100

9.8K 791 193
                                    

Thiago

20 de Dezembro de 2023
Vila Aurora
Zona Norte, São Paulo.

Lívia: Acorda, amor.

Eu continuei com os olhos fechados, mas sentia a mão dela passando nas minhas costas.

Dia que eu nasci.

Sempre era uma parada foda viver esse dia. Minha mãe e a Beatriz entendiam que eu nunca gostei de comemorar. Fazia uns anos já que eu nem sabia o que era assoprar uma vela, tá ligado? Mas ia ser o primeiro que ficaria com a Lívia e com o moleque. Nem sabia o que ia rolar, mas sabia que ela não ia deixar eu viver como um dia normal.

Thiago: Depois - resmunguei, ainda de olhos fechados.

Lívia: Agora, cara - eu nem me mexi - Por favor.

Respirei fundo. Tinha que ter paciência hoje. Virei, pra ficar de frente pra Lívia, e abri os olhos. Ela deu um sorrisinho pra mim e até pisquei mais uma vez pra ter certeza de que não tava ficando doido.

Ela tava sem lente, pô.

Thiago: Caralho, bom dia hein.

Lívia: Feliz aniversário - falou, abraçando o meu pescoço.

Tática pra não deixar eu ver por muito tempo, toda bandida.

Thiago: Rum, vai ser feliz só se tu ficar o dia todo assim - falei, dando um beijo na cabeça dela, e tentei afastar o corpo dela do meu, pra poder ver de novo, mas ela grudou igual carrapato - Me solta, Lívia.

Lívia: Jorge mandou feliz aniversário pro pai dele. E disse que te ama muito, e que tá louco pra bagunçar junto contigo.

Cocei meus olhos, quando ela se afastou.

Ano que vem o moleque ia estar aqui, tá ligado? Ia ser mó daora.

Thiago: Amo vocês.

Ela fez bico, com os olhos cheios de lágrimas.

Lívia: Te amo também - ela respirou fundo - Tenho um presente. Pra hoje.

Estreitei os olhos e a Lívia levantou da cama, saindo do quarto.

Tava aprontando, pô.

Eu tinha que me levantar e ir treinar. Mas ela tava toda empolgada, então fiquei na minha, quieto na cama, até ela voltar com um sorriso no rosto e uma caixa na mão.

Última vez que a Lívia entregou uma caixa na minha mão eu soube que o Jorge tava no caminho.

Thiago: Já vi isso antes.

Ela riu e rolou os olhos.

Me sentei na cama, colocando a caixa no meu colo.

Lívia: Abre - falou, batendo palmas.

Eu neguei com a cabeça, antes de tirar a parte de cima da caixa, e ver dois papéis ali encima, junto de uma camiseta novinha do timão.

NOCAUTEOnde histórias criam vida. Descubra agora