Capítulo 7

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"Porque eu só quero você aqui esta noite me abraçando bem forte, o que mais eu posso fazer? Oh, querido, tudo que eu quero de Natal é você, você, querido. Oh, todas as luzes estão brilhando tão radiantes, por todo lado (tão radiantes, amor) e o som das risadas das crianças preenche o ar e todo mundo está cantando, eu escuto aqueles sinos dos trenós tocando Papai Noel, você não vai trazer a única coisa que eu realmente preciso? Você não poderia, por favor, trazer o meu amor para mim?" - Mariah Carey, All I Want for Christmas Is You.

*

Eu estava congelando, Camryn parecia estar menos mal humorada, o parque iluminado e a neve caindo brilhando junto com a iluminação de natal renovou minhas certezas sobre Nova Iorque. Ter me mudado para cá foi uma das melhores coisas que eu já fiz, eu amo essa cidade e conforme as luzes e as decorações de natal aqueciam meu coração eu me sentia mais feliz. Milo estava ao meu lado, de braços dados comigo e a sua mão enluvada fazia carinho no meu braço enquanto ele conversava com sua mãe, era quase como se ele não percebesse o que estava fazendo.

Paramos na frente do ring de patinação no gelo e um papai Noel passou por nós jogando um saquinho de biscoitos de papais Noel e nos desejando um feliz natal, Milo o pegou e o respondemos. A noite estava tão gelada que eu mal poderia me mexer, fiquei extremamente feliz que Milo o fez. Até para sorrir meu rosto doía, eu não estava sendo dramática, na minha cabeça eu estava deitada no sofá ridiculamente grande e confortável do Milo,enrolada em cobertores com a lareira acesa e um copo de eggnog, comendo biscoitos de gengibre e assistindo a trilogia de filmes de natal da Vanessa Hudgens na Netflix: A princesa e a plebéia.

Mas eu tinha que fazer minha sogra gostar de mim e ela quer patinar no gelo e então estamos aqui.

- Você sabe patinar, Sabrina? - Camryn pela primeira vez desde que decidimos vir aqui.

Eu me animei com a nossa comunicação, mesmo que a resposta fosse uma merda.

- Bem, não exatamente.

- Como assim não exatamente? - Milo perguntou imediatamente segurando a risada. É engraçado como a minha primeira impressão dele foi que ele era um daqueles tipos insuportáveis e sem senso de humor, no entanto ele tinha um humor tão quebrado quanto o meu e se divertia comigo.

- Bem, minhas irmãs são maravilhosas e patinam absurdamente bem, mas quando se trata de mim, olha só, eu consigo ficar de pé e me equilibrar, e sou mais do que capaz de andar uma ou duas voltas.

- Você já caiu? - Milo pergunta semicerrando os olhos, quase como se ele pudesse ver meu passado atrás dessa pequena fenda castanha.

- Não, claro que não. Só não sou uma expert em patins e gelo, e devo acrescentar que ninguém deveria ser! Que ideia absurda se equilibrar num negócio em cima de gelo!

- É um bom ponto para se observar... Quando se é uma perdedora - Milo brinca e eu solto seu braço, cruzando os meus contra o meu peito.

- Idiota!

- Perdedora - ele se inclina na minha direção, se abaixando para ficar na minha altura.

- Provocador!

- Que resposta horrível! - Milo se afina jogando a cabeça para trás e eu sorrio para sua risada, sua postura bem colocada se curvando para trás. Nem todo baralulho de tráfego, os sinos de natal, as músicas e corais poderiam me fazer perder o som de sua risada como a melhor música que eu já ouvi e meu coração se acelera e se aquece, sinto vontade de me jogar em seus braços, mas não o faço porque isso significaria algo e não significa nada.

- Para de graça e vamos entrar, tenho certeza que perdemos sua mãe, enquanto você tentava me provocar.

Eu ando em direção a entrada um rapaz jovem todo vestido de vermelho e verde sorri para mim e sorrio de volta, é natal, ninguém precisa de idiotas quando você está congelando na rua fazendo seu trabalho.

A Nonsense Christmas Onde histórias criam vida. Descubra agora