8.

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— Primeiras gotas.



   Era dia, e estava quente, mas isso não impediu que aquelas pessoas transitassem apressadas para cumprirem suas agendas. O movimento contínuo de veículos na rua Shin Myong em conjunto com o barulho das pessoas a badalar conversas aleatórias sobre o fim de semana que estava distante deixava tudo mais agoniante. Um barulho de veículos passando acima da tampa do bueiro era um dos ruídos que mais se ouvia ali dentro do túnel abaixo da cidade, e o leve gotejar de uns canos gigantescos fazia a cena parecer mais grotesca do que já era. Alguns pequenos animais atravessavam o vasto corredor em busca de comida. Encostado a um lance de escada ressonava melancolicamente um corpo flagelado e de roupas rasgadas, com enormes vergões abertos em sua pele que estava sofrendo pequenos espasmos do frio da umidade que residia ali em baixo.

O tom da pele empalidecido como a neve, destacava ainda mais os machucados. A boca ressecada de vergões avermelhados encontrava-se levemente entreaberta expelindo quase que sem força o ar. As mãos recostadas, cada uma, ao lado do corpo. O cabelo tomava toda extensão esquerda do rosto do ser desconhecido. E eram fios escuros como a noite, sem brilho algum. Suas sobrancelhas franzidas em dor era a única coisa mais expressiva ali. Seu corpo, em partes, descoberto estonava roxeados hematomas. Alguns até abertos estavam. 

Ao longe, vozes e algumas risadas fizeram-se presente no local matando o mórbido silêncio do local. Luzes iam e viam sem nunca terem um ponto fixo. A cada centímetro de proximidade se via os pequenos animais correrem assustados com a mudança de comportamento do local pelos intrusos. 

— Você não acreditaria se eu falasse, por isso precisei te mostrar! – ressalta o homem para o amigo ao lado. 

— Mas a tubulação havia sido checada ontem, e Mineu deixou tudo nos conformes.

Os agentes dobraram o cruzamento enquanto debatiam o porquê o lado sul havia sido interceptado pelos agentes de esgoto da categoria 3C quando todas as tubulações haviam sidas revisadas pelo sênior Cho Mineu junto a sua equipe da categoria 3B na noite passada.

— Sim, mas nós dois sabemos como Mineu é! – declarou irônico enquanto mexia em seu equipamento.

— Talvez sejam só os canos que entraram ar neles. Ou, talvez, algum pequeno vazamento? – expôs Jimin seguindo os passos que JungKook fazia.

— Talvez eles estivessem que ter olhado com mais afinco! – estava cansado e era a terceira vez no dia que mandavam os dois até ali.

Chegaram perto da escadaria do lado da entrada que dariam a tubulação, Jimin reclamava igual uma criança raivosa enquanto ia montando o eixo do aparelho de medir a alcalinidade, o que acabou fazendo com que seu amigo risse um pouco da situação. Ele não era uma pessoa que reclamava muito das coisas, mas fazerem aquele trabalho mais de duas vezes no dia estava deixando-o sufocado com seu chefe. Estavam prestes a entrar no túnel quando de repente o cabeçote escorregou da mão de Jimin rebolando de volta alguns centímetros. O mais alto riu sonoramente da cara que fez o mais velho que já estava se estressando.

— Ei, por que está rindo desse jeito?! Vou acabar te estapeando! – refutou o mais velho pisando forte indo atrás do cabeçote. — Dá pra, por favor, me ajudar a iluminar esse treco?

— Calma aí docinho, não fique nervoso, huh! – retrucou provocando o outro logo iluminado onde ia o amigo.

Jimin se abaixou um pouco pondo uma das mãos, coberta por luva, ao chão para olhar em baixo de um amontoado de cabos que havia ali enquanto iluminava o local. JungKook pôs a fazer o mesmo, mas só iluminou o local onde o corpo de Jimin estava logo balançando divertidamente a lanterna em um ritmo lento para estressar ainda mais o amigo a sua frente.

PEQUEI - (G)I-DLE ¦ {FANFICTION}Onde histórias criam vida. Descubra agora