"Ele é de uma cidade que é mais fria mas, caramba, ele é tão atraente. Ele sabe quando estou dormindo (dormindo) e ele sabe quando não estou", Buy Me Presents, Sabrina Carpenter.
*
De todas as decisões ruins que eu já tomei na minha vida, decidi ter vindo para o jantar de casamento da minha irmã pode ter sido a pior delas. Vamos lá, eu não odeio minha irmã ou tenho qualquer problema com ela ou com Kai, meu cunhado. Meu problema era eu mesma e o terrível desconforto que eu estava sentindo. Meus cabelos loiros e compridos estavam presos em um rabo de cavalo, meus costumeiros saltos altos apertavam meus pés, minha meia calça me aquecia por baixo do meu vestido verde e vermelho, sim eu poderia vestir algo mais sóbrio e menos natalino, mas não foi eu quem decidiu casar na época do natal, e eu precisava fazer isso ser lindo, pelo bem da minha saúde mental. Milo estava usando um terno cinza, camisa branca e seus sapatos caros sem nada de errado. Eu havia perdido ele na festa há quase uma hora atrás.
Eu estava meditando sobre a melhor maneira de cometer suicídio sem parecer que fui egoísta enquanto conversava com o quadragésimo quinto parente que apareceu na minha frente. Existe uma certa superficialidade que eu geralmente não me importo de agradar nas reuniões de família tipo: como você está? (Bem, mas nunca é verdade). Como vai Nova Iorque? (Velha, cheirando mal, mas ainda bonita como sempre). E os namorados? (Eu tinha um esse ano, então sem respostas falsas(apesar de ser um namoro falso, linhas borradas e difíceis e etc, etc, etc)).
Essa noite enquanto via meu pai conversar alegremente e facilmente com meus cunhados eu quase tive vontade de sair correndo, parecia tão errado ver meu pai dando conselhos de matrimônio, tipo ei, você traiu sua esposa depois de vinte anos de casado, mas fiquei quieta, eu revirava os olhos com a mesma frequência que minhas irmãs, pelo menos eu não era a única com ódio do meu pai. Portanto, quando minha mãe veio até mim eu já estava um pouco ou muito irritada e cansada, a viagem de nova Iorque para Boston era cansativa e eu ainda não tinha tido tempo para descansar, eu não precisava ser colocada a prova do teste de qualidade de Elizabeth Carpenter.
- Você deveria sorrir mais - minha mãe me diz com um sorriso forçado.
- Eu estou tentando - eu respondo a ela, procurando por Milo.
- Tente mais, parece que você está constipada.
- Puta que pariu, mãe! Eu estou cansada de uma viagem de horas de avião, falar com mais de cem parentes, ajudar minhas irmãs, usar um salto desse tamanho e ainda sendo gentil, será que você poderia me dar uma folga, pelo amor de Deus?!
- Você. Você me disse um palavrão?
- Mãe não pareça tão chocada, eu aprendi com você -, eu digo a ela bebendo um gole do meu champanhe -, mãe eu te amo, mas eu tô tão cansada.
- Não tente se justificar me usando.
- Aí que maravilha o natal! - eu digo bebendo mais um pouco, fazendo parte da minha família eu vou acabar virando uma alcoólatra.
- Você tem que falar com o seu pai - minha mãe diz séria e sorrindo para os lados, como se alguém realmente estivesse olhando pra nós e eu reviro os olhos, deus eu amo essa mulher, mas ela me deixa louca.
- Eu não tenho que fazer nada, eu não sou mais criança.
- Você sabe qual a época do ano estamos?
- A época da depressão? Altos níveis de suicídio?
- Pelo amor de deus, Sabrina!
- Mas eu tô falando sério, é só você fazer uma pesquisa que você vai ver o tanto que aumenta os números de suicídio durante a época das festas de fim de ano.
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A Nonsense Christmas
FanfictionVocê sabe o que dizem sobre passar o natal sozinha? Algo sobre ser uma fracassada solitária, uma vez perdedora... sempre perdedora! Não exatamente sozinha, quero dizer, tenho família e amigos, mas passar o natal sem um namorado? Imperdoável! para mi...