Jesus, isso é estranho, Ava pensa assim que o mundo exterior desaparece ao entrar no portal para um mundo desconhecido.
Será que é isso que Lilith sentiu quando atravessou? É quase como nadar em gel ou algo assim. Beatrice iria odiar.
Merda.
Ela totalmente acabou de me dispensar, não é? Quero dizer, ela não disse "eu te amo". Achei que tivemos um momento quando nos beijamos. Talvez eu tenha cometido um erro. Não houve "momento" nenhum. Eu só estou sendo estúpida. E desesperada. Ava, como você pode ser tão burra?
Claro que sou.
Ela é uma freira!
Uma garota. E muito melhor do que eu.
Claro que ela não gosta de mim.
Merda.
Eu realmente fui rejeitada, não é?
Isso nunca aconteceu comigo antes. O único cara com quem fiquei estava totalmente a fim de mim. Claro, eu vivi em um orfanato cheio de freiras odiosas que me rejeitavam todos os dias, mas romanticamente?
Isso é novo. Dói também.
Bom trabalho, Ava. Assustando a Beatrice assim. Burra! E se...
Meu peito está me matando. Por que isso está levando tanto tempo? Nesse ritmo, vou acabar indo de arrasto antes mesmo de chegar aonde quer que eu esteja indo. Deus, espero que não. Aguente mais um pouco, Halo. Por favor!
De repente, seus pensamentos são abruptamente interrompidos quando ela emerge em um mundo desconhecido, caindo pesadamente no chão com um baque surdo. A força do impacto causa uma dor tão intensa que ela acha que vai desmaiar. Ava está coberta de cortes, e o efeito do divinium em seu corpo a deixa nauseada e fraca, sua visão borrada e distorcida pela tontura e visão turva. Sentindo o tempo se esgotando, cada movimento que faz envia ondas de dor por seu corpo já enfraquecido.
Olhando ao seu redor, a Freira Guerreira percebe um deserto que se estende com suas dunas ondulantes em todas as direções, mas ao longe, quase invisível aos olhos nus, algo que parece ser uma cidade. O lugar é exatamente como Michael havia descrito. Ela luta para se levantar, sua respiração ofegante e irregular, a cada segundo se sentindo mais frágil e exausta, tanto pela perda de sangue quanto pelo calor escaldante do sol castigando sua pele ferida, intensificando a dor. O cheiro de sangue invade suas narinas, e depois do que parece uma eternidade, ela desiste.
Suas pernas não a obedecem mais. Seus braços estão muito pesados. Tudo o que ela pode fazer, com grande esforço, é se concentrar em continuar a respirar e esperar que alguém, qualquer um, venha salvá-la.
E é exatamente o que acontece. Com um ar de mistério, quase alienígena, e um olhar de compaixão, Reya aparece em seu campo de visão com um sorriso preocupado no rosto.
"Obrigada, Eva. Por finalmente se juntar a mim."
"Eu não acho que tive muita escolha, cara."
"Sempre há uma escolha."
"Se você diz...", ela responde, sem fôlego. "Olha, não quero ser uma vaca nem nada, mas acho que estou morrendo. Será que pode, talvez, me ajudar?"
"É claro. Eu jamais deixaria qualquer coisa acontecer com você, minha campeã. Aqui." Reya estende sua mão e, assim que toca o corpo seu corpo, a dor intensa desaparece, substituída por uma onda de alívio que atravessa todo o seu ser. O rosto da Freira Guerreira se contorce em um misto de surpresa e gratidão e, quando seus olhos se encontram, ela percebe o olhar da mulher misteriosa sobre ela, um olhar enigmático, cheio de compaixão e um gentil sorriso.
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Sombras do destino: Parte I (A Warrior Nun Fanfic)
RomansaAva retorna a um mundo permanentemente transformado por seu recente encontro com a morte. Assombrada pelas provações aterradoras que enfrentou e munida da verdade inquietante sobre Reya, ela é impulsionada a alertar e preparar suas companheiras guer...