Velhos amigos

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Aparentemente o plano estava começando a surtir efeito; Harry passou por mim diversas vezes, lançando olhares disfarçados na minha direção, mas ainda não tinhamos trocado uma palavra se quer, eu precisava encontrar alguma forma de falar com ele novamente, já estava perdendo muito tempo e o tempo era meu maior inimigo no momento. 

Certa tarde eu estava estrategicamente seguindo Harry, visando encontrá-lo em um ambiente isolado, onde pudesse abordá-lo para uma conversa sem interferências. Percebi que ele estava indo na direção do corujal, uma área tipicamente tranquila e pouco frequentada. Raramente alguém passeava por ali, tornando este momento a minha oportunidade ideal. Ele estava preparando uma carta para enviar para alguem. Me aproximei dele e dei Oi, ele se virou com rapidez, acabei o assustando. 

- O que você quer? - indagou ele, lançando um olhar de desconfiança. 

- Podemos ter uma conversa rápida? - propus.

- Se for breve. - respondeu, mantendo uma postura reservada.

- Sinto muito a sua falta. - expressei com um semblante entristecido.

- Agora sente? Depois de tudo que fez para mim e para nossos amigos? - retrucou, sua voz carregada de decepção.

- Não faz ideia do que passei nesse tempo, das situações que enfrentei. Não estou aguentando mais essa distância. - expliquei, buscando transmitir a sinceridade do meu tormento.

- Não consigo acreditar em você, Anne. E Draco, já enjoou de você? - questionou, cortante.

- Foi um equívoco com ele, eu estava perdida, as coisas mudaram repentinamente, e acho que me enganei. - confessei sinceramente.

- É melhor encerrarmos essa conversa aqui, Anne. - afirmou, virando as costas para mim.

- Voldemort quer me matar. - soltei a bomba, fazendo com que Harry parasse e se voltasse novamente para mim. 

- Como assim? - perguntou, visivelmente surpreso.

Contei a ele toda a história por trás do acordo firmado entre meus pais e Voldemort. No entanto, omiti a parte concernente à minha missão, Era imperativo que ele acreditasse que meu perigo iminente se restringia unicamente a mim, sem suspeitas sobre meus planos estratégicos voltados contra ele. 

- As coisas mudaram de uma forma tão rápida, Harry. Eu me vi completamente perdida, sem saber como lidar, e ainda estou tentando entender como vou superar tudo isso.

- Anne, você não está sozinha nisso. Vamos falar com os outros, juntos encontraremos uma solução. - Harry ofereceu apoio, com determinação em seus olhos.

- Eu sinceramente acredito que o meu destino já está selado, Harry. Como podemos resolver algo tão complexo como isso? - expressei, uma sombra de desespero pairando na minha voz.

- Vamos dar um jeito. - Harry afirmou com firmeza, sua determinação parecendo inabalável. - Não podemos simplesmente aceitar o inevitável. Juntos, encontraremos uma maneira de enfrentar isso, Anne.

Juntos, Harry e eu nos dirigimos ao encontro de Rony e Hermione para compartilhar a história completa. Como antecipei, ambos absorveram cada detalhe com crença e compreensão. Embora uma pontada de culpa tenha me acometido por enganá-los dessa maneira, me vi justificando essa escolha inevitável. Era uma necessidade imperativa, não apenas por mim, mas em prol da minha família e, de maneira surpreendente, até mesmo por Draco.

Naquela noite, no recolhimento do meu dormitório, compartilhei com Draco a evolução dos acontecimentos, mergulhando juntos na elaboração meticulosa de nossos próximos passos. Entre as paredes aconchegantes e o bruxulear da luz, delineamos estratégias, pesando as possibilidades diante da minha missão. 

Restavam apenas três dias para conduzirmos Harry até Voldemort, e até o momento, tudo parecia estar correndo surpreendentemente bem. Nos últimos dias, meu relacionamento com meus velhos amigos retomou a essência daquilo que éramos antes, como se o tempo não tivesse deixado marcas em nossa amizade, pelo menos aos olhos deles. Contudo, não posso negar que, em certos momentos, uma onda de desconforto e remorso me invadia diante do papel que desempenhava nessa farça. A aparente facilidade com que as coisas se desenrolavam contrastava com o peso moral que carregava. Mas, acima de tudo, era uma jornada inevitável, um caminho que, apesar das hesitações, precisava ser percorrido.

Após meticulosamente traçar cada detalhe do nosso plano, Draco e eu nos deparamos com a fase crucial, o ultimo passo do plano. 

Em uma noite sombria e tempestuosa, a chuva desabava em torrentes, acompanhada por relâmpagos que iluminavam o céu carregado de nuvens. Sob essas condições climáticas adversas, tomei a decisão de deixar os terrenos da escola e me dirigir à residência dos Malfoy, onde o encontro com Voldemort estava prestes a ocorrer. Draco, estrategicamente, permaneceu na escola, pois sua participação era essencial nessa fase crucial para pôr fim a toda essa complexa situação.

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⏰ Última atualização: Mar 08 ⏰

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