava.
– Tudo bem… mas…
– Sem mais, Any! - Nour me corta.
Deitei de novo na cama e fiquei olhando para o teto tentando não lembrar das falas de meu pai, mas sempre vinha sua voz dizendo que me ama na cabeça e sem perceber já estava chorando de novo. Eu chorei até dormir e quando acordei minhas irmãs não estavam mais no quarto, peguei meu celular e já passava das seis da tarde, abri o app de mensagens e tinham algumas de Josh e das meninas, em resumo eles queriam saber o que rolou, se eu estava bem e disseram que Shivani avisou que eu estava dormindo.
Respondi às meninas no grupo e liguei para Josh por vídeo que atendeu antes mesmo do segundo toque.
– Oi meu bem, você está bem? - Ele pergunta apreensivo.
– Oi… tô sim… meu pai falou umas coisas que eu não esperava.
– Quer conversar sobre? Quer que eu vá ai? Quer tomar um sorvete?
– Josh, calma meu bem, eu tô bem agora, não precisa vir aqui, só liguei pra conversar mesmo.
– Tudo bem, mas se você quiser, em dez minutos eu tô aí.
– Eu sei que sim… Então… - contei para ele tudo que lembrava sobre a conversa de mais cedo e foi até engraçado suas reações.
– Mas sério, agora? Ele podia ter falado antes, podia ter te deixado entrar na vida dele…
– Josh, sinceramente, eu não consigo acreditar em nada, eu tenho certeza que isso tudo é só pra eu ficar com dó e dizer que está tudo bem ele voltar pra casa.
– Any, não é possível, ele não seria tão babaca.
– Não sei… eu não conheço ele… - dou de ombros.
– E você acha que sua mãe vai deixar ele voltar pra casa agora?
– Eu não sei, mas espero que sim, pelo menos assim tudo volta ao seu normal.
– Eu queria tanto te guardar num potinho e te proteger de todas as coisas ruins do mundo…
– Besta, eu tô bem agora, foi um baque que eu não esperava ouvir tudo aquilo, senti coisas que não queria, mas não tem problema que não se resolva com uma hora de sono, já to bem e pronta pra outra.
– Você é incrível, de verdade, eu me apaixono por você cada dia mais…
– Para de ser assim… - digo sem graça…
– Você tem certeza que não quer sair pra dar uma volta?
– Tenho sim - sorrio – A última vez você me levou pra dar uma volta depois de uma briga, risquei umas 4 coisas da minha lista da Teen Vogue e fui pedida em namoro, acha que consegue superar? - brinco.
– Quer casar comigo? - ele diz sério e eu nego com a cabeça rindo – Isso foi um “não”? Um tiro no peito doeria menos. - ele diz rindo.
– Você pode parar de fazer graça? Quero ficar triste e chorar porque meu pai me odeia.
– Nem nos seus piores sonhos eu deixaria você ficar triste e chorar ainda mais pelo seu pai.
– Você é demais, eu me apaixono por você cada dia mais.
– Ei, essa fala é minha!
– Você patenteou? Acho que não! - digo debochada e alguém bate na porta no mesmo momento – Pode entrar!
– Any, a mamãe pediu pra você ir lá em baixo rapidinho… mas o papai tá ai, então se você não quiser ver ele, eu digo que você estava dormindo - Belinha entra no quarto e fecha a porta como se viesse contar um segredo.
– Tudo bem, Bella, eu já desço - digo e me volto para a tela do celular.
– Oi Bella, tudo bem? - Josh diz e aponto a tela para minha irmã.
– Você lembra que prometeu me levar no Mirante, não é? - Minha irmã diz assim que identifica quem está no telefone.
– Bella! - repreendo.
– Eu tô lembrado, pequena, no fim de semana a gente vai, ok? - O garoto diz rindo.
– Tudo bem, eu gosto do seu namorado, viu Any! - Ela diz e sai saltitante - Vou pro meu quarto, mamãe disse que eu não posso ficar lá embaixo porque é conversa de adulto, engraçado que Shivani e Nour não são adultas mas podem - Saí do quarto resmungando.
– Eu vou ter que descer, meu bem, mas logo trago atualizações, ok? - digo para Josh e ele ainda está rindo da minha irmã mais nova.
– Tudo bem, até mais tarde e não esquece…
– Você está a uma ligação de distância - interrompo.
– Ainda bem que você já decorou!
Nos despedimos e eu desço e encontro meu pai sentado na poltrona da sala, enquanto as meninas estão no sofá maior e mamãe no menor, o clima na sala não está dos melhores, me sento ao lado de minhas irmãs e todos ficam em silêncio por o que eu senti que foi uma eternidade.
– Fala! - Escutei Nour dizer e viro minha cabeça a ponto de ver ela olhando séria para meu pai.
– Gabrielly…Olha, eu sei que escolhi o pior momento para te falar tudo que falei, e me arrependo disso, mas não de ter falado, Any, eu ensaiei isso todo o primeiro ano que você veio morar com a gente… É que quanto mais as meninas cresciam, elas se se aproximavam de você e eu senti que tava perdendo elas, Shivani principalmente, e eu sabia que já tinha perdido uma filha… Eu… eu achei que colocar a minha culpa em você era melhor do que conseguir enfrentar… Me desculpa por todos os anos da sua vida… Any e principalmente, me desculpa por hoje, eu não devia ter feito desse jeito.
– Sabe… eu passei minha vida inteira tentando entender o porquê meus pais não gostavam de mim… Quando eu tinha nove anos pedi pais que me amassem e entreguei pro papai noel da escola, esse ano ganhei uma terapeuta infantil de natal… Nessa mesma época eu perguntei pra minha vó porque eu morava com eles se as gêmeas moravam com vocês, se a Bella que tinha acabado de nascer morava com vocês, primeiro ela disse que os filhos mais velhos moram com os avós mas eu disse que era mentira, porque Josh e Joalin eram filhos mais velhos e morava com os pais deles, na verdade nem faz tanto sentido porque a Joalin é filha única… Enfim, ela disse que era porque ela e o vô me amavam tanto que não podiam ficar longe de mim, eu fiquei tão brava, eu só queria ser uma criança normal que mora com os pais, no dia seguinte usei todas as palavras horríveis que eu conhecia pra falar o quão brava eu estava para a psicóloga infantil e se não fosse por ela acho que eu tinha ficado uma semana inteira sem falar com a vovó, sabe o que é uma semana pra uma criança de nove anos? - rio fraca – Eu passei boa parte da vida me sentindo culpada por ficar minimamente brava com ela por isso… Dia 20 faz dois meses do dia que minha mãe me chamou de filha pela primeira vez… Eu tô começando a entender agora que eu ainda tenho uma mãe… Que quando a vó Clara morreu não foi isso que eu perdi e eu queria muito ter entendido antes… E mãe, eu não tô reclamando, viu… - olho pra minha mãe que me encara chorando – Meu vô… vovô sempre foi meu herói, sempre que eu tinha medo de algo ele me pegava no colo e dizia que ali eu podia ficar tranquila porque estava no lugar mais seguro do mundo, vovô tinha insônia então sempre que eu acordava no meio da noite por causa de algum pesadelo ele estava acordado, era impressionante, ele sempre estava lá, foi assim que me apaixonei por musicais, praticamente toda noite nós assistimos um… Você disse que quando chegou na casa dos Beauchamp no dia do acidente eu tava com olhar perdido, eu nunca senti tanto medo na minha vida, medo porque sabia que ia morar com vocês e com quatorze eu já entendia que todas as desculpas da vovó eram só isso mesmo, desculpas, porque vocês não gostavam de mim e ponto. Eu tinha medo porque eu não sabia como reagir dali pra frente, mas eu tinha mais medo daquele momento, porque eu nunca tinha chegado naquele ponto, o momento onde o medo te corrói e você não sabe o que fazer, o vô Sérgio sempre me pegava no colo e dizia que eu estava no lugar mais seguro do mundo bem antes disso, e ali eu percebi que a partir daquele segundo eu nunca mais teria alguém pra afastar os fantasmas, que seria só eu e eu pra sempre e fiquei mais apavorada ainda, fiquei com medo por antecipação pelos medos que viriam a partir dali… - Shivani segura minha mão me mostrando que não to sozinha e eu continuo – O primeiro dia foi fácil, a Daada ficou dentro daquele quarto comigo o dia inteiro, mas quando eles foram embora meu mundo caiu e eu não tinha mais ninguém. A primeira semana aqui foi a pior da minha vida, eu me fechei pra todos os meus amigos, eu não tinha família, ninguém nessa casa falava comigo, quando voltei pra escola uma semana depois eu torcia todo dia para o mesmo acaso que fez eles morrerem num acidente de carro fizesse um me atropelar… Sinceramente, eu acho que se não fosse a Joalin eu nem estaria aqui agora… O que eu tô querendo dizer é que eu me tornei uma pessoa tão fria que nem me importava mais, eu não tinha mais aquele medo que só o vô conseguia tirar, eu não me sentia mais culpada quando lembrava que fiquei brava com a vó naquele dia com nove anos, eu só queria que o ensino médio acabasse logo, e olha que nem tinha começado, pra eu me mudar pra uma universidade bem longe de todo mundo e eu falava pra mim mesma: ninguém naquela casa nunca mais vai saber de mim quando eu fizer dezoito anos. Mas aí a Bella começou a brincar comigo quando ninguém estava por perto, a Shiv do dia pra noite virou minha melhor amiga e eu fui voltando a ter sentimento pelas pessoas, fui me abrindo de novo com a Lin e voltei a falar com a Oli e a Sabi… E todo aquele medo voltou, eu voltei a me odiar por ter passado um dia brava com minha avó, porque foi um dia perdido, eu voltei a ter pesadelo e quando acordava ele não tava lá pra me abraçar e eu só queria ter isso, eu só queria entender porque tiraram isso de mim, eu via vocês com as menians e me perguntava: porque eu não posso ser filha deles também… Pai, eu sinceramente esperei muito por isso, mas a Any com bloqueio ainda tá aqui e ela não me deixa acreditar em nada disso, ela não me deixa acreditar que existe uma pessoa que ame tanto ela no mundo que lhe privaria de ter uma vida de criança normal que nem a Clara disse que fez, ela não acredita que algum dia alguém vai abraçar ela e falar que ela não precisa ter medo porque está no lugar mais seguro do mundo e ela não consegue acreditar que você quis ser esse cara depois de todos esses anos me humilhando, ainda mais nessas circunstâncias… - me levanto rápido e subo correndo para o meu quarto trancando a porta antes que alguma de minhas irmãs consigam entrar. Não me expor assim para os meus pais era minha meta diária e eu acabei de jogar ela no fosso.
– Any… abre a porta..por favor… - Escuto Shivani chamar e ignoro. – Any… por favor - mais algumas batidas minutos depois e eu só queria não ter dormido mais cedo, eu daria tudo para ter consegui dormir agora – Any, eu vou ligar pras meninas e pro Josh se você não abrir a porta - Ignoro mais uma vez e fecho com força meus olhos pedindo a Deus que me faça dormir.
– Shivani, por favor, eu só quero esquecer o dia de hoje – Digo quando escuto mais uma batida dez minutos depois.
– Amiga sou eu - escuto a voz de Joalin – Me deixa entrar por favor.
– Lin, tá tudo bem… não precisava vir aqui…
– Então me deixa entrar - ela pede.
– Não sei se tenho forças pra ir até a porta… - falo quase que em um sussurro.
– Meu bem… abre a porta, por favor - Escuto a voz de Josh.
– Shivani, se você estiver aí, saiba que eu vou matar você, não precisava ter ligado para eles…
– Você não abriu a porta… - minha irmã diz e sinto a preocupação em sua voz.
– Eu vou abrir… - fico meio tonta quando levanto rápido demais pra quem desidratou o corpo todo por conta das lágrimas. Abro a porta e Shiv e Nour estão sentadas no batente, Joalin encostada na parede ao lado da porta e Josh na da frente. Minhas irmãs levantam com rapidez e me abraçam. Eu sorrio para elas quando nos separamos e volto para a cama.
– Gente, de verdade, eu tô bem, só preciso processar o que rolou hoje… Acho que não estou pronta pra ouvir tudo o que eu ouvi.
– Eu sei que está, você é a pessoa mais forte que eu conheço, nada pode te derrubar! Eu só vim mesmo te dar um abraço pra você saber que eu vou sempre amar você, meu grudinho.
– Eu te amo, Lin! - digo abraçando a minha melhor amiga.
– Cabe mais duas nesse abraço? - Sabina pergunta e olho pra porta, ela e Olívia estão nos encarando sorrindo fraco.
– Foi a Sabi que atrasou - Oli diz e as duas nos apertam forte.
– É claro que foi - digo rindo fraco – Vocês são as melhores.
– Você que é! - As três dizem em uníssono.
Nos separamos e encaro Josh que está sentado na cadeira da escrivaninha me encarando.
– Mal cheguei e já vou ter que sair pra deixar os pombinhos sozinhos, essa vida de amiga compromissada não é fácil – Sabi diz se levantando da cama.
– Pra você ver o que a gente passa há quase dois anos - Joalin brinca.
– Vamos dar cobertura, fica de boa - Nour diz e me dá um beijo na testa.
– Não precisa sair gente… - Josh diz, mas as meninas já estão lá fora.
– Obrigado por vir… - digo sem graça.
– Já te falei que vou estar sempre aqui… - Ele diz se sentando na cama ao meu lado – As meninas contaram o que rolou…
– Sabe qual o pior… Eu quero muito perdoar ele… Eu acho que tô quase cedendo…
– E tá tudo bem se rolar e se não rolar também está tudo bem, você não tem que se privar de sentir o que quiser sentir, Any!
– Agora na verdade eu queria esquecer tudo isso.
– A gente pode fugir lá pra casa e passar a noite toda assistindo O Rei do Show em looping.
– Ou comédias românticas dos anos 90.
– Pode ser também!
– Proposta tentadora, senhor Beauchamp, você está querendo me sequestrar? - brinco.
– Deixa eu pensar, te ter só pra mim a noite todinha? Penso nisso todo dia… - ele diz fazendo carinho no meu cabelo.
– Você é um besta, mas infelizmente, vou ter que deixar essa passar, amanhã vocês tem jogo, não posso permitir que meu atleta favorito tenha uma noite mal dormida antes de um jogo.
– Eu sou seu atleta favorito? - Ele pergunta fingindo surpresa.
– Talvez eu tenha exagerado um pouco…
– Sem graça - ele revira o olho.
– Mas agora sério, meu bem, muito obrigado por ter vindo até aqui só pra ver se eu tô bem e realmente eu tô, só preciso dormir, amanhã é outro dia.
– Any…
– Oi?
– Vamos combinar uma coisa, um pacto pro resto da vida e tô falando sério, mesmo que a gente se separe, mesmo que seja daqui a trinta anos.
– Você vai me pedir em casamento de novo? Duas vezes no mesmo dia, acho que isso é um recorde…
– Vai que dessa vez você aceita.
– Acho que ainda não…
– Então ainda bem que não é isso… Vamos combinar que sempre, eu tô falando sempre mesmo, independente do dia, do horário ou da circunstância, você vai me ligar quando sentir que não tá bem…
– Josh..
– Tô falando sério - ele estende seu dedo mindinho em sinal de promessa e eu entrelaço o meu ao dele.
– Tudo bem, sempre!
– Any, eu sempre estarei a uma ligação de distância, não esquece disso.
– Você é tão precioso… Muito obrigado por tanto.Pouco depois as meninas voltaram para o quarto, eu falei que não queria conversar sobre, então ficamos jogados em minha cama falando sobre a peça, Josh quase não abria a boca, seu carinho em meu cabelo era a única prova de que ele não tinha dormido, eu caí no sono no meio da conversa e só acordei no dia seguinte com o despertador tocando.
Notas
xiiiii, acham que ela deve perdoar o pai?
volto com mais dia 21/11.
Até depois
beijos, não esquece de votar!
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Hideaway - Beauany Story
FanfictionQuando você está no ultimo ano do colegial é natural que algumas coisas mudem. Mas, para Any, o ano foi extremamente diferente. Ainda mais pelo fato de voltar a falar com os seus pais e com seu melhor amigo de infância. Ou voltar a sentir que pessoa...