"Porque eu sabia que ao entrar pela porta e eu estaria sozinha, por que eu colocaria mesmo a porra da árvore? Se não há ninguém aqui que vai ver apenas o quão bonita ela parece na véspera de Natal, porque não há ninguém aqui perto de mim. Esta é a minha canção triste Natal". - Miley Cyrus, My sad Christmas song.
*
O cara bonito engasgou com o nada.
- Com ele? - Minha mãe pergunta apontando para o cara bonito, quase sentindo a mentira -, onde você trabalha? - ela dirigiu sua atenção para ele, o que era péssimo para mim, por que era óbvio que ele não estava a fim de brincar de teatro comigo.
- Aqui, eu trabalho aqui. Sou o novo diretor, Milo Manheim - ele segura meu celular e meu saquinho de gengibre em uma única mão e comprimenta minha mãe.
- Sou Elizabeth Carpenter, mãe da Sabrina.
- Viu? Vocês já estão se conhecendo! - eu falo com minhas mãos nas costas para esconder meu nervosismo, puta merda ele era tipo o meu novo chefe, na verdade ele era chefe do meu chefe, mas ainda sim... Eu não podia ter escolhido o John que entregava cartas para essa mentirinha boba?
- Bem... Acho que deveríamos... - minha mãe coloca as mãos para o alto -, por que não me contou?
O cara bonito cruza os braços, de repente divertido, eu posso ver um sorriso cruzando seu rosto bonito e eu tenho vontade de socar a cara dele. Ele não estava contente em sentir pena de mim, também tinha prazer em me ver me enrolando na minha mentira. Senti vontade de socar o rosto dele.
- Bem... Ah... Eu não queria te contar porque é algo recente e... - qual era o nome dele mesmo? Eu olho para ele e ele está segurando a risada, mas ele sussura inaudivelmente seu nome "Milo" e eu gostei dele de novo - Milo e eu não queríamos estragar nada falando antes da hora.
- No elevador...
- Você nos pegou desprevenidos -, qual era a maldita política de relacionamento entre funcionários? Eu não fazia ideia nunca me envolvi com um colega antes, não que eu estivesse envolvida agora, mas seria bom saber.
Minha mãe nos olhou, primeiro para mim e então meticulosamente para Milo que estava muito confortável encostado no batente da porta com os braços cruzados e um sorriso bonito. Minha mãe demorou seu olhar nele. Provavelmente se perguntando porque um estranho mentiria para ela.
Eu também estava me perguntando isso.- O que você tem a me dizer, Milo?
É isso. Esse é o momento em que eu vou morrer de vergonha. E então eu posso m matar na frente deles, porque quando ele disser a verdade para minha mãe isso vai acabar comigo. Já imagino ela contando para as minhas irmãs, primos, primas e cunhados qual foi a última coisa ridícula que eu fiz.
Eu suspirei fundo e decide acabar com isso de uma vez, eu não iria prolongar a tortura ou deixar o coitado do Milo ainda mais metido nessa merda só porque me senti insegura e inferior as minhas irmãs. É ridículo demais. É patético demais.
Milo me olhou nos olhos e franziu a testa, ele era bem expressivo, mas isso não o tornava mais fácil de ler. Então quando ele se moveu e puxou minha mãe para um abraço rápido eu congelei no lugar achando que estava maluca, rapidamente coloquei a mão sobre minha testa para ver se eu estava alucinando de febre (não), me belisquei para ver se eu estava acordada (estava), tudo parecia irreal demais.
- Sinto muito por não ter dito nada, a senhora realmente nos pegou desprevenidos. É algo realmente novo - ele frizou essas palavras olhando para mim -, mas eu estou maravilhado por conhecê-la.
Esse cara é maluco! E genial! Era isso que eu precisava, minha mãe vai me deixar em paz.
Merda.
Ela vai querer que ele vá ao casamento... Eu o vejo conversar com a minha mãe, mas não presto atenção, estou bolando um plano para acabar com o nosso falso relacionamento relâmpago.
Pensei em muitas coisas, mas depois cheguei a conclusão que era melhor ir pelo caminho mais fácil: não deu certo e terminamos ele seguiu em frente, conheceu alguém melhor e acredite ou não, ele está perdidamente apaixonado, você sabe, o problema sou eu e etc, só mais do mesmo.
- ... Isso é maravilhoso Milo! Então, podemos almoçar os três juntos hoje? Eu tenho que buscar o vestido da Shannon, como eu disse, ela teve que viajar a trabalho e não pôde vir. Mas eu precisava ver esse vestido e saber que está tudo certo...
- Eu entendo... - Milo respondeu pacientemente, ele tentou segurar as mãos da minha mãe, então percebeu minhas coisas ainda em sua mão e se virou para mim -, aqui, você pode pegar isso, amor?
Eu olho para ele e ele sorri, eu me movo por obrigação e devagar, muito devagar.
-Amor... - eu digo -amor... Claro, amor.
Quando eu pego as coisas de sua mão, eu olho para a forma que ele segura as mãos de minha mãe e fala com ela sobre entender as obrigações dela.
É o suficiente. Eu finalmente volto a mim.
Minha mãe é perfeccionista, não é obrigação é desejo, além de ela adorar ser a melhor em tudo que faz, ela tem prazer em deixar seus vizinhos em completo choque, e é por isso que ela fez Shannon comprar seu vestido de noiva em uma boutique em Nova Iorque, quando tem lojas de vestidos de noiva perfeitamente boas em Boston: ela adora se mostrar. E suas filhas lindas e perfeitas não podem ser nada além de perfeitas. Não é sobre Shannon e Kai ou sobre mim em si, é sobre ela.
- Infelizmente, não podemos almoçar juntos - eu digo jogando meu celular e biscoitos de gengibre sobre minha mesa fazendo barulho, em algum momento em 2024 eu vou precisar de um celular novo -, nós temos um dia lotado com reuniões - eu seguro o braço de Milo e checo seu relógio sem realmente ver as horas -, olha só! Estamos atrasados para uma reunião agora mesmo!
- Mas o Milo disse...
- Ele é louco, mamãe e nós temos que ir.
Eu abraço minha mãe rapidamente aproveitando para levá-la para fora, mas ela me para olhando por cima da minha cabeça para Milo atrás de mim, às vezes, só as vezes eu me ressentia de ter 1,51 de altura.
- Mas podemos jantar hoje às 19:00 horas, o que acha, Milo?
Eu fecho meus olhos com força, ele tem que dizer não.
- Perfeito! Mal posso esperar para vê -la novamente.
Puta que pariu, da onde é que esse maluco veio?
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A Nonsense Christmas
FanfictionVocê sabe o que dizem sobre passar o natal sozinha? Algo sobre ser uma fracassada solitária, uma vez perdedora... sempre perdedora! Não exatamente sozinha, quero dizer, tenho família e amigos, mas passar o natal sem um namorado? Imperdoável! para mi...