23/11/2023

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Any Gabrielly

Hoje é a primeira vez desde a morte dos meus avós maternos que eu sinto vontade de comemorar o feriado de ação de graças, não sei o clima está mais calmo, achei que com a chegada dos meus avós paternos em casa as coisas seriam mais estranhas já que minhas irmãs aparentemente não gostam muito deles, porém ontem quando eles chegaram trouxeram presentes para todos, cada uma ganhou um Jordan diferente, e levado em consideração que eu e a gêmeas calçamos o mesmo número, nós três ganhamos três tênis, mamãe me disse que ela e meu pai conversaram com nossos avós sobre as meninas e os dois já chegaram elogiando as duas e estão num grude só, segundo Daada: Eu só saio daqui quando as gêmeas gostarem de mim.
Meus avós sempre foram pessoas rígidas com meu pai, porém comigo eles faziam o papel de avós mesmo, davam as coisas que eu queria, me deixavam fazer o que quiser, enquanto Sérgio e Clara eram meus pai Omar e Sahira eram meus avós mesmo! Ontem a noite conversei com eles sobre isso, Daadee disse que sempre achou que era obrigação deles ajudar meus avós a cuidarem de mim, por isso sempre que estavam por perto queria ficar comigo, mas nunca imaginaram que as minhas irmãs se sentiram deixadas de lado por isso, enfim, agora essas duas estão ferradas, porque se eu conheço bem meus avós, eles não desgrudaram delas até que as duas digam que está tudo bem.
São nove da manhã e eu já estou de pé e pronta para o dia, quando desço vovó já está pondo a mesa do café.
– Bom dia, Daada! - sorrio e lhe dou um beijo.
– Bom dia, minha filha, dormiu bem?
– Eu quem deveria perguntar, vocês são as visitas!
– Dormimos sim, meu bem! Oh minha Any, eu senti tanta saudade!  - daada para o que está fazendo e me abraça, nessa hora escuto vozes e daadee e meu pai entram na cozinha.
– Bom dia, daadee! - abraço meu avô.
– Any me chamar de daadee é a última gota do lado oriental que tenho - ele diz me abraçando.
– Não fale assim, Omar, até parece que está renegando suas origens - Daada adverte e ele revira o olho, eu e meu pai rimos, o que pra ser sincera é algo muito estranho.
– Estava falando com seu pai que iremos assistir sua apresentação amanhã, minha neta, tem problema?
– Claro que não tem problema! Vai ser incrível ter vocês lá, os pais do Josh também vão.
– Josh é…? - daada pergunta.
– O namorado da Any - Bellinha diz entrando na cozinha e eu arregalo os olhos.
– Any está namorando? - Daadee pergunta encarando meu pai sério.
– Josh, é o filho dos Beauchamp, pai - meu pai diz sério – Vocês devem se lembrar.
– Ah sim… agora me lembro, Josh, Clara sempre falava que vocês estavam predestinados a ficar juntos…
– Daada, você não é a primeira pessoa a me dizer isso… - sorrio fraca.
– Vó, você ia muita na casa da vó Clara? - Bella volta a conversa depois de se sentar à mesa ao meu lado.
– Não muito, pequena, mas sua vó e eu conversavamos muito por telefone.
– Entendi…
Logo minha mãe e as gêmeas também já estavam na cozinha e tomamos café todos juntos, passamos o dia assistindo filmes e conversando sobre tudo na vida, Shivani até respondeu algumas das perguntas de meu pai, jogamos imagem em ação e mega-senha e essa tarde foi de longe a tarde que mais me senti dentro da minha própria família.
Daada e mamãe preparam o jantar e na hora da ceia tivemos que discursar sobre todas as coisas que somos gratos.
– Dos mais novos aos mais velhos! - Daadee disse e Isabelly revirou os olhos.
– Tá bom… eu sou grata pelos presentes que ganhei esse ano, pela minha amiga Mel e pela minha família.
– O mesmo discurso todos os anos desde que ela começou a falar - Shivani nega com a cabeça.
– Deixa sua irmã, Shiv, você também quando era menor falava sempre a mesma coisa - Mamãe defende a mais nova.
– Minha vez! Eu sou grata por ter todas as pessoas que se importam comigo nesta mesa, por apesar dos pesares nós sempre encontrarmos uma forma de ajeitar as coisa e pela minha irmã mais velha que é a pessoa mais incrível do mundo.
– Ela tá falando de mim, viu Any! - Shivani brinca e Nour nega com a cabeça me fazendo rir – Minha vez! Eu tenho muitas coisas a ser grata nesse ano, mas a mais importante é ter você nesse jantar, termos passado o dia inteiro juntos e você sorrir e brincar conosco, eu me inspiro em você Gabs!
– Eu amo vocês! - sorrio e mando beijo para minhas irmãs – Ok - respiro fundo – Eu sou grata pelas segunda chances, grata porque nesse ano pude perceber que eu não perdi todo mundo, que eu tenho ao meu redor pessoas que me amam, pessoas que me se inspiram em mim e a quem eu posso inspirar também, sou grata por saber que esse ano posso falar genuinamente sobre o que sou grata. - minhas irmãs me abraçam.
– Em toda minha vida eu fiz discursos chulos na ação de graça, acho que nunca realmente entendi o que essa data significava até hoje, ver minha família aqui, reunida e agradecendo por estarem juntos, eu sou grata por todo esse ultimo ano, por tudo que minhas filhas, as quatro, me ensinaram, por ter vivido a melhor ação de graças de todas hoje, eu sou tão grata a esse momento. - Mamãe diz com lágrimas nos olhos.
– Eu sou grato por, apesar de ser uma pessoa tão ruim, vocês ainda enxergam a solução… - papai diz batendo o garfo no prato sem encarar ninguém da mesa.
Meus avós praticamente falaram a mesma coisa, que eram gratos de estar conosco. Daadee terminou orando por paz e igualdade.
Quando eu morava com meus avós, vó Sérgio sempre orava depois dos discursos de gratidão, nos três anos em que passei a Ação de graças com meus pais, nós mal fazíamos discurso de gratidão, eu na verdade nunca falei nada, nunca senti que alguém iria escutar na verdade, hoje com daada e daadee aqui senti como se estivesse em casa de novo, talvez assim como quando estou com os Beauchamp ou com os Loukamaa, meus avós paternos me fazem sentir está mais próxima da vovó e do vovô, hoje senti vontade de fazer parte das brincadeiras de ação de graças, foi gostoso passar a tarde jogando e assistindo filmes com minha família. Depois do jantar Nour sugeriu de fazermos como se fosse um amigo oculto porém ao invés de dar presentes escrevermos cartas para essa pessoa, colocamos o nome de todos em papéis e sorteamos, cada um pegou um nome e foi para um canto da casa escrever sua carta, eu graças a Deus, peguei Isabelly, e foi fácil de escrever para ela.

Hideaway - Beauany StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora