Desejos

42 15 87
                                    

No outro dia eu voltei para a escola, não aguentava mais encarar a casa dos meus pais, e a raiva que sentia por conta do que aconteceu naquela maldita festa só aumentava. Eles haviam mantido segredos, e agora me encontrava diante de um enigma que envolvia não apenas minha família, mas também os Malfoy.

Ao chegar à escola, fui direto encontrar meus amigos. Eles estavam reunidos, sentados em um banco. Assim que me aproximei, sentei no colo de Harry e dei um beijo nele. Estava com muita saudade, e o contato com meus amigos era um alívio bem-vindo diante dos acontecimentos tumultuados em casa. Contudo, mesmo na segurança do círculo de amigos, a sombra do que estava por vir pairava sobre mim. Meus pais continuavam com aquela idiotice de não aceitar Harry, algo que nunca entendi completamente. Nossos laços eram verdadeiros, e eu me recusava a ceder às expectativas antiquadas deles.

Nós quatro ficamos por um bom tempo conversando sobre as férias, e eu contei a eles o que tinha acontecido.

- O que? Você foi na casa dos Malfoy? – Gritou Hermione assustada.

- Fale baixo, não quero que ninguém saiba sobre isso. – Falei, tentando manter a discrição.

- Como é lá? Muito sinistro? – Perguntou Rony, curioso.

- Era uma festa, estava tudo decorado. – Respondi, tentando transmitir a atmosfera daquele lugar.

-  Mas por que vocês foram convidados para isso? – Perguntou Harry, mostrando-se preocupado.

- Eu não sei, eles só me obrigaram a ir com eles. Nunca nem tocamos no nome deles lá em casa, eu achei que meus pais nem conheciam eles.

- Aí tem coisa, e é uma coisa muito suspeita. Precisamos descobrir. – Disse Hermione.

Harry ficou calado o resto do dia, não falou muito conosco e preferiu ficar isolado sozinho.

Naquela noite, eu tive outro sonho perturbador. Desta vez, eu estava dentro de um quarto, e uma cobra se aproximava rapidamente, devorando-me. Eu tentava lutar contra ela, mas não conseguia. Acordei desesperada, meu corpo pingando de suor. As lágrimas começaram a escorrer, e foi quando Hermione apareceu ao meu lado.

- Anne, o que aconteceu? Se acalme. – Disse ela, visivelmente assustada.

- Eu tive um sonho terrível. – Respondi, soluçando.

Contei a ela como tinha sido o pesadelo, e Hermione fez o possível para me acalmar. Ela sugeriu que eu tentasse voltar a dormir e prometeu que investigaria o significado por trás desses sonhos perturbadores.

No outro dia pela manhã, acordei um pouco mais tarde, pois não teria aula naquele dia. Fui até o pátio, onde meus amigos já estavam reunidos. Me sentei ao lado deles, mas permaneci em silêncio. Alguns alunos estavam voando em suas vassouras ao nosso redor, e por um momento, senti um desejo mesquinho de que eles caíssem, apenas para proporcionar um pouco de diversão. Sem pensar muito, lancei um feitiço que fez com que uma das garotas caísse e quebrasse o braço. Comecei a rir, mas logo a risada deu lugar a um silêncio constrangedor quando percebi a gravidade do que tinha feito. Meus amigos me olharam surpresos, e Harry, em particular, parecia perplexo com minha ação.

- Por que você fez isso? – Gritou Hermione e saiu correndo para ajudar, seguida por Rony.

- Foi engraçado, não foi? – Perguntei a Harry, tentando minimizar a seriedade do ocorrido.

- Não foi nada engraçado, Anne. Você não deveria ter feito isso. – Ele se levantou e foi ajudar também.

Me levantei e saí do pátio com raiva. Para mim, tinha sido hilário, mas a reação dos meus amigos me fez perceber a gravidade da situação. Draco estava encostado na parede do outro lado do pátio, observando a cena.

AmaldiçoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora