Sombras do Passado - Livro 1

Capítulo 19

Uma semana se passou desde que eu descobri tudo sobre o meu passado e da minha família, desde então eu vivo confinada na torre, que até pouco tempo era de Leonard, dentro da biblioteca, na maior parte do tempo com Lucien, procurando mais sobre meus poderes, provavelmente tudo que eu precisasse saber sobre a magia negra ou qualquer outra coisa estranha que envolvesse bruxas, demônios e um relacionamento entre eles.

Pelo que eu havia descoberto, a magia negra era a magia das primeiras. 7 bruxas e bruxos originais que fundaram o nosso país, seu poder transcendia tudo que era visto, era puro mal e destruição, conseguiam criar seres monstruosos a partir de qualquer coisa viva, corrompiam tudo e qualquer coisa que tocavam, além de conseguir controlar pessoas como fantoches, aquele poder nas mãos das pessoas erradas poderia facilmente aniquilar aquele continente inteiro.

Não éramos incomodados em nenhum momento, ninguém entrava ou saia do meu quarto a não ser uma criada que me trazia as refeições pontualmente todos os dias. Eram nestes momentos que Lucien se escondia entre as estantes da biblioteca para evitar ser visto, mas o que mais me deixava curiosa é como ele conseguia entrar no meu quarto, todos os dias, sem ser notado e mesmo com as portas trancadas, já que depois do que aconteceu com o rei minha mãe simplemente surtou e me prendeu na torrer por tempo indeterminado.

Há alguns dias atrás pedi Lucien para ver se Ronald estava vivo ainda, apesar de que eu acredito que morrer teria sido o melhor para ele naquela situação

Lucien humildimente atendeu meu pedido e foi ve-lo e pelo que ele me contou, o rei estava em uma condição tão deplorável que ele até mesmo cogitou a ideia de matá-lo ali naquele momento, sem olhos, mãos e língua, pelo que me contara, ele era literalmente apenas a capa de um homem que ele foi um dia. Pelo que Lucien disse também, algumas bruxas cicatrizaram seus machucados impedindo que ele sangrasse até a morte e o alimentava todos os dias para que ele não morresse o que indicava que por algum motivo minha mãe não o queria morto

— Estou morrendo de fome — reclamou Lucien do outro lado da mesa, deitando a cabaça no livro de lia e me encarando, pelos deuses, sua semelhança com River era tão grande que eu até tinha de confundi-los e acabar chamando um pelo nome do outro em um momento inoportuno

— Logo a criada deve estar chegando, espere só mais um pouco — pedi educadamente

— E porque deveríamos esperar — disse ele levantando a cabeça e puxando meu livro das minhas mãos — Você tem magia negra, aparentemente a coisa mais forte e destrutiva de todo o continente, você deveria arrebentar esse castelo e tudo o que tem nele, seria um favor que você estaria fazendo além disso pouparia muitas vidas inocentes

— Você está doido Lucien? Destruir tudo? — o encarei quase sem acreditar no que ele tinha proposto, por mais que no fundo eu acreditasse que ele não estava falando sério — Primeiramente que eu nem ao menos sei controlar isso direito, por esse motivo eu quero ir com você encontrar as Banidas. E, pense em quantas pessoas inocentes moram nesse castelo, criadas, até bruxas que infelizmente são obrigadas a seguir as regras por mais que não acreditem nelas, não posso fazer isso, não podemos

— Se é o certo ou errado não me interessa, isso mudaria todo o continente e acima de tudo traria paz mais rápido do que podemos sequer pensar — ele estava determinado a me convencer da sua ideia, seus punhos estavam cerrados em cima da mesa, como se estivesse brigando com alguém

— Não quero criar uma realidade para nós banhada em de sangue de inocentes e pessoas que morreram sem nem poder escolher o lado que ficariam — respondi deixando clara a minha opinião, era uma alternativa que eu nunca escolheria